Fabio Coelho afirmou que falsos líderes usam os dons sem amor, para seus interesses pessoais
O escritor e missionário Fabio Coelho explicou como identificar um falso profeta no ambiente da igreja, durante participação no Hub Podcast.
Fabio começou observando que muitas pessoas acham que um falso profeta é apenas alguém que erra uma palavra profética.
“É a primeira coisa que vem na cabeça da pessoa. Um verdadeiro profeta pode errar uma profecia por imaturidade, mas um falso profeta pode acertar tudo. Balaão nunca errou uma profecia. Tudo o que Balaão profetizou aconteceu”, comentou.
O exemplo de Balaão
Segundo ele, o caso de Balaão sempre é citado como um exemplo de falso profeta na Bíblia, como nas cartas de Pedro e Judas.
Fábio destacou que ele conhecia a presença de Deus, o Senhor falava com ele e tinha visão espiritual.
“Balaão conhecia a presença de Deus, ele ouvia a voz de Deus e era um homem que tinha olhos abertos para o invisível, ele via anjos. A Bíblia diz que Deus colocava palavras na boca de Balaão”, pontuou.
Aparentemente, o profeta do Antigo Testamento não tinha nada de errado. “O que define um profeta falso não é assertividade daquilo que profetiza, mas com que coração ele profetiza. O que define Balaão como falso profeta é que ele é alguém que estava envolvido com a palavra profética buscando benefício próprio. Ele profetizava em troca de pagamento”, explicou.
Fabio lembrou que o apóstolo Paulo falou sobre a necessidade dos dons espirituais estarem ligados ao amor cristão. Um princípio que os falsos profetas não seguem.
“Paulo ensina que o caminho para o verdadeiro serviço na obra de Deus é o amor, porque o amor não busca seus próprios interesses”, afirmou.
O fruto não está relacionado com o dom
O escritor ainda mencionou a passagem bíblica de Mateus 7, onde Jesus alerta sobre os falsos profetas, que no grande dia dirão que profetizaram e expulsaram demônios, porém o Senhor dirá que não os conhece.
“Jesus diz: ‘cuidado, tem lobos disfarçados de ovelhas no meio de vocês’. Ou seja, fala como crente, se veste como crente, canta e prega como crente, mas é lobo”, afirmou Fabio.
E lembrou: “Na Bíblia, o fruto não está relacionado com o dom, o fruto está relacionado com o caráter, com santificação”.
Coelho ensinou que se identifica um falso profeta pelo fruto. “Não é olhando se ele prega bem, se tem uma boa oratória, se tem uma grande igreja, e tem muitos seguidores. não é olhando para suas capacidades, é olhando para o seu coração, para sua vida”, declarou.
“Como ele cria filhos, como ele lida com finanças, como é seu casamento, como ele lida com relacionamentos”, acrescentou.
De acordo com Fábio, falsos profetas “não se relacionam com ninguém, são soberbos, altivos, arrogantes” e buscam sempre o próprio benefício em três áreas: poder, sexo e dinheiro.
“E ‘engolimos’ eles no púlpito por causa dos seus dons. Colocamos para pregar sem medir o caráter”, criticou o escritor.
“Jesus nunca usou o poder dele para benefício próprio. Jesus usava o poder dele para abençoar o outro. Jesus multiplicou comida para uma multidão, mas se negou a usar seu poder para fazer pão para ele mesmo”, concluiu Coelho.
Nascido em Chicago, novo pontífice ingressou na Ordem de Santo Agostinho em 1977, fez os votos perpétuos em 1981 e construiu sua carreira com forte atuação missionária no Peru
O cardeal americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito nesta quinta-feira (8) o novo papa da Igreja Católica, adotando o nome de Leão 14. Ele é o 267º pontífice da história e o primeiro oriundo dos Estados Unidos a assumir o cargo. A eleição foi anunciada após a tradicional fumaça branca subir da chaminé da Capela Sistina, indicando que os 133 cardeais reunidos no conclave chegaram a um consenso. Minutos depois, o cardeal Dominique Mamberti fez o anúncio oficial do “Habemus Papam”, em latim, da sacada da Basílica de São Pedro, e Prevost apareceu para saudar a multidão reunida na praça.
A escolha surpreendeu, já que se esperava o retorno de um papa europeu, especialmente um italiano. O favorito era o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano. Nascido em Chicago, Prevost ingressou na Ordem de Santo Agostinho em 1977, fez os votos perpétuos em 1981 e construiu sua carreira com forte atuação missionária no Peru, onde aprendeu espanhol e se aproximou da comunidade latino-americana. Ele é formado em Matemática pela Universidade Villanova, mestre em Teologia pelo Catholic Theological Union e doutor em Direito Canônico pelo Colégio Pontifício de Santo Tomás de Aquino, em Roma.
A eleição de Prevost indica uma possível continuidade com o legado do papa Francisco, que promoveu reformas e buscou aproximar a Igreja dos fiéis. Prevost, considerado progressista em comparação com outros cardeais americanos mais conservadores, foi nomeado cardeal pelo próprio Francisco, o que reforça sua ligação com a agenda reformista do antecessor.
