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Medicina e Saúde

Câncer de esôfago: fique atento aos fatores de risco

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Tabagismo, álcool, bebidas e alimentos quentes podem causar a doença, que está entre as mais frequentes no Brasil

No Brasil, o câncer de esôfago (tubo que liga a garganta ao estômago) é o sexto mais frequente entre os homens e o 15º entre as mulheres (em ambos os casos, excetuando-se o câncer de pele não melanoma). É o oitavo mais frequente no mundo e a incidência em homens é cerca de duas vezes maior do que em mulheres. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 11 mil novos casos são registrados no país a cada ano.

O cirurgião oncológico da Oncoclínicas Espírito Santo, Luiz Fernando Mazzini, alerta que no início não há presença de sintomas. “Os primeiros sinais de que algo não vai bem estão relacionados ao sistema digestivo, como a dificuldade ou dor ao engolir alimentos. Náuseas, vômitos, perda de apetite e dor no peito também podem ser percebidos conforme a doença evolui”, conta o médico.

Responsável por mais de 90% dos casos, o carcinoma de células escamosas ou epidermóide é o tipo mais frequente de câncer de esôfago e está relacionado ao tabagismo e ao álcool. Outro tipo, menos comum, mas que também vale ficar atento, é o adenocarcinoma, que está associado à esofagite de refluxo e ao esôfago de Barrett, doença pré-cancerosa que afeta o revestimento do órgão.

Sintomas do câncer de esôfago

A maioria dos casos de câncer de esôfago são assintomáticos em fases iniciais, dificultando o diagnóstico, que geralmente ocorre em exames de rotina, por exemplo.

Os sintomas frequentes são:

 Dificuldade de deglutição – é o sintoma mais comum do câncer de esôfago. A disfagia (sensação de que a comida está presa na garganta ou no peito) é geralmente um sintoma causado por um câncer que obstrui a passagem dos alimentos e líquidos. Quando a deglutição se torna difícil, as pessoas costumam mudar a dieta e os hábitos alimentares sem perceber, passam a comer pequenas porções e a mastigar os alimentos lentamente;

Dor no peito – algumas pessoas descrevem uma sensação de pressão ou queimação no peito. Esses sintomas são frequentemente causados por outros problemas, como azia, e raramente são vistos como um sinal de que a pessoa possa ter câncer; e

Perda de peso – muitas pessoas com câncer de esôfago perdem peso sem causa aparente, dieta ou outras doenças que justifiquem. Os problemas de deglutição, redução do apetite e um aumento no metabolismo próprio do câncer são as causas. A perda de peso pode chegar a até 10% ou mais do peso corporal.

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Outros sintomas possíveis do câncer do esôfago podem incluir:

  • Rouquidão;
  • Tosse persistente;
  • Vômitos; e      
  • Hemorragia digestiva.

Principais fatores associados ao câncer de esôfago:

Consumo de bebidas muito quentes, acima de 65º;

Consumo de álcool;

Excesso de gordura corporal (refluxo e alterações metabólicas causadas pelo peso);

Tabagismo;

Exposição a ambientes com radiação ionizantes (raio X e Gama).

Apesar de não haver evidência para um rastreio regular, o aparecimento de qualquer sintoma destes acima, justifica a procura por um profissional especialista.

Diagnóstico do câncer de esôfago

Diante de um conjunto de sintomas, o primeiro exame para confirmar uma suspeita de câncer de esôfago é a endoscopia digestiva alta (EDA) com biópsia. Após confirmado o diagnóstico, devem ser feitos exames de imagem, com intuito de estadiamento, que irão orientar a melhor estratégia para combater a doença. Os mais usuais são:

Endoscopia – exame realizado com o paciente sedado em que um endoscópio com câmera avalia as paredes do esôfago. Durante a endoscopia, são retirados fragmentos de lesões identificadas;

Ultrassom endoscópico – uma sonda que emite ondas sonoras fica no final de um endoscópio. Este teste é feito ao mesmo tempo que a endoscopia digestiva alta e é útil para determinar o tamanho de um câncer de esôfago e o quanto ele cresceu em áreas próximas. Também ajuda a mostrar se os gânglios linfáticos foram afetados pelo câncer;

Broncoscopia – pode ser feita para cânceres que estão localizados na parte superior do esôfago. O intuito é ver se ele está próximo à traqueia ou brônquios (tubos que conduzem o ar da traqueia aos pulmões);

Toracoscopia e laparoscopia – são exames que permitem que o médico veja os gânglios linfáticos e outros órgãos próximos ao esôfago dentro do tórax (por toracoscopia) ou no abdômen (por laparoscopia) por meio de uma câmera. Também podem ser usados ​​para obter amostras de biópsia. São exames realizados com o paciente anestesiado; e

Tomografia computadorizada (TC) – a TC de tórax, abdome e pelve desempenha um papel crucial na detecção de linfonodos metastáticos, de metástases hematogênicas e também na avaliação do grau de acometimento local do tumor.

