No acumulado de 2019, alta foi de 4,4%. Mais da metade dos consumidores inadimplentes deve, em média, R$ 1 mil
O número de brasileiros com contas em atraso caiu pelo segundo mês seguido e encerrou dezembro de 2019 com uma pequena queda de -0,2% na comparação com o ano anterior. No ano, houve alta de 4,4% no número de inadimplentes com relação a 2018.
A estimativa é que aproximadamente 61 milhões de brasileiros tenham começado o ano de 2020 com alguma conta em atraso e com o CPF restrito para contratar crédito ou fazer compras parceladas.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (16) pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito).
“A expectativa é de que a inadimplência siga em queda pelos próximos meses, mas a passos lentos. A aceleração desse quadro passa pela continuidade da melhora econômica e, em especial, daquilo que toca diretamente o bolso do consumidor: emprego e renda”, diz Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil.
Pellizaro Junior destaca que mesmo com a inadimplência caindo aos poucos, as famílias ainda enfrentam dificuldades para honrar seus compromissos em dia, tanto é que há um estoque elevado de pessoas com contas sem pagar
Mais da metade tem dívida em atraso de até R$ 1 mil
Somando todas as pendências, cada consumidor inadimplente deve, em média, R$ 3.257,91. Já descontando os efeitos da inflação, os valores observados agora são 30% menores do que no início da série histórica, em 2010 (R$ 4.238,32).
De acordo com o levantamento, pouco mais da metade (52,8%) dos inadimplentes tem dívidas em atraso de até R$ 1 mil.
Em dezembro, o recuo mais expressivo da inadimplência na comparação anual se deu nas dívidas com o setor de comunicação, que englobam contas de telefonia, internet e TV por assinatura: queda de -16,4%.
As dívidas bancárias, que levam em conta cartão de crédito, cheque especial, empréstimos e financiamentos, caíram -1,9%. Já o as dívidas contraídas no comércio via crediário subiram 0,9%, enquanto as pendências básicas com água e luz cresceram 2,1%.
No geral, considerando todos os tipos de dívidas em atraso, houve queda de -3,3% na comparação anual.
Nordeste registrou recuo de 3,2% na inadimplência
Analisando os resultados por região, o Nordeste apresentou a queda mais expressiva na quantidade de inadimplentes, um recuo de 3,2% na comparação entre dezembro de 2019 e dezembro de 2018.
No Sudeste, a variação foi pequena e ficou em 0,7%, ao passo que houve um avanço de 4,8% no Norte e de 3,8% no Centro-Oeste.
De modo geral, o Norte é a localidade mais inadimplente em termos proporcionais: a estimativa é que 47,2% dos residentes adultos da região estejam com o CPF negativado, ou 5,9 milhões de consumidores nessa situação.
Em seguida aparece o Centro-Oeste (42,4% ou 5,1 milhões de inadimplentes), Nordeste (40,2% ou 16,6 milhões de negativados), Sudeste (37,4% ou 25,2 milhões de pessoas com contas em atraso) e Sul (35,5% ou 8,2 milhões de inadimplentes.