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Política e Governo

A anistia e o aceno de Pazolini para 2026

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No último sábado (05), o prefeito de VitóriaLorenzo Pazolini (Republicanos), fez uma publicação inusitada em seu perfil do Instagram. Ele se posicionou a favor de uma “anistia humanitária já” e pela “pacificação do Brasil”, criticando o que chamou de “desproporção das penas” aplicadas pelo Judiciário.

Embora não tenha citado um caso específico, a postagem faz referência à anistia de presos e condenados pelos atos antidemocráticos e ataques às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023. O STF instaurou 1.586 ações penais, que já resultaram em 497 condenados, 55 presos provisórios, 84 presos definitivos e cinco em prisão domiciliar – até o momento.

“Quando a desproporção das penas revela mais sobre a intenção do julgador do que sobre a gravidade do crime, é o próprio sistema jurídico que entra em julgamento. Num Estado Democrático de Direito, a Justiça deve ser instrumento de equilíbrio, proporcionalidade e pacificação social”, escreveu Pazolini. E continuou:

“Um crime de menor potencial ofensivo não pode receber punição maior do que crimes contra a vida e de corrupção. O Brasil precisa virar a página, fortalecer o diálogo e garantir a paz. Anistia humanitária já! Pela pacificação do Brasil. Pela justiça que une, acolhe e constrói um novo tempo de esperança”, concluiu.

Na imagem que ilustra a postagem, a estátua da deusa da Justiça e de um batom – uma referência à cabeleireira Débora Rodrigues, que usou um batom para pichar a frase “Perdeu, mané” na escultura Justiça, do STF.

Ela ficou um ano presa e deixou a penitenciária para cumprir prisão domiciliar no mês passado. Dois ministros já votaram para que ela seja condenada a 14 anos de prisão, acusada de cinco crimes. As penas têm variado entre 3 e 17 anos de prisão.

A postagem, claro, teve muita repercussão, primeiro por ser um tema polêmico, combustível para a polarização. Segundo pelo fato de ir de encontro a uma postura que Pazolini tem tido desde 2020, quando disputou pela primeira vez a Prefeitura de Vitória: a de se afastar de polêmicas nacionais.

Na época da campanha, há cinco anos, Pazolini chegou até a receber o apoio de figuras expoentes do bolsonarismo, como a ex-ministra Damares, mas evitou associar sua imagem a do ex-presidente Bolsonaro. A mesma coisa ocorreu no ano passado.

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Agora, Pazolini não só acena, mas encampa a principal bandeira, hoje, do bolsonarismo, que é a anistia total aos presos e condenados pelo STF pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, associação criminosa, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado.

Aceno ao PL

Na postagem, o prefeito não explicou o motivo de ter se posicionado sobre o tema agora, mas não há como dissociar a publicação das articulações e ambições políticas envolvendo o prefeito e o Republicanos (seu partido).

Pazolini é pré-candidato a governador no ano que vem e assim já é tratado pelo seu partido. E, ainda que entrem novos players na disputa, ele deve ser o principal opositor do grupo de Casagrande.

Tudo indica que não será uma disputa fácil. O governo está empenhado em construir uma frente ampla, com o máximo de partidos possível, para concretizar o projeto de eleger Casagrande ao Senado e Ricardo Ferraço ao governo.

Do outro lado, o Republicanos constrói a trincheira da oposição, tentando atrair partidos adversários ou não tão simpáticos a Casagrande, para também formar um grupo que sustente uma chapa competitiva e oposicionista ao projeto do governo. E uma dessas legendas seria o PL.

Embora no ano passado tenham caminhado separados e até com alguns atritos durante o período eleitoral, os dirigentes do PL e do Republicanos – o senador Magno Malta e o secretário de Governo de Vitória, Erick Musso, respectivamente – zeraram as pendências e estão em pleno diálogo rumo a uma aliança para 2026.

Mas, para casar no ano que vem, o noivado precisa acontecer agora e as tratativas entre os dois partidos já começaram, como por exemplo, a possibilidade de abrir espaço no primeiro escalão de Pazolini para o PL. Essa oferta já até teria sido feita, porém, não evoluiu. Pelo contrário.

Ao ser convidado para assumir a Secretaria de Meio Ambiente de Vitória, Coronel Ramalho teve de se desfiliar do PL, justamente porque o partido – leia-se Magno Malta – avaliou que não era o momento de entrar na gestão Pazolini.

