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Política Nacional

Campanha de Nunes protocola ação contra Lula e Boulos por propaganda antecipada

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O documento pede que Lula e Boulos sejam processados e que o valor máximo da multa seja aplicado (R$ 25 mil); para o MDB, houve pedido explícito de votos pelo presidente da República fora do período eleitoral

O diretório municipal do MDB de São Paulo, partido do prefeito Ricardo Nunes, protocolou nesta quinta-feira (2) uma ação na Justiça Eleitoral que pede aplicação de multa contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), principal adversário de Nunes na disputa pela Prefeitura da capital paulista até o momento. Os autores alegam que Lula e Boulos fizeram propaganda antecipada em ato das centrais sindicais no 1º de Maio, marcado por um pedido explícito de votos por parte do petista.

No palco do evento das centrais sindicais, Lula chamou Boulos de candidato, apesar de o período de convenções e registros de candidatura só se abrir em julho. “Ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. E eu vou fazer um apelo: cada pessoa que votou no Lula, em 1989, em 1994, em 1998, em 2006, em 2010 e em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo”, disse.

O documento, protocolado pelo MDB na 2ª Zona Eleitoral da capital paulista, pede que Lula e Boulos sejam processados por propaganda antecipada e que o valor máximo da multa seja aplicado (R$ 25 mil). Além disso, solicita a exclusão de vídeos e a proibição de uso por parte da campanha. Para o partido, houve pedido explícito de votos pelo presidente da República fora do período eleitoral, “com a inteira concordância e anuência de Guilherme Boulos, que se engajou claramente no ilícito praticado em seu favor” e replicou o conteúdo nas suas redes sociais.

O MDB ainda sinaliza na peça que o partido pode voltar a acionar a Justiça após o registro de candidatura de Boulos, cujo prazo final é 15 de agosto deste ano, sob o argumento de que o “comício eleitoral” realizado com recursos públicos e uso de estrutura sindical pode caracterizar “abuso de poder econômico e de autoridade”. Uma ação do tipo, se acatada pela Justiça Eleitoral, poderia levar até mesmo à cassação do registro de Boulos e a inelegibilidade de Lula por oito anos.

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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, falou publicamente sobre o episódio nesta quinta-feira (2) durante a inauguração de um trecho de faixa azul para motos próximo à Praça Heróis da FEB, no bairro Santana, na zona norte. Nunes afirmou que está “claro para todo mundo” que houve crime eleitoral, mas evitou responder se defende uma punição mais rigorosa e não simplesmente a aplicação de uma multa contra Lula e Boulos. “É triste o presidente se submeter a um papel desses de vir aqui fazer palco eleitoral. É como se tivesse aberto uma guerra contra mim”, disse.

“É muito claro para todo mundo, ainda mais usando recurso público, que não se pode fazer um palanque, pedir voto. Eu falei aqui que a faixa azul é importante continuar e que vou colocar no meu plano de governo. Se ano que vem for eu ou outro, que coloque. Você tem que manter uma certa civilidade, e não fazer as ações do jeito que estão fazendo, utilizando a máquina, baixando Brasília inteira para fazer aquilo.”

O prefeito completou dizendo que a Justiça Eleitoral é quem vai decidir. “Só espero que a regra seja igual para todos e que todas as decisões que forem tomadas sejam aplicadas de maneira igual para todo mundo”, afirmou o prefeito”, afirmou. A pré-campanha pela Prefeitura de São Paulo tem sido marcada por disputas judiciais. Apesar de um de seus principais aliados, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ter sido declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (PT) até 2030, Nunes negou que a declaração seja uma referência ao caso.

O emedebista também aproveitou o episódio para alfinetar a quantidade de pessoas no ato de 1º de Maio, considerada pequena pelo próprio Lula. O prefeito alegou que todas as suas agendas no Dia do Trabalho, como uma missa ao ar livre e outros eventos religiosos, estavam “lotadas”, diferentemente do evento no estacionamento do estádio do Corinthians, em Itaquera, zona leste. Em cerca de dois minutos de conversa com jornalistas, Nunes citou o público esvaziado em três momentos diferentes.

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Outros candidatos judicializam o caso
A ação protocolada pelo MDB é uma das primeiras reações concretas dos adversários de Boulos no pleito relativa ao ato das centrais sindicais. Outros pré-candidatos, como Kim Kataguiri (União Brasil) e Marina Helena (Novo), anunciaram que também devem entrar na Justiça contra Boulos. Também nesta quinta-feira (2), a Justiça acatou, em caráter liminar, um pedido do Novo para derrubada da reprodução do 1º de Maio nas redes pessoais de Lula. O vídeo já havia sido apagado anteriormente do canal do governo no Youtube, por iniciativa própria, mas seguia disponível na conta do petista.

A deputada federal Tabata Amaral (PSB), em terceiro nas pesquisas atuais, disse que sua equipe jurídica ainda avalia o caso. Seu partido faz parte do núcleo duro do governo Lula e tem entre seus quadros o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que inclusive estava no palco do ato do 1º de Maio com boné da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Na quarta (dia 1º), o coordenador da pré-campanha de Boulos, Josué Rocha, afirmou em nota que Nunes “tenta criar uma cortina de fumaça para despistar o uso de eventos oficiais da Prefeitura, realizados com dinheiro público, para a promoção de sua candidatura à reeleição” e que “ele é quem deve explicações à sociedade”.