A escolha também lança luz sobre a relação entre o Vaticano e os Estados Unidos, que historicamente passou por momentos de tensão, incluindo atritos entre Francisco e o ex-presidente Donald Trump. Durante o papado anterior, Trump chegou a se desentender publicamente com Francisco e protagonizou polêmicas envolvendo a Igreja Católica, como a publicação de uma imagem gerada por inteligência artificial em que aparecia vestido de papa.
O novo papa assume em um momento desafiador para a Igreja Católica, que enfrenta perda gradual de fiéis e terá de equilibrar as expectativas de continuidade das reformas com demandas internas e externas. Ele liderará 1,4 bilhão de católicos espalhados pelo mundo. A eleição de Leão 14 ocorreu no segundo dia de conclave, seguindo a tendência dos dois conclaves anteriores, em 2005 e 2013. O processo foi encerrado após uma votação na manhã de quinta-feira, que gerou fumaça preta, sinalizando inicialmente que não havia consenso, até o resultado final à tarde.
Cerca de 45 mil pessoas acompanharam o anúncio na Praça São Pedro, em um misto de expectativa, silêncio e celebração ao ver a fumaça branca subir da chaminé. Com a escolha do novo papa, encerra-se oficialmente o período de Sé Vacante, iniciado com a morte de Francisco, há 17 dias. Agora, Leão 14 inicia seu papado em meio a expectativas sobre os rumos da Igreja, diante de um cenário global de desafios religiosos, sociais e políticos.
Apesar disso, Pietro Parolin ainda segue como mais cotado para ser eleito novo papa
Depois de duas novas rodadas de votação sem uma definição, há uma tensão para quem será o próximo papa, com expectativa de uma escolha na tarde desta quinta-feira (8), no horário de Brasília, quando acontecerão mais dois escrutínios.
Depois das três votações sem uma definição de dois terços, as casas de aposta mostraram uma tendência de crescimento do cardeal filipino Luis Antonio Tagle contra o ainda favorito, o italiano Pietro Parolin. Algumas casas, aliás, como a William Hill, colocam ele na frente.
Na casa de aposta Polymarket, Tagle aparece entre 21% e 23%, um crescimento se comparado a essa quarta-feira (7). Já Parolin, que chegou a ter 30%, agora possui 27%, de preferência chegando até a ter chegado a 25% em alguns momentos.
O site Oddschecker, uma espécie de agregador de apostas, coloca Parolin com 29% e Tagle com 22%. Em terceiro e quarto lugar outros dois italianos: Pierbattista Pizzaballa, com 13%, e Matteo Zuppi, com 11%.
Cardeal Luis Antonio Tagle. — Foto: Reprodução/Wikipedia
Com décadas de experiência pastoral — ou seja, liderou a Igreja diretamente entre o povo, poderia se tornar o primeiro papa asiático. É pró-prefeito da Seção para a Primeira Evangelização e Novas Igrejas Particulares do Dicastério para Evangelização. É grão-chanceler da Pontifícia Universidade Urbaniana, em Roma, e Arcebispo Metropolitano Emérito de Manila.
A Igreja Católica é extremamente influente nas Filipinas, onde cerca de 80% da população é católica. Atualmente, o país conta com um número recorde de cinco cardeais — o que pode se traduzir em uma frente de apoio importante, caso todos respaldem Tagle.
Considerado moderado nos parâmetros da Igreja, já foi apelidado de “Francisco asiático” pelo compromisso com questões sociais e empatia com migrantes. Tagle é contra o aborto, que classifica como “uma forma de assassinato” — posição alinhada com a doutrina da Igreja, que considera que a vida começa na concepção. Também já se manifestou contra a eutanásia.
Mas, em 2015, quando era arcebispo de Manila, defendeu uma reavaliação da postura “severa” da Igreja diante de pessoas LGBTQIA+, divorciadas e mães-solo. Disse que o rigor causou danos duradouros e deixou essas pessoas com a sensação de terem sido “marcadas”, afirmando que cada indivíduo merece compaixão e respeito.
Tagle entrou no seminário interdiocesano de São José, em Manila, cuidado por Jesuítas. Estudou Filosofia na Universidade Ateneu de Manila e Teologia na Escola Loyola de Teologia. Ordenado padre em fevereiro de 1982, foi diretor espiritual do Seminário Diocesano Teológico em Imus durante 3 anos, depois se tornando reitor. Foi professor universitário e de seminários durante anos, integrando as atividades da Conferência de Bispos e da Federação de Conferências Episcopais da Ásia, sendo um palestrante apreciado.
Em outubro de 2001, foi nomeado bispo de Imus e ordenado em dezembro do mesmo ano. A juventude tinha seu foco especial e fazia transmissões ao vivo da liturgia pela internet. Dez anos depois, se tornou Arcebispo de Manila. Foi elevado a Cardeal pelo Papa Bento XVI em novembro de 2012, tendo participado do Conclave que elegeu Francisco.
Em 2015, se tornou presidente da Caritas Internacional e, em 2019, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos.
Luis Antonio Tagle é membro do Colégio Cardinalício e dos Dicastérios: para a Cultura e Educação; para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica; para as Igrejas Orientais; para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos; para os Textos Legislativos; para o Diálogo Interreligioso; para a Evangelização – Seção para a primeira evangelização e as novas Igrejas particulares.
Tagle ainda participa da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica e faz parte da Comissão para a Supervisão do Instituto para os Trabalhos de Religião.