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O Republicanos porém, sabe, que precisa arregimentar aliados para o “projeto 2026”. Então, qual foi a estratégia para tentar atrair o partido de Bolsonaro? Acenar em apoio à principal bandeira do PL: a anistia.

Aceno aos conservadores

Uma vez conquistado o apoio do PL, com o partido de Bolsonaro abrindo mão de lançar candidato próprio ao governo do Estado, o plano é que Pazolini centralize os votos da direita e da extrema-direita. A ideia é não ter concorrentes nesse espectro político e ideológico para dividir votos.

Mas, embora seja importante a presença do PL no palanque, legenda não vai às urnas votar. Por isso, o posicionamento agora de Pazolini é também uma forma de garantir o apoio da ala mais conservadora – e também da mais radical – ao seu projeto.

Não há dúvidas de que o eleitorado do Espírito Santo é majoritariamente inclinado à direita. Isso é facilmente percebido pelo resultado das últimas eleições, tanto municipais quanto estaduais.

E a leitura no mercado político é que as eleições do ano que vem serão, mais uma vez, polarizadas, com influência total da pauta nacional sobre a local, o que acaba desviando dos assuntos que realmente interessam e pressionam os candidatos que não fazem parte dos extremos.

O cálculo da postagem do posicionamento de Pazolini foi feito em cima disso, levando em conta o perfil do eleitorado e a previsão do que será a eleição do ano que vem. A aposta é que ele avance na intenção de votos após se posicionar sobre o tema.

Sem previsão

Alguns projetos tramitam na Câmara Federal sobre a anistia, sendo o principal deles o PL 2858/2022, do deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), que prevê perdão a todos os atos praticados após o segundo turno de 2022.

A maioria da bancada federal capixaba é a favor do projeto. A base bolsonarista no Congresso pressiona a presidência da Câmara dos Deputados para que coloque a matéria em pauta, mas ainda não há previsão de quando o assunto será debatido.

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PL muda comando em Vitória e define quem irá disputar vaga ao Senado

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Deputado Gilvan da Federal assume o partido e filha do senador Magno Malta vai concorrer a uma das duas cadeiras que estarão em jogo para o Senado

Num evento que contou com a presença do deputado federal mineiro Nikolas Ferreira (PL-MG), o PL deu posse, no último sábado (26), ao novo diretório do partido na Capital. O Partido Liberal também definiu quem irá disputar a vaga ao Senado.

O deputado federal Gilvan da Federal é o novo presidente do PL de Vitória. Ele assume no lugar do deputado estadual Capitão Assumção (PL), num acerto que já tinha sido feito no ano passado, ainda na pré-campanha, segundo Assumção.

Gilvan era cotado para ser candidato ao Senado pelo partido no ano que vem, mas ele irá disputar a reeleição à Câmara – a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo informou a assessoria do PL-ES.

Quem disputará uma das duas vagas de Senado que estarão em jogo em 2026 é Maguinha Malta, filha do senador Magno Malta, presidente estadual do PL. A sua pré-candidatura foi também anunciada no evento.

“Eu resisti, até com Deus, à ideia de Maguinha ingressar na política. Ela guardou essa vontade por 10 anos, sabendo que Deus já havia falado com ela, enquanto eu ainda relutava”, disse Magno no evento.

Desde o ano passado, o partido trabalhava a pré-candidatura de Gilvan ao Senado, mas outros nomes do PL figuravam como cotados. Além dele e de Maguinha, o ex-deputado Carlos Manato (PL) e o deputado estadual Callegari (PL) também já afirmaram que tinham a intenção de disputar, ainda mais porque serão duas cadeiras em jogo.

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O PL, porém, já definiu que o partido terá só um nome ao Senado. “Vale lembrar que, em determinado momento, o próprio Gilvan desejava ser senador. Hoje, reafirmei que, se ele quiser retomar o projeto e voltar a ser pré-candidato ao Senado, a decisão será dele. Como ele optou pela reeleição, manterá o seu número da eleição passada. Já Maguinha, certamente, ficará com o meu número, o 222, que representa o meu legado”, disse Magno.

Callegari mantém o nome

Callegari – que participou do evento do PL – disse que mantém sua pré-candidatura ao Senado, mesmo após o anúncio de Maguinha:

“Ninguém é candidato até que a convenção decida. O que posso dizer é que serei candidato a senador”, disse o deputado, sem entrar em detalhes.

Questionou se poderia trocar de partido para concorrer ao Senado. Callegari, porém, não respondeu.

