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Medicina e Saúde

Dengue e gripe lotam hospitais privados, e tempo de espera chega a 5 horas

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Pacientes enfrentam horas de espera nos prontos socorros de hospitais particulares que têm adotado medidas para contornar a situação

Há pelo menos dois meses uma cena tem se repetido não só nas unidades de saúde e hospitais públicos, mas também, na rede particular hospitalar da Grande Vitória. Recepções lotadas de pacientes em busca de atendimento e há casos em que a espera chega a cinco horas.  

O motivo, segundo representantes das unidades, é o aumento dos casos de dengue, gripe, bronquiolite, e até mesmo gastroenterite entre a população.

Moradora de Vila Velha, a professora de Educação Física, Fabíola Casotti enfrentou uma longa espera ao levar a filha de 3 anos ao Pronto Socorro de um hospital na cidade onde mora.

“Minha filha estava com sintomas gripais há alguns dias e apresentava um quadro de febre alta. Resolvi, então, levá-la ao PS Infantil do hospital e me deparei com uma situação que nunca tinha visto antes”, lembra. 

A cena a qual Fabíola menciona era a sala de espera do local lotada. Todos aguardando atendimento médico.

“Fui avisada de que o tempo de espera estava girando em torno de 2 horas, porém, foi muito além disso. Chegamos às 14h30 e só fomos atendidas às 19h. Por causa do grande movimento, até fazer os exames e ser medicada, só tivemos alta por volta das 23h. Já estive no mesmo local uma outra vez e não precisei esperar tanto tempo para ser atendida.”

A boa notícia é que a filha da professora respondeu muito bem ao tratamento e logo se recuperou. O fato é que basta circular pelos hospitais e unidades de saúde da Grande Vitória para constatar o relato de Fabíola. 

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No Vitória Apart Hospital, localizado na Serra, as longas horas aguardando atendimento levaram a unidade a modificar o modo de atendimento do Pronto Socorro. 

Para isso, uma estrutura na modalidade “fast track” foi montada no local onde havia antes um estacionamento de motos. O objetivo é agilizar os atendimentos, reduzindo o tempo de espera, em especial nos casos classificados como de baixa complexidade. 

A nova estrutura funciona em uma área ao lado do PS com consultórios destinados ao atendimento de pacientes classificados com pulseira verde ou azul (baixa gravidade). O espaço conta com clínico geral e pediatra.

Modelo já funciona em outros estados

Diego Viana, diretor regional da Athena Saúde no Espírito Santo, disse que a nova área não será temporária.  

“Não é algo temporário, é um novo fluxo de atendimento no hospital. Um atendimento rápido, moderno, como já acontece em praças como São Paulo. Montamos o espaço em tempo recorde para atender os pacientes de forma mais rápida, justamente nesse momento de sazonalidade de doenças respiratórias e de aumento de casos de dengue e Chikungunya. Quando eu passo a ter duas portas de Pronto Socorro, divido o fluxo de pacientes e automaticamente o atendimento ganha em agilidade. Dessa forma, conseguimos garantir qualidade e rapidez”, explica.

Desde que foi implementado, no último mês de abril, Rochele Viana, superintendente do hospital, afirma que pôde notar um tempo menor de espera por atendimento. 

Segundo ela, os pacientes que vão para lá chegam com queixas mais ambulatoriais, que podem ser resolvidas com uma consulta simples porque são casos sem gravidade.

“Dessa forma a gente evita que a pessoa fique esperando horas por um atendimento que é simples. Assim, deixamos o Pronto Socorro tradicional para o doente mais grave, que precisa de cuidados mais intensivos, aquele paciente que realmente é uma urgência.”

Foto: Leitor/whatsapp

No Pronto Socorro e Pronto Atendimento da Unimed adulto e pediátrico, ambos localizados na avenida Leitão da Silva, no bairro Itararé, em Vitória, o movimento de pacientes também é grande. 

