Segundo boletim do Ministério da Saúde, com 12 mil casos em fevereiro, o Espírito Santo está em estado de alerta para a doença
Não é somente a dengue que preocupa as autoridades de saúde. Os casos de covid-19 no Brasil, também. Atualmente o Espírito Santo encontra-se em estado de alerta para a doença, segundo o Ministério da Saúde. Em fevereiro foram confirmados quase 12 mil casos da doença. A taxa de incidência na 8° semana do ano foi de 92,4 pessoas contaminadas para cada grupo de 100 mil habitantes.
Segundo o último boletim da pasta, o Espírito Santo ocupa o 3° lugar no ranking de estados com a maior taxa de incidência de covid-19 no país, ficando atrás apenas de Goiás e Roraima.
O Carnaval e a circulação de uma nova variante do vírus contribuíram para o aumento. Na semana seguinte à festa foi registrado o maior número de casos: 4.473 no total, o que representa um terço de todos os casos registrados este ano.
Índice de positividade
O índice de positividade nos testes realizados no Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen-ES) subiu 11% em um mês. Em janeiro, a taxa ficou em 37%. No mês seguinte, fevereiro, subiu para 48%.
O número de amostras coletadas para exame também aumentou, saltou de 1.700 em janeiro para 6 mil no mês passado.
“O vírus da covid-19, o SarsCov-2, continua circulando no nosso meio e é um vírus em mutação. A medida em que ele vai produzindo novas variantes, ele continua sendo transmitido entre as pessoas. E eventos que fazem grande agregação de pessoas tendem a alimentar mais esse processo de transmissão e acelerar a intensidade dele”, afirma o médico infectologista Crispim Cerutti.
Preocupada, a auxiliar de serviços gerais, Jaciara Gomes levou o filho para vacinar contra a doença. Nesta quarta-feira, foi a vez da vacina da dengue, mas ela aproveitou para agendar também a 2° dose da vacina contra covid.
“Ele tomou no ano passado a primeira dose. Agora é aproveitar e dar logo as duas vacinas”, disse.
Miguel tem 11 anos. Corajoso, deixou o medo da agulha de lado e colocou a saúde como prioridade. “Eu tô com medo, mas sei que a proteção é importante, tomar vacina. Tem que se prevenir”.
Para conter o avanço da variante XBB no Brasil, o Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (6) a chegada de uma nova vacina. A previsão é que ela esteja disponível já no final de março. A vacina é monovalente, ou seja, é aplicada em dose única, e pode ser tomada a partir dos 5 anos. Inicialmente, o SUS vai ofertar para os grupos prioritários.
Kits de resinas comercializados online prometem um novo sorriso, mas Conselhos de Odontologia alertam para riscos à saúde bucal
Kits de resinas termoplásticas e “bolinhas fixadoras”, vendidos em plataformas de e-commerce, têm viralizado nas redes sociais. Em vídeos divulgados no “TikTok”, eles passaram a ser conhecidos como “dentes da Shopee”.
Em alguns vídeos, os criadores de conteúdo divulgam os produtos, vendidos entre R$ 20 e R$ 40. Nas publicações, é mostrado até mesmo o passo a passo de como “renovar o sorriso”.
O que são os “dentes da Shopee”?
Nos anúncios dos chamados “dentes da Shopee” são descritos como uma massa ou dentes termoplásticos, ou seja, que se molda conforme a temperatura.
Além disso, os itens têm a intenção de ser uma “solução temporária” para uma futura correção nos dentes.
Entre os principais produtos comercializados estão as “resinas” ou “massas de restauração”, os kits de lente dental, também anunciados como “snap on”, os clareadores dentais e as “joias de dentes”.
Além disso, também há anúncios de toxina botulínica, utilizada para tratamentos de harmonização orofacial, a preços muito abaixo do praticado no mercado.
“Itens colocam em risco a saúde da população”, diz CRO-ES
Procurado pela reportagem, o presidente do Conselho Regional de Odontologia do Espírito Santo (CRO-ES), Luzimar Gomes de Oliveira Pinheiro, explicou que os produtos colocam a saúde da população.
Isso ocorre, pois, com o intuito de resolver um problema provisório, podem gerar questões mais graves.
“Com o intuito de resolver um problema estético provisório, podem causar cáries, inflamações gengivais, disfunção na mordida, alergias e toxicidades em decorrência do material não aprovado pelos órgãos de saúde”, descreve o presidente do CRO-ES,
Órgãos vão combater a comercialização dos produtos
O Conselho Federal de Odontologia (CFO) informou que foi tomada a decisão de combater a comercialização desse tipo de mercadoria e enviar os ofícios às empresas de comércio eletrônico com a recomendação para os anúncios serem retirados do ar.
