A Suzano, empresa proprietária do complexo sócio esportivo do antigo Greca, ainda não definiu uma solução para aquele patrimônio que está abandonado por anos e se deteriorando ainda mais pela ação do tempo.
O antigo ginásio do Greca, localizado no bairro Novo Horizonte, em São Mateus, que está abandonado há mais de 15 anos, já foi palco de muitas competições esportivas e até mesmo local para apuração eleitoral. Teve seus dias de glória. Mas, continua abandonado num desperdiço de um patrimônio que poderia estar sendo de grande utilidade para a sociedade mateense, principalmente para a região aonde está localizado. Por isso requer uma ação que possa dar um destino mais alvissareiro diante da importância daquele patrimônio.
A Suzano, proprietária de todo o complexo sócio-esportivo, que inclui o ginásio, os campos de futebol e grande área construída com estrutura de clube recreativo e social, vem pensando em uma solução que favoreça a si e também ao município de São Mateus. Essa questão chegou a ser levantada por um ex-diretor, assumindo por conta e risco compromisso que depois não cumpriu. Primeiro porque não havia uma determinação da empresa para que fizesse qualquer acordo sem uma definição da direção da empresa. Depois foi demitido do cargo de diretor. Sendo assim, qualquer negociação que possa ter existido se tornou nula. Isso não quer dizer que não vá haver nova rodada de conversação, desta vez oficial e por quem conheça o município e os interlocutores, até porque o diretor demissionário não tinha vivência do problema, do município, da região e pouco conhecia as autoridades da municipalidade envolvidas na questão. “O antigo diretor prometeu algo que não podia entregar e nem tinha respaldo para isso”, disse uma fonte ouvida pela reportagem do Jornal do Norte.
Para consertar todo esse “mal-entendido” e que desgasta, de certa forma, a relação empresa-município, entrou no circuito membros da Suzano, que têm o conhecimento da região, de suas demandas e bom trânsito junto as autoridades locais, principalmente junto ao prefeito. Sabe-se que até o momento não há uma definição das providências a serem tomadas e o que existe é a intenção da empresa em manter uma boa relação com o município e buscar o entendimento que favoreça ambas as partes.
Um sonho
Uma questão muito comentada pelas pessoas, com a reportagem foi saber a finalidade de qual seria o melhor destino do complexo sócio esportivo do antigo Greca. O que mais se ouviu foi transformá-lo em um centro de excelência de educação e lazer, incluindo a implantação de uma escola cívico-militar.
“Seria um sonho para muitos pais que desejam ver seus filhos bem encaminhados e se tornando verdadeiros cidadãos”, disse Alexandre Medina, pai de dois filhos menores. O mesmo pensa a dona de casa Maria do Carmo Santos, que acredita que “uma escola desse tipo poderia ajudar muito na educação, disciplina e no afastamento dos jovens dos maus elementos e das drogas”.
De acordo com uma fonte ouvida pela reportagem, caso haja um entendimento entre empresa e prefeitura, algumas exigências devem ser celebradas. Seria acordado, dentre outras obrigações, um determinado valor a ser investido e prazo definido para esse investimento. Nesse contrato traria também algumas finalidades para o uso daquela área.
O JN tentou contato com a Suzano, mas não obteve qualquer manifestação sobre o que pretende fazer com o antigo Grega que, há anos está abandonado, se deteriorando pela ação das intempéries e frustrando grande parte da população e o desejo que aquele complexo traga benefícios de maneira que contribuam para a sua qualidade de vida.
Problema antigo
O Jornal do Norte, em reportagem especial do jornalista Paulo Borges, fez uma ampla matéria denunciando o estado em que se encontrava aquele patrimônio, à época pertencente a Bahia Sul-Fíbria. Havia, naquela ocasião, o interesse do Governo do Estado e até mesmo de uma igreja em adquirir o complexo, mas tudo não passou de intenção e nada aconteceu. Na reportagem, o jornalista do JN sugeriu a possibilidade de a Polícia Militar assumir a administração daquele patrimônio, caso houvesse a compra pelo governo, desenvolvendo ali os projetos sociais voltados para a comunidade, direcionados principalmente aos jovens que moram numa região da cidade que não contava com uma área de lazer. Na mesma época, o jornal questionou a construção da praça esportiva Amélia Boroto em uma área de difícil acesso para as famílias que moram em áreas afastadas do centro, principalmente em relação aos bairros populares da parte oeste da cidade, cortada pela BR 101, onde o risco é grande, principalmente para quem tem filhos e precisam usar a bicicleta ou pagando o transporte coletivo para chegar ao Amélia Boroto.
Além do abandono do antigo Greca já havia um grupo se movimentando para invadir a área e isso também foi denunciado na matéria do JN.