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Os locais vêm enfrentando uma alta procura por conta da sazonalidade de doenças respiratórias, além do enfrentamento contínuo da dengue e das infecções causadas pelo covid-19. 

Segundo a rede prestadora, a demanda é priorizada conforme a gravidade e complexidade dos casos.

“Além disso, os pacientes também contam com o Pronto Atendimento Virtual 24h, disponibilizado por meio do aplicativo Unimed Vitória”, informou a rede hospitalar.

Alta demanda nas alas pediátrica e adulta

Já em Maruípe, o Hospital Santa Rita de Cássia é o que tem registrado uma demanda grande nas alas pediátrica e adulta. 

“As maiores demandas são para atendimentos a quadros respiratórios, comuns na época de outono/inverno, como gripe pela Influenza, além do aumento de casos de dengue e gastroenterite”, disse a Diretora Assistencial do Hospital Santa Rita, Graziella Veloso.

O hospital garante que, mesmo diante do grande movimento no local, todos os pacientes que chegam em busca de atendimento de urgência e emergência são atendidos. Também não foi necessário aumentar a equipe. 

Uma triagem para identificar os casos que precisam de atendimento prioritário é realizada.

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Dia Mundial de Combate à Tuberculose: SUS e Sistema Único de Assistência Social juntos no cuidado

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O Dia Mundial de Combate à Tuberculose é lembrado nesta segunda-feira (24), com o objetivo de intensificar os esforços para erradicar a doença, que tem cura e tratamento gratuito ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, que afeta prioritariamente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos.

Para auxiliar no acolhimento e no cuidado dos pacientes, SUS e o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no Espírito Santo estão cada vez mais integrados para garantir que as pessoas recebam o tratamento adequado e obtenham a cura da doença, além da proteção social. A coordenadora do Observatório de Tuberculose no Espírito Santo (Observa TB), Carolina Sales, informou que o projeto está desenvolvendo um fluxograma com os municípios considerando essa intersetorialidade. O Observa TB é desenvolvido pelo Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), por meio do Programa de Qualificação das Redes de Vigilância em Saúde (PQRSV), em parceria com o Laboratório de Epidemiologia da Universidade Federal do Espírito Santo (LabEPI/Ufes).

“O Espírito Santo é pioneiro no estabelecimento desse fluxograma entre Secretarias de Saúde e de Assistência Social, pois não basta o paciente ter acesso às medicações e aos exames se ele não tem o básico e não consegue se alimentar direito. Isso aumenta o risco de interrupção do tratamento da tuberculose. A integração entre o SUS e o SUAS não é importante apenas para a tuberculose, mas para as demais doenças determinadas socialmente”, explicou Carolina Sales.

Apesar de ser uma doença muito antiga, a tuberculose ainda é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Segundo dados do sistema de notificação e-SUS Vigilância em Saúde (e-SUS VS), o Espírito Santo registrou, em 2022, 1.625 novos casos de tuberculose. Em 2023, foram registrados 1.838 novos casos. Já em 2024, foram 1.952 novos casos e, até fevereiro deste ano, 305 novos casos.

A coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose, Ana Paula Rodrigues Costa, explicou que “há um aumento dos novos casos de tuberculose nos anos seguintes à pandemia da Covid-19, porque muitas pessoas que adoeceram naquele período não procuraram atendimento e não foram diagnosticadas em tempo oportuno”.

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Quanto aos óbitos no Estado, segundo dados extraídos do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), foram registrados 114 óbitos por tuberculose em todo o ano de 2022. Em 2023, foram registrados 132 óbitos, enquanto no ano seguinte foram 143. Até fevereiro deste ano, cinco óbitos foram registrados.

 

Tecnologia como aliada

Para prevenir o risco de interrupção do tratamento por uma pessoa com tuberculose, o Observa TB está desenvolvendo o aplicativo ANA. A ferramenta vai ajudar os profissionais de saúde na elaboração de ações para auxiliar os pacientes na continuidade do tratamento.

