Citado pelo próprio governador Renato Casagrande (PSB) como um possível candidato à sucessão no comando do Palácio Anchieta, o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), disse estar “pronto e preparado”, caso seja o nome escolhido pelo grupo do governador para a disputa do ano que vem.
Em entrevista, Arnaldinho – que acabou de assumir o segundo mandato como prefeito – foi questionado se teria interesse em disputar o governo em 2026. Embora tenha feito ressalvas sobre não ser o primeiro da fila dos cotados, Arnaldinho se mostrou empolgado com a possibilidade.
“Eu sou do grupo do governador Renato Casagrande, o candidato natural é o vice-governador, Ricardo Ferraço, que a gente irá apoiar se o nome dele for, de fato, o escolhido. Mas, eu sempre falo: eu quero concluir o meu mandato até 2028, porque eu estou feliz e agora a gente vai ter condições de entregar projetos grandiosos para a cidade, mas eu estou pronto e preparado”.
Em entrevistas recentes, Casagrande tem citado o nome de Arnaldinho, do prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), e do ex-prefeito da Serra Sergio Vidigal (PDT), como cotados a sucedê-lo, caso Ferraço não dispute. O vice-governador seria o candidato ao governo natural se Casagrande deixar a cadeira para disputar o Senado.
Arnaldinho foi reeleito em 1º turno com mais de 79% dos votos válidos, o que traz muito mais responsabilidades e cobranças, até para manter um índice alto de aprovação num segundo mandato. Mas, a vitória que conquistou nas urnas também o credencia para alçar voos maiores.
Com muito cuidado na escolha das palavras, Arnaldinho até admite a possibilidade de disputar, mas disse que não irá “queimar etapas”. “Eu só não vou queimar a largada e nem fazer nada sozinho. Eu posso esperar, eu sou grupo e eu sei o meu momento. Sou muito novo, mas é aquela história: estou pronto e preparado se assim houver a necessidade”.
FICA NO PODEMOS?
O prefeito também foi questionado se continua no Podemos. Durante a pré-campanha eleitoral, foi aventada a possibilidade dele deixar o partido, devido a supostos atritos – nunca admitidos – com o presidente estadual da legenda, deputado Gilson Daniel.
“Continuo no Podemos. Estou muito bem no Podemos, tenho uma relação muito boa com a presidente nacional, que é a Renata Abreu”, disse Arnaldinho, sem citar o nome do dirigente estadual.
O Podemos hoje faz parte da base aliada do governo Casagrande, conta com indicações no primeiro escalão e tem interesse em indicar o nome que terá o apoio do grupo na disputa pelo Palácio Anchieta.
RIVALIDADE COM VITÓRIA
Mas, do lado oposto, fora da órbita da gestão Casagrande, há um outro prefeito que também é cotado para disputar o governo do Estado em 2026. Trata-se de Lorenzo Pazolini (Republicanos), prefeito da Capital.
O mercado político já começa a cotar a possibilidade da disputa de 2026 ser entre os dois, que têm perfis semelhantes: são jovens – Arnaldinho tem 41 anos e Pazolini, 42 – e fazem parte de um grupo de novas lideranças; são bem avaliados como prefeitos e contam com uma boa estrutura partidária e com “padrinhos” de peso. Se Casagrande admite apoiar Arnaldinho ao governo, do outro lado, Pazolini poderá contar com o apoio do ex-governador Paulo Hartung.
Não à toa que, em grupos de conversas, na internet e nos corredores do poder, já está sendo alimentada uma “rivalidade” entre eles, comparando as entregas dos dois, como a Vila Natalina, o Réveillon e a programação de verão.
Durante a entrevista, Arnaldinho citou, mais de uma vez, que Vila Velha fez o “maior e mais bonito” Réveillon de todos os tempos. Questionado se haveria uma rivalidade entre ele e Pazolini, Arnaldinho respondeu:
“Da minha parte não tem rivalidade, até porque Vila Velha pauta, praticamente, o restante das cidades. A Vila Natalina começou com a cidade de Vila Velha e as outras cidades resolveram também fazer uma Vila Natalina. E é bom! Vila Velha começou a fazer a maior e a melhor queima de fogos do Brasil e as outras cidades tentam também fazer a maior e melhor queima de fogos do Brasil. Tudo que é bom tem que ser copiado”, alfinetou o prefeito canela-verde.
Cotado para ser o herdeiro político da família, filho do ex-prefeito da Serra coloca o nome pra jogo rumo às eleições de 2026
O oftalmologista Serginho Vidigal (PDT) – filho do ex-prefeito da Serra e secretário estadual de Desenvolvimento, Sergio Vidigal (PDT), e da ex-deputada Sueli Vidigal (PDT) – colocou o nome pra jogo na disputa por uma vaga à Câmara dos Deputados, no ano que vem.
“Acho que a Serra tem um papel fundamental no desenvolvimento do nosso Estado e precisa ter representatividade na Câmara Federal também. Meu nome está à disposição para debater essa missão”, disse o filho caçula de Vidigal.
Serginho, como é mais conhecido, tem 37 anos e nunca disputou cargo público. Aliás, até o ano passado, pouco era visto no cenário político. Postura essa que mudou durante a pré-campanha de Weverson Meireles (PDT) a prefeito da Serra.
Ao contrário do irmão, Eduardo Vidigal, que chegou a deixar a presidência do PDT por não concordar com a candidatura de Weverson, Serginho apoiou o agora prefeito desde o início, participando do lançamento do nome, da campanha, da festa da vitória e até de eventos oficiais do novo governo.
A proximidade é tanta que Serginho chegou até a ter o nome ventilado como possível secretário da gestão de Weverson, o que não se confirmou até o momento.