O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, argumentou que Lula não pediu votos e que a fala do presidente está dentro da lei. “A manifestação do presidente não pode ser enquadrada como propaganda eleitoral antecipada ou mesmo teria o escopo de influenciar as eleições”, declarou. “O que ocorreu foi uma manifestação de apoio político, de menção ao cargo a ser disputado e da plataforma de governo a ser defendida. A legislação eleitoral permite falar sobre tudo isso. A fala está enquadrada nas permissões da lei e não nas vedações. Não houve conduta eleitoral vedada.”

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Política Nacional

STF rejeita questionamentos das defesas e retoma nesta quarta-feira o julgamento de Bolsonaro e aliados

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Ministros da Primeira Turma se reúnem às 9h30 para a análise do mérito da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República sobre suposta trama golpista em 2022

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou, nesta terça-feira (25), os pedidos preliminares das defesas dos acusados de participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado. Com isso, o julgamento prossegue nesta quarta-feira (26) para a análise do mérito da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Entre os denunciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados.

A PGR acusa Bolsonaro e seus aliados de envolvimento em um plano para deslegitimar o resultado das eleições de 2022, incluindo crimes como organização criminosa, tentativa de golpe de Estado e dano qualificado ao patrimônio público. Segundo a denúncia, os acusados teriam promovido desinformação, incentivado atos antidemocráticos e articulado estratégias para subverter a ordem constitucional.

Rejeição de pedidos preliminares

Os ministros do STF negaram cinco questionamentos das defesas, incluindo:

  • Suspeição de ministros: foi rejeitado o pedido para afastar Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin do julgamento;
  • Competência do STF: a Primeira Turma confirmou que tem atribuição para julgar o caso, sem necessidade de envio ao plenário;
  • Legalidade da investigação: não foram reconhecidas irregularidades na coleta de provas e na condução do inquérito pela Polícia Federal;
  • Fatiamento da denúncia: a divisão do processo por núcleos foi considerada válida;
  • Anulação da delação de Mauro Cid: o STF manteve a colaboração premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, afastando alegações de coação.
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Caso a denúncia seja aceita, os acusados se tornarão réus e responderão a uma ação penal no Supremo, com a possibilidade de aplicação de penas severas, incluindo a inelegibilidade e prisão, dependendo do desenrolar do julgamento. Na próxima fase do processo, as defesas terão oportunidade de apresentar provas, indicar testemunhas e solicitar diligências para contestar as acusações. A instrução processual ficará sob responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes, que supervisionará a coleta de novos elementos e determinará os próximos passos da ação.

A decisão desta terça-feira reforça a tendência de que a denúncia seja aceita por unanimidade, seguindo o entendimento predominante na Corte. A Primeira Turma do STF é composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux. Este último manifestou uma posição divergente em relação a alguns pontos do julgamento. Embora tenha acompanhado a maioria em rejeitar os pedidos preliminares das defesas, Fux demonstrou preocupações quanto à sinceridade de Cid em sua delação e à delimitação da competência do STF no caso.

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Política Nacional

Sergio Moro comenta julgamento de Bolsonaro: “STF deveria mandar para primeira instância”

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Senador destacou a importância de garantir um julgamento justo e criticou a politização do sistema judicial, que, segundo ele, compromete a integridade das decisões judiciais

Sergio Moro expressou preocupação com a discrepância entre as decisões judiciais no Brasil, trazendo à tona o caso de uma cabeleireira que pode ser condenada a 14 anos de prisão por vandalismo por ter escrito “perdeu mané” na estátua na frente do Supremo Tribunal Federal (STF), com um batom. “O próprio Supremo Tribunal deveria fazer um recuo, e jogar essa pena lá para baixo.” Ele comparou essa sentença severa com a situação de políticos envolvidos em corrupção que, em muitos casos, foram liberados. Essa comparação serviu como base para sua crítica à anulação de provas da Operação Lava Jato, um movimento que, segundo ele, impactou negativamente a imagem do Brasil no cenário internacional. O senador defendeu que o STF deveria reconsiderar as penas impostas aos manifestantes do dia 8 de Janeiro, sugerindo alternativas mais brandas, como serviços comunitários, em vez de longas sentenças de prisão.

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Em suas declarações, o senador também abordou a situação política e judicial do país, destacando que a imagem do Brasil em rankings de transparência internacional tem piorado. Ele enfatizou que o Brasil não deveria ser visto como um país que pune severamente crimes menores enquanto políticos corruptos permanecem impunes. Para ele, o STF deveria reavaliar suas decisões para evitar desgastes à sua imagem e promover justiça de forma equilibrada. O senador sugeriu que o tribunal poderia utilizar dispositivos legais para reduzir penas, especialmente para aqueles cuja participação em crimes foi de menor importância.

Além disso, o senador discutiu o julgamento de manifestantes e a politização de casos judiciais, como o do ex-presidente Jair Bolsonaro. “A melhor coisa que o Supremo pode fazer é mandar o caso para primeira instância.” O senador destacou a importância de garantir um julgamento justo e criticou a politização do sistema judicial, que, segundo ele, compromete a integridade das decisões judiciais. Ele também mencionou a necessidade de retomar a agenda anticorrupção no Brasil, que, em sua visão, foi deixada de lado nos últimos anos.

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Por fim, o senador fez um apelo para que o sistema judicial brasileiro se alinhe com práticas que promovam a justiça de maneira justa e equilibrada. Ele acredita que, ao fazer isso, o Brasil poderá melhorar sua imagem internacional e garantir que todos os cidadãos, independentemente de sua posição social ou política, sejam tratados de forma justa perante a lei. O senador concluiu suas observações enfatizando a importância de um sistema judicial que não apenas puna, mas que também reabilite e promova a justiça social.

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