Deputado federal do PP, que faz oposição a Casagrande, quer disputar o Senado no ano que vem. Seu partido, porém, está na base do governador, que deve disputar o mesmo posto
Pertencente à ala da oposição do PP – tanto ao governo federal quanto ao estadual –, o deputado federal Evair de Melo (PP) nutre a intenção de se candidatar ao Senado no ano que vem.
Em seu terceiro mandato na Câmara dos Deputados – reeleito em 2022 com 75.034 votos, sendo o mais votado do partido –, a intenção ganhou força após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem Evair foi vice-líder na Câmara, ter citado o apoio ao capixaba numa entrevista a uma rádio paulista em dezembro do ano passado.
“Se ele vier candidato ao Senado, vou estar do lado dele, ele vindo ou não para o meu partido. É um tremendo companheiro, gosto muito dele”, disse o ex-presidente ao se referir a Evair e a outros cotados para disputar o Senado em 2026.
Mesmo com a derrota de Bolsonaro nas urnas, em 2022, e sua inelegibilidade para 2026, Evair continua leal ao bolsonarismo e conta com o apoio do ex-presidente como principal cabo eleitoral no ano que vem.
O PP é um desses grandes partidos que, nacionalmente, está dividido entre o apoio ao governo Lula – com indicações, inclusive, em ministérios – e a fidelidade ao ex-presidente Bolsonaro, com algumas lideranças (incluindo o presidente nacional, Ciro Nogueira) fazendo oposição ferrenha à gestão petista.
No Espírito Santo, essa ambiguidade se repete. Ao mesmo tempo que o PP está na base aliada de Casagrande – e isso desde 2010 –, com indicações no 1º escalão, o partido também faz parte do governo de adversários políticos do governador, como no caso da gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos), em Vitória, onde o PP elegeu a vice-prefeita Cris Samorini.
Desde o mandato passado, Evair tem se colocado como oposição a Casagrande. Segundo ele, sempre contou com respeito e independência da liderança do partido com relação ao seu posicionamento. Porém, a situação agora é outra.
O PP continua fazendo parte da base de Casagrande, mas agora, tem chance real de ser o partido que indicará o nome para suceder o governador na disputa pelo Palácio Anchieta, no ano que vem.
O presidente estadual do PP, deputado federal Josias da Vitória, se reuniu com o governador e selou uma aliança para 2026.
Em troca do apoio do cobiçado partido de direita ao projeto do governo, o PP indicou um nome para o comando da robusta Secretaria de Desenvolvimento Urbano e colocou o nome de Da Vitória no jogo: ele é um dos seis cotados para suceder Casagrande na disputa pelo Palácio Anchieta.
Nesse sexteto, o primeiro da fila é o vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB). Mas também são cotados os prefeitos de Vila Velha e Cariacica, Arnaldinho Borgo (Podemos) e Euclério Sampaio (MDB), respectivamente; o ex-prefeito da Serra Sergio Vidigal (PDT) e o presidente estadual do Podemos, Gilson Daniel, além de Da Vitória.
Ainda que não seja o escolhido para concorrer, Da Vitória está, hoje, comprometido com o grupo do governo, que tem, como plano A, eleger Casagrande ao Senado. Nessa situação, como ficariam então as intenções de Evair?
“A direita estará unida no Espírito Santo”
Evair foi procurado pela coluna e questionado sobre a disputa ao Senado no ano que vem. Ele disse que tem conversado com seu grupo político, principalmente após a citação do ex-presidente. Perguntado se mudaria de partido, já que o PP, a título de hoje, deve apoiar Casagrande ao Senado, desconversou. Evair está filiado ao PP desde 2018.
“Depois do depoimento feito por Bolsonaro, do desejo que eu dispute o Senado, estou – além de cuidar do mandato, que é a prioridade – avaliando, ouvindo, conversando sobre o plano do Senado. A direita estará unida no Espírito Santo”, disse Evair.
Ele disse acreditar que o PP formará uma federação com o Republicanos – algo que vem sendo negociado desde 2023, mas sem avanço. “Eu acredito que PP, PL e Republicanos estarão juntos em 26 (…) Ainda tem muita coisa para acontecer no plano nacional. (Proposta da) Federação está muito avançada entre PP e Republicanos ou União. Ou, talvez, os três”.
Sobre a possibilidade de Da Vitória ser candidato ao governo, fez elogios: “Da Vitória está construindo um partido para todos, respeita minhas posições e minha relação com ele é sensacional. Da Vitória também está trabalhando muito e tem seus planos. Ele é quadro para disputar uma majoritária, tenho certeza que está preparado para todos os desafios em 2026.