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Também deve ser realizada uma biópsia, em que o médico remove um pequeno pedaço de tecido com um instrumento passado pela endoscopia. É por meio dela que o diagnóstico do câncer de esôfago pode ser confirmado, e ela também é importante para a pesquisa de alterações moleculares que podem contribuir na escolha do melhor tratamento. 

Tratamento

O tratamento do câncer de esôfago pode ser feito com cirurgia, radioterapia e quimioterapia, de forma isolada ou combinada, de acordo com o estágio da doença e as condições clínicas do paciente.

Para alguns cânceres em estágios iniciais, a cirurgia pode ser usada para tentar remover o câncer e parte do tecido circundante normal. Pode ser combinada com outros tratamentos, como quimioterapia e/ou radioterapia.

A esofagectomia é um procedimento cirúrgico feito para remover parte ou a maior parte do esôfago, e tem o potencial de curar a doença. O comprimento do esôfago a ser removido depende do estágio do tumor e de onde ele está localizado. Durante a cirurgia, os gânglios linfáticos próximos também são removidos. Em seguida, são analisados no laboratório para ver se têm células cancerosas.

A radioterapia, procedimento que usa raios de alta energia (como raios X) ou partículas para destruir as células cancerosas, muitas vezes é combinada ao tratamento do câncer de esôfago. Pode ser usada antes da cirurgia (e junto com a quimioterapia, se possível), para tentar diminuir o câncer e torná-lo mais fácil de ser removido (tratamento neoadjuvante). Se for feita após a cirurgia, e associada à quimioterapia, tem o objetivo de matar quaisquer células cancerosas residuais.

Já na quimioterapia são administrados medicamentos por via intravenosa (injetada na veia) ou por via oral. Isoladamente, a quimioterapia raramente cura o câncer de esôfago – por isso é frequentemente administrada com radioterapia. A quimioterapia pode ser usada em momentos diferentes durante o tratamento do câncer de esôfago. Após a cirurgia, e associada à radioterapia, objetiva-se eliminar alguma célula cancerosa não visualizada. Antes da cirurgia, pode reduzir o tamanho do tumor.

Em cânceres avançados, a quimioterapia por ser um tratamento sistêmico, contribuindo no combate ao câncer localizado em outros órgãos.

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Pacientes cegos após mutirão de catarata; equipe trocou produto

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Nesta terça-feira (11), o Grupo Santa Casa de Franca (SP) apontou erro no caso dos pacientes que tiveram complicações pós-operatórias, incluindo perda da visão, após serem submetidos a cirurgias de catarata em um mutirão em Taquaritinga (SP). Segundo uma investigação da Santa Casa, as pessoas operadas foram vítimas de uso inadequado de produtos durante os procedimentos realizados no dia 21 de outubro de 2024.

O Grupo Santa Casa de Franca administra o ambulatório médico de Taquaritinga. A apuração concluiu que, na hora de fechar o corte da cirurgia, em vez de um soro de hidratação, a equipe médica utilizou uma substância que serve para assepsia superficial de pele e mãos.

– Em vez de seguir o procedimento correto — onde a clorexidina é utilizada para assepsia e o soro Ringer para o selamento da incisão — houve o acidente, no qual a clorexidina foi aplicada em substituição ao soro Ringer. Isso significa que no processo cirúrgico, a equipe médica/assistencial inverteu a ordem do uso dos produtos – disse o Grupo Santa Casa de Franca (SP).

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A conclusão surgiu após uma sindicância, iniciada há mais de três meses, desde que os pacientes apresentaram complicações. O Grupo Santa Casa já havia confirmado um erro, mas não tinha divulgado detalhes. Todas as informações serão entregues à Secretaria de Estado da Saúde. Após as constatações, todos os profissionais envolvidos foram afastados. As informações são do G1 e da Folha de S.Paulo.

