São Mateus – Os alunos e profissionais da Educação que retornaram às aulas e as atividades das escolas do município de São Mateus, não ficaram surpresos com o que encontraram. Até porque, o descaso, o abandono e a precariedade dos estabelecimentos da rede pública municipal de São Mateus são recorrentes e já haviam vivido todo esse drama ano passado e nos últimos sete anos.
As escolas, na sua maioria, continuam com os pátios cheios de mato, as dependências necessitando de limpeza e pintura, janelas e portas convites para entrada de vândalos e ventiladores quebrados, os que funcionam nem um sopro para amenizar um pouco o forte calor nas salas.
Existem salas em que, para se ligar um desses ventiladores, se faz necessário juntar um fio no outro para fazê-los funcionar. Um perigo.
Mas nada disso sensibiliza a administração pública do município. Não basta a dedicação dos professores, diretores (alguns) e de outros profissionais que trabalham nas escolas para mudar essa realidade. Se esforçam, mas não veem reciprocidade da secretária da Educação e muito menos do chefe do Executivo, prefeito Daniel Santana (sem partido). A motivação não existe, mas os mestres e os funcionários das escolas se desdobram para cumprir, com profissionalismo e responsabilidade o compromisso do sagrado dever de passarem conhecimento para seus alunos, futuro desta nação e, principalmente, do município de São Mateus.
Um fato emblemático que expõe a característica e a marca dessa administração, é a verba que foi destinada e depositada em conta da municipalidade pelo Governo do Estado, em 2021, para reforma da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Dora Arnizaut Silvares e nada foi feito. Os recursos, da ordem de R$ 5.400.000,00 na linguagem do povo “tomou doril e sumiu”. Eram para melhorar as condições de funcionamento digno do conhecido Caic, escola localizada no bairro Santo Antônio. O presidente da Câmara, Paulo Fundão (PP), tem cobrado insistentemente a reforma dessa escola à secretária de Educação Marília Silveira e o prefeito Daniel Santana e eles fazem “ouvidos moucos” ou “de mercador”, não dando nenhuma resposta ou satisfação à sociedade mateense. Desconfia-se que esses recursos não mais existem e supostamente podem ter tomado outro destino.
Os vereadores de oposição têm feito várias denúncias e os da situação tentam tapar o sol com a peneira, se omitem e demonstram receio em “desagradar o chefe”. E ainda tentam defender o que parece, aos olhos da população, o indefensável.
O curioso nesse debate que tem ocorrido nas sessões da Câmara, é alguns vereadores, desconhecendo o verdadeiro papel do legislador, cobrarem dos colegas da oposição que resolvam esses problemas, como se não fosse o papel constitucional do Executivo. Vale lembrar que o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Carlos Gratz, usou verba para asfaltar ruas num bairro de Vila Velha e teve seríssimos problemas que foi um dos fatores que desencadearam o seu “inferno astral”.
Para pais, mestres, alunos e a população em geral que acompanha e sofre na pele e no seu dia-a-dia, quando procura os serviços básicos da Prefeitura e trafegam pelas ruas e avenidas da cidade de São Mateus, recheadas de crateras e mato a atual administração do prefeito Daniel Santana foi a pior que o município e seu povo testemunhou. “O pesadelo precisa ter fim”, disse “ainda” esperançoso o morador do bairro São Pedro, Juscelino Damasceno da Cruz Viana. “Só não podemos trocar esse cara por outro do mesmo nível, já que pior é impossível”, completou. “E é preciso saber escolher melhor os vereadores porque tem uma meia dúzia ali que é um pé no saco”, finalizou.
Por parte da Prefeitura de São Mateus, não obtivemos qualquer resposta a esse cenário relacionado à Educação.