Porém, ele não considera a possibilidade dele estar no mesmo grupo de Casagrande, a quem criticou: “Casagrande não sabe o que vai fazer da vida. Não existe essa agenda de estar no grupo. Quem disse que o governador terá grupo?”.
Evair deu a entender que o posicionamento do PP pode mudar até o ano que vem: “O projeto do PP será o melhor para o Espírito Santo, teremos muitas emoções até 2026, vai ter muita ‘barata voa’ ainda”.
Casagrande e Evair disputando o Senado?
Uma outra possibilidade seria a do partido disputar também uma vaga ao Senado, juntamente com o governador. Isso porque, no ano que vem, duas cadeiras estarão em jogo.
Segundo Da Vitória, o “sonho do Progressistas” seria o partido disputar a vaga ao governo e uma das vagas ao Senado, no grupo de Casagrande. Dessa forma, os dois deputados federais do PP seriam contemplados: Da Vitória na disputa pelo Palácio Anchieta e Evair na disputa ao Senado.
“Esse arranjo, com a concordância dos demais partidos, seria um sonho para o Progressistas. Mas, o tempo vai definir as viabilidades. Uma coisa é certa: estaremos na majoritária”, disse Da Vitória, que em 2022 tentou se viabilizar para disputar o Senado, mas acabou recuando após o grupo de Casagrande decidir apoiar a senadora Rose de Freitas (MDB).
Com a proteção dos direitos das crianças e adolescentes não se brinca. Por isso, a Secretaria de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social (Setades) promove, na próxima sexta-feira (21), a quarta edição do bloco de carnaval “Não pule a minha infância”. A iniciativa acontecerá durante o primeiro dia do desfile das escolas de samba, no Sambão do Povo, que abre oficialmente o Carnaval de Vitória. A iniciativa integra as estratégias de ação da equipe estadual do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti-ES), para o ano de 2025. O principal objetivo é sensibilizar e informar o público capixaba sobre os graves danos, individuais e sociais, quando crianças e adolescentes são explorados laboral e sexualmente. Com material informativo, os quase 200 voluntários farão abordagens e panfletagens direcionadas ao público presente. O bloco também desfilará na avenida com carro de som, bateria e hino de carnaval próprio, logo após a finalização do desfile da primeira escola. A Campanha de Enfrentamento ao Trabalho Infantil é uma proposta de caráter nacional, promovida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), que buscam sensibilizar, mobilizar e articular os agentes institucionais governamentais e da sociedade civil para prevenir e erradicar todas as formas de trabalho infantil e assegurar a proteção ao adolescente trabalhador.
A secretária de Estado de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social, Cyntia Figueira Grillo, que participará do bloco, destacou as parcerias fundamentais para a ação, além de frisar a importância da campanha.
“A ameaça aos direitos a e dignidade de nossas crianças e adolescentes é uma das facetas mais graves e complexas em nossa sociedade, que exige uma abordagem por diversas frentes. E somente por meio de um trabalho articulado e, em conjunto, um problema dessa magnitude pode e vem sendo enfrentado”, afirmou Cyntia Grillo
Além dos servidores da Setades, o bloco contará com a participação das equipes municipais que compõem o Sistema de Garantia dos Direitos das Crianças e Adolescentes, como o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil da Região Metropolitana (Vila Velha, Vitória, Serra e Cariacica).
Os partidos PSD, PP, PT e Psol anunciaram, na sessão ordinária, a adesão ao bloco parlamentar que já contava com o Podemos, PSB, União, PSDB e PDT
Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (12), os deputados deram mais um passo para a composição das 18 comissões permanentes da Casa, já que mais quatro partidos se juntaram ao bloco governista: PSD, PP, PT e Psol. Com isso, o “blocão” totaliza 19 parlamentares de 9 partidos – Podemos, PSB, União, PSDB e PDT já faziam parte.
Vale lembrar que, segundo o artigo 31 da Resolução 2.700/2009, a montagem dos colegiados garantirá, na medida do possível, a representação proporcional das siglas políticas ou blocos parlamentares. Esse é o modelo que Assembleia Legislativa (Ales) vem adotando.
Líder do governo, Vandinho Leite (PSDB) disse que o movimento promove “sustentação importante ao governo”. “Nosso objetivo em si é o diálogo no fechamento das comissões e dos debates internos aqui da Casa. Mas a verdade também é que é necessário que o governo tenha tranquilidade na Casa e um bloco que chega agora com 19 parlamentares, quase dois terços dos parlamentares, dá uma tranquilidade enorme ao governo Casagrande”, observou.
O outro bloco parlamentar existente na Casa é composto por PL, Republicanos e PRD, reunindo 10 membros. Fora dos blocos ainda está o partido Rede, do recém-empossado deputado Fábio Duarte.