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Entenda pré-eclâmpsia e síndrome de Hellp que afetaram cantora Lexa

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Cantora anunciou nas redes sociais a morte da filha recém-nascida, Sofia, que morreu três dias após o parto. Entenda complicações que provocaram o parto prematuro

A cantora Lexa anunciou nesta segunda-feira (10), nas redes sociais, a morte da filha recém-nascida, Sofia, que ocorreu três dias depois do parto. A artista relatou que teve pré-eclâmpsia com síndrome de Hellp, o que ocasionou o parto prematuro da bebê. 

A reportagem da Agência Brasil conversou com a médica ginecologista e obstetra Joeline Cerqueira, com área de atuação em Reprodução Humana, para explicar melhor o significado desses termos.

A pré-eclâmpsia é uma doença obstétrica que geralmente acontece depois da 20ª semana de gravidez e provoca a hipertensão arterial da gestante.

“A placenta é o órgão que vai nutrir o feto. Quando ela está se implantando no útero, os vasos do útero se abrem e aumenta a corrente de sangue que vai nutrir adequadamente o feto. E o que ocorre na placenta da mulher com pré-eclâmpsia? Esses vasos não conseguem mudar a conformação deles para se tornarem mais flexíveis e elásticos. E o sangue não flui adequadamente para a placenta e para o feto”, explica Joeline Cerqueira.

A sobrecarga da circulação provoca a hipertensão arterial, igual ou acima de 140/90 mmHg (14 por 9), e há perda de proteína na urina, a proteinúria.

A pré-eclâmpsia precisa ser tratada para não colocar a vida da mãe e do feto em risco. Entre os agravamentos possíveis estão a eclâmpsia e a síndrome de Hellp.

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A eclâmpsia é marcada pela ocorrência de convulsões generalizadas ou coma em gestantes.

A síndrome Hellp é outro tipo de complicação que provoca hemólise (fragmentação das células vermelhas do sangue na circulação), níveis elevados de enzimas hepáticas e diminuição do número de plaquetas.

Essa combinação mostra que alguns órgãos podem estar entrando em falência, como os rins e o fígado.

Apesar de não ser comum, também existe a pré-eclâmpsia ou eclâmpsia pós-parto, que ocorre na fase do puerpério em até 72 horas depois do parto. A complicação é responsável pela hipertensão arterial e crises convulsivas nesse período.

Causas e fatores de risco

A obstetra explica que até hoje a pré-eclâmpsia não tem uma causa específica identificada. Existem teorias, dentre as quais ela destaca a má implantação da placenta no processo da gestação.

Mas já se conhecem os principais fatores de risco:

  • Primeira gestação da mulher
  • Gravidez antes dos 18 e depois dos 40 anos
  • Pressão alta crônica
  • Diabetes
  • Lúpus
  • Obesidade
  • Pessoas da família com essas doenças
  • Gestação de gêmeos.

Prevenção e redução de riscos

A realização do pré-natal, com acompanhamento médico da gravidez e da pressão arterial, é a melhor forma de prevenir a pré-eclâmpsia e demais complicações.

“Existem medicações já testadas que diminuem consideravelmente as probabilidades de pré-eclâmpsia para as pacientes de risco. Uma delas é o cálcio. Outra é o AAS infantil. Elas usam essa aspirina em dose baixa de 100 mg a partir de 12 até 16 semanas de gestação”, diz Joeline Cerqueira. “É imprescindível o médico começar nesse período. Porque como é uma doença que se instala pela placenta, depois de 16 semanas a placenta já está toda formada. Então, não adianta começar uma profilaxia muito tarde”.

Sintomas

pré-eclâmpsia pode ser assintomática. Mas há sinais comuns, como:

  • Dor de cabeça forte que não passa com remédios
  • Inchaço no rosto e nas mãos
  • Ganho de peso em uma semana
  • Dificuldade para respirar
  • Náusea ou vômito após os primeiros três meses de gestação
  • Perda ou alterações da visão
  • Dor no abdômen do lado direito.
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Os sintomas da eclâmpsia podem ser dores de cabeça, de estômago e perturbações visuais antes da convulsão; sangramento vaginal; e coma.

Tratamento

O principal objetivo do tratamento para quem desenvolve o quadro de pré-eclâmpsia é o controle da pressão arterial. Podem ser usados hipotensores, medicações orais e injetáveis, para conseguir manter a pressão arterial abaixo de 14 por 9.

Também podem ser indicados: alimentação com baixo consumo de sal e de açúcar; repouso; aumento da ingestão de água; fazer acompanhamento pré-natal mais rigoroso.

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