“Vamos recomendar às grandes empresas de e-commerce que tirem os anúncios do ar e que sejam parceiras do Conselho Federal de Odontologia na proteção da saúde dos brasileiros”, disse Claudio Miyake, presidente do CFO.
Além de aumentar o risco de doenças cardiovasculares e diabetes, a obesidade também impacta diretamente a saúde ocular, contribuindo para o desenvolvimento de enfermidades
A obesidade é um problema de saúde global que vai muito além do aumento do peso. No Brasil, os casos de obesidade crônica cresceram 67,8% nos últimos 13 anos, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, até 2025, 2,3 bilhões de adultos em todo o mundo estarão acima do peso, sendo 700 milhões com obesidade.
Além de aumentar o risco de doenças cardiovasculares e diabetes, a obesidade também impacta diretamente a saúde dos olhos, contribuindo para o desenvolvimento de enfermidades como a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) e a Retinopatia Diabética, as quais estão entre as cinco principais causas da cegueira.
Obesidade afeta a saúde dos olhos: entenda os riscos
A obesidade, especialmente a abdominal, está associada a um aumento na produção de radicais livres, moléculas que danificam células saudáveis, proteínas e até o DNA.
Esse processo prejudica a capacidade do corpo de regenerar tecidos, incluindo os da retina, a parte do olho responsável pela visão.
Além disso, a obesidade está ligada a um estado crônico de inflamação sistêmica, que pode acelerar o envelhecimento celular e aumentar o risco de doenças oculares.
Entre as doenças que afetam os olhos relacionada à obesidade é a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI).
Ela é uma das principais causas de perda irreversível da visão central em adultos acima de 50 anos, que afeta a mácula, a região central da retina responsável pela visão de detalhes.
Um estudo conduzido por Ng Yin Ling e sua equipe, demonstrou que a obesidade abdominal, medida pela relação cintura-quadril, está associada a um maior risco de desenvolver DMRI, especialmente em populações ocidentais.
A inflamação crônica e o estresse oxidativo causados pelo excesso de gordura corporal danificam as células da retina, aumentando o risco de degeneração macular seca, a forma mais comum da doença.
Já a Retinopatia diabética é uma complicação do diabetes, também está fortemente ligada à obesidade.
Uma revisão sistemática liderada por Fu S., Zhang L. e seus colegas revelou que a obesidade abdominal, medida pelo perímetro da cintura e pela relação cintura-quadril, está associada a um risco aumentado de retinopatia diabética tanto em pacientes com diabetes tipo 1 quanto tipo 2.
Tratamentos disponíveis e novas terapias
O tratamento de doenças oculares como a DMRI úmida e avançou significativamente. Entre as opções terapêuticas disponíveis estão:
Anti-VEGF (Fator de Crescimento Endotelial Vascular): injeções intravítreas de medicamentos anti-VEGF são o tratamento padrão para a DMRI úmida. Esses medicamentos bloqueiam o crescimento de vasos sanguíneos anormais e reduzem o vazamento de fluidos na retina, ajudando a preservar a visão. Estudos clínicos demonstram a eficácia de fármacos como ranibizumabe, aflibercepte e bevacizumabe.
Laser Fotocoagulação: o laser é usado principalmente em casos de retinopatia diabética para selar vasos sanguíneos que vazam ou para reduzir o crescimento de vasos anormais. Embora eficaz, o tratamento a laser pode causar pequenas cicatrizes na retina, o que pode afetar parcialmente a visão periférica.
Novas terapias em estudo: pesquisas recentes estão explorando tratamentos promissores, como injeções intravítreas de longa duração para reduzir a inflamação e o edema macular. Além disso, estudos clínicos estão testando novos medicamentos que visam alvos moleculares específicos.
A prevenção continua sendo o caminho ideal para proteger a saúde dos olhos. Hábitos como manter um peso saudável, adotar uma dieta rica em antioxidantes (como frutas, verduras e peixes) e praticar exercícios físicos regularmente são medidas essenciais.
Além disso, consultas regulares ao oftalmologista e ao endocrinologista são fundamentais para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.
Alexandre Grobberio Pinheiro, professor doutor em Oftalmologia da UFES e diretor da Macrovisão Oftalmologia. Foto: Arquivo Pessoal
A obesidade não é apenas um problema estético ou cardiovascular; ela também representa uma ameaça à saúde dos olhos.
Com o aumento global dos casos de obesidade, é crucial conscientizar a população sobre os riscos associados a doenças como a DMRI e retinopatia diabética.
Cuidar do peso e da alimentação não só beneficia o corpo como um todo, mas também protege uma das nossas capacidades mais preciosas: a visão.