Contudo, o que parece se confirmar agora é que tamanha visibilidade pode ter um propósito: tornar Serginho o herdeiro político da família Vidigal.
Prefeito Weverson Meireles e Serginho Vidigal (foto: Instagram)
Dificuldade na montagem da chapa
O desafio que será para o PDT montar chapa de federal, caso não vingue o projeto de se federar com o PSB. Os dois partidos negociam e devem chegar a uma conclusão até julho.
Dois puxadores de votos do partido em 2022 – Sueli Vidigal e Philipe Lemos, que juntos tiveram 103.511 votos, mas não conseguiram vaga – não devem disputar no ano que vem, o que aumenta a pressão em cima do dirigente partidário para a busca de nomes competitivos para a chapa.
Tanto que já é cogitado no mercado político que, em último caso, o ex-prefeito Vidigal vá para o “sacrifício”, num esforço de evitar que o partido repita o desempenho ruim que teve em 2022, quando não conseguiu eleger um único deputado.
Hoje, o nome de Vidigal é cotado para a disputa majoritária: seja à sucessão do governador Renato Casagrande (PSB), a compor como vice numa chapa ou, ainda, ser o segundo nome do grupo na vaga de Senado.
“Nós queremos e precisamos estar na mesa de diálogo da majoritária, queremos estar no processo. É o desejo de todo partido. Para isso, precisamos fazer o dever de casa e estar estruturado em todo o Estado”, disse o presidente estadual do PDT, Alessandro Comper.
Transferência de votos é dada como certa, mas…
O próprio Comper, em entrevista à coluna, chegou a citar o nome de Serginho como uma alternativa na chapa de federal. “Quem está começando a fazer um movimento é o Serginho, como soldado do partido. Existe uma possibilidade dele disputar a Câmara Federal? Sim, ou o que for mais viável”.
Com o nome do filho na disputa a federal, Vidigal poderá ficar mais tranquilo para se articular na disputa majoritária, até porque a transferência de votos de pai para filho é dada como certa.
O “case Weverson” mostrou isso. Quando teve sua pré-candidatura lançada, Weverson pontuava 1% nas pesquisas de intenção de votos. O eleitor serrano desconhecia quem era o jovem candidato a prefeito e Vidigal precisou gastar muita sola de sapato para apresentar e pedir voto para seu sucessor.
O esforço, porém, não foi em vão. Weverson passou para o 2º turno do pleito em primeiro lugar e depois venceu a eleição para prefeito da Serra contra o deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos).
O que pode implicar é que se Vidigal, no ano que vem, pedir voto apenas para o filho, pode arranjar problema com o restante da chapa – de quem também dependerá se estiver na disputa majoritária.
O PDT vai precisar equilibrar as relações familiares e partidárias para que a situação do partido, que já é difícil, não se agrave por ciúme ou por denúncia de concorrência desleal.
Segundo o presidente da Assembleia Legislativa, serão abertas 35 vagas, sendo 20 para cargos de nível superior
Ainda neste mês de maio o edital do concurso público da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) deverá ser divulgado, conforme anunciou o presidente Marcelo Santos (União). O processo seletivo abrirá 35 vagas, sendo 20 para cargos de nível superior.
Haverá oferta de 15 vagas para Consultor Legislativo, com remuneração inicial de R$ 9.360,43. Cabe aos consultores exercerem atividades como a elaboração de pareceres para as mais diversas áreas do Parlamento e todo o suporte técnico em várias áreas específicas e necessárias ao desenvolvimento do trabalho legislativo.
Também haverá oferta de cinco vagas para Analista Legislativo, cujo salário inicial é de R$ 4.621,48. Nesse cargo, os servidores são responsáveis pelo planejamento e execução de atividades na área administrativa e/ou legislativa, contribuindo para a realização das funções dos setores aos quais estão vinculados. Ambos os cargos (Consultor Legislativo e Analista Legislativo) são de nível superior.
Além disso, serão abertas 15 vagas para o cargo Agente da Polícia Legislativa, com salário inicial de R$ 3.142,65. Esses servidores cuidam da segurança da sede da Ales, incluindo a recepção e a entrada e saída da população no Palácio Domingos Martins. Todos os valores citados são referentes a maio de 2025.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Santos (União), avalia que o concurso vai gerar um grande número de candidatos, por conta da remuneração e benefícios pagos pelo parlamento capixaba. “A Assembleia é um Poder que paga relativamente bem. Além do salário, também tem os benefícios”, afirmou o parlamentar.
Benefícios
Os novos contratados terão direito a benefícios como auxílio-alimentação (R$ 1.949,45); auxílio-saúde (de R$ 312,12 até R$ 1.864,95, de acordo com a faixa etária dos servidores) e auxílio-creche (R$ 500,00 para cada filho de até 6 anos de idade, regularmente matriculado em creches ou pré-escolas). Também há possibilidade de progressão de carreira ao longo dos anos para os servidores, o que vai elevando a remuneração.
“Queremos que as pessoas se preparem, porque é um concurso que vai atrair muita gente e nós queremos um pessoal qualificado para auxiliar a Assembleia a promover ações importantes e entregar muito mais para a sociedade”, afirmou Marcelo Santos.
Sobre as datas, o presidente afirmou que tudo ocorrerá brevemente. “Nós estamos aguardando – para que a gente possa publicar o edital do concurso – as respostas das empresas que vão aplicar as provas”. O parlamentar também explicou que a intenção é descentralizar a aplicação das provas. “Nós não vamos fazer unicamente aqui na Grande Vitória. Nós teremos um polo no norte, outro no sul e na Grande Vitória”, garantiu Marcelo.
O último concurso realizado pela Assembleia Legislativa foi em 2011 e as nomeações dos aprovados ocorreram a partir de abril de 2012.