Já Manato, está mais fora do que dentro do PL. A relação dele com Magno Malta não é nada boa e é questão de tempo até o ex-deputado – que foi candidato ao governo do Estado em 2022 pelo PL – deixar a legenda. Se disputar o Senado, será por outro partido.

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Ausência notada

Assumção não foi ao evento do PL, no sábado. O motivo, segundo o deputado, seria por estar envolvido com programações em sua igreja.

Já a assessoria do PL informou que “o capitão segue cumprindo medidas cautelares e, por essa razão, não compareceu ao evento. É importante destacar que pessoas envolvidas no mesmo processo judicial não podem permanecer no mesmo local”.

A assessoria se referiu ao vereador de Vitória Armando Fontoura (PL), que esteve presente no evento e é arrolado no mesmo processo, do Supremo Tribunal Federal, que Assumção. Os dois cumprem medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, acusados, entre outras coisas, de ataques a ministros do STF.

 

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Deputados e até prefeito de outra cidade na campanha por comando de bairro em Vitória

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Cinco parlamentares e o prefeito de Cariacica estão apoiando as chapas que concorrem pela presidência da Associação de Moradores do Bairro República

Está pegando fogo a disputa pelo comando do Bairro República, que fica na Região da Grande Goiabeiras, em Vitória. Ao menos cinco deputados estaduais e um prefeito da Grande Vitória estão envolvidos no pleito, apoiando as chapas que concorrem.

A eleição para a nova diretoria da Associação de Moradores do Bairro República acontece neste domingo (27), das 9h às 17h, na quadra da Praça Terezinha Grecchi. Duas chapas estão na disputa:

A Chapa 1 é liderada por duas mulheres e representa a continuidade da gestão que está no comando. Kátia Oliveira disputa como presidente e Simone Oliveira como vice. A chapa, que tem como lema “Unidos faremos muito mais”, também conta com o atual presidente da associação, Walter Guedes, no posto de secretário. O grupo de Walter comanda a associação por 9 anos.

Eles são apoiados pelo deputado estadual Denninho Silva (União) e, na última sexta-feira (25), receberam o reforço do prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), que, ao lado de Walter, pediu votos para a chapa.

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“Não vamos arriscar mudar (…) Esse homem aqui é trabalhador, é guerreiro. Eu estou hipotecando a minha solidariedade a Walter Guedes”, disse Euclério.

O vídeo de Euclério pedindo votos para a chapa 1 foi postado no perfil pessoal do deputado Denninho, que é sobrinho do prefeito. O deputado fez várias outras postagens pedindo votos também: “O trabalho que vem transformando a nossa região não pode ser interrompido”, escreveu o deputado na legenda de uma das postagens.

Euclério e Walter Guedes

Para quebrar a hegemonia, o funcionário público Antônio Carlos Fraga e a professora aposentada Maria Ângela Veltem, a Anginha, colocaram os nomes à disposição e formam a chapa 2, que tem como lema “Renova Bairro República”.

Antônio Carlos, que encabeça a chapa, é assessor parlamentar do deputado estadual Coronel Weliton (PTB), que apoia a chapa. Além de Weliton, também estão com Antônio os deputados Fabrício Gandini (PSD), Danilo Bahiense (PL) e Mazinho dos Anjos (PSDB) – segundo informou à coluna a assessoria de Gandini.

“Eles representam a renovação, a transparência e a participação popular. É hora de abrir espaço para quem realmente ouve os moradores e quer o bem do bairro. Eu estou com a chapa 2”, disse Gandini, ao lado de Anginha, num vídeo que foi publicado em seu perfil no Instagram.

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O mandato do presidente da associação é de três anos, podendo ser renovado por mais três. Mas, segundo a chapa 2, Walter não teria convocado eleições ao final do seu segundo mandato (em 2022), tendo sido pressionado pela chapa adversária para marcar o pleito.

Nos bastidores, a disputa está acirrada e movimentando outros atores políticos do município. Ontem (25), o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) fez a entrega do Parque Kids do bairro num evento concorrido pelas lideranças que disputam o comando da associação.

Um dos pontos mais sensíveis no bairro, que conta com aproximadamente quatro mil moradores, é a questão da segurança, com moradores assustados com furtos e arrombamentos. Um ponto também muito destacado é a defesa de ações para movimentar a economia local e o empreendedorismo, como o retorno da feirinha na praça do bairro.

Para votar é preciso ser maior de 16 anos e comparecer ao local de votação com documento de identidade e comprovante de residência. O resultado deve sair ainda na noite de amanhã (27).

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