Ana Paula Rodrigues Costa reforça que a eliminação da doença é urgente, tendo em vista que dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que mais de 10 milhões de pessoas continuam adoecendo com tuberculose a cada ano e o número só cresce desde 2021. Estima-se que cerca de um quarto da população global tenha sido infectada pela bactéria e, após a infecção, o risco de desenvolver a doença é mais alto nos dois primeiros anos.

Em 2023, a tuberculose voltou a ser a principal causa de morte por um único agente infeccioso, após três anos em que foi substituída pela Covid-19, e causou quase o dobro de mortes que o vírus da imunodeficiência humana (HIV).

 

A tuberculose

É uma doença de transmissão aérea e se instala a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas em forma de aerossóis contendo bacilos. Calcula-se que, durante um ano, em uma comunidade, um indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas.

 

Sintomas

Os sintomas da infecção por Tuberculose podem ser observados quando o indivíduo apresenta tosse há mais de três semanas, febre no fim do dia, suor noturno, falta de apetite, perda de peso, cansaço e dor no peito. Esses sinais são importantes indicadores, especialmente se combinados, pois a tuberculose pode progredir e se tornar grave sem o tratamento adequado.

 

Tratamento

A porta de entrada para o diagnóstico e o trato da doença é na Atenção Primária à Saúde (APS) e o cidadão pode se dirigir à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima a sua moradia para a realização dos primeiros atendimentos e direcionamento ao tratamento, de acordo com a especificidade de cada caso, sempre com acompanhamento contínuo para garantir a adesão ao tratamento e evitar a propagação da doença.

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Vacinação com BCG

A vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin), ofertada no SUS, protege a criança das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea. É uma das vacinas mais antigas ainda em uso, implementada globalmente no século passado, especialmente em países com alta prevalência de tuberculose.

A tuberculose miliar ocorre quando a bactéria se dissemina pela corrente sanguínea, afetando múltiplos órgãos e tecidos. Os sintomas incluem febre persistente, fraqueza, perda de peso e sintomas relacionados aos órgãos afetados, como fígado, baço e pulmões. Essa forma pode evoluir rapidamente, levando à falência múltipla de órgãos e risco de vida.

A meningite tuberculosa, por outro lado, é uma infecção das meninges, as membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. A doença apresenta sintomas como febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez na nuca e alterações neurológicas, incluindo convulsões e perda de consciência. Essa condição pode causar sequelas graves, como danos neurológicos permanentes, que incluem comprometimentos motores, perda de audição, déficit cognitivo e, em casos mais extremos, paralisia e morte.

A vacina está disponível nas salas de vacinação das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e maternidades. Essa vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até os quatro anos, 11 meses e 29 dias.

 

Tratamento da Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB) ou Tratamento preventivo da Tuberculose (TPT)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um terço da população mundial está infectada pelo Mycobacterium tuberculosis e está em risco para desenvolver a doença. O tratamento para a chamada tuberculose latente (quando ainda não houve o desenvolvimento da doença) também está disponível no SUS.

É uma importante estratégia de prevenção para evitar o desenvolvimento da tuberculose ativa, especialmente nos contatos domiciliares, nas crianças e nos indivíduos com condições especiais, como imunossupressão pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).

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A cada 100 mil mulheres 15 podem ter câncer de colo de útero

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O mês de março é dedicado ao câncer de colo de útero. No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Para cada ano do triênio 2023-2025 foram estimados 17.010 casos novos, o que representa uma taxa bruta de incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres

O mês de março é dedicado ao câncer de colo de útero. No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Para cada ano do triênio 2023-2025 foram estimados 17.010 casos novos, o que representa uma taxa bruta de incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres. 

Na análise regional, ainda segundo o INCA, o câncer do colo do útero é o segundo mais incidente nas Regiões Norte (20,48/100 mil) e Nordeste (17,59/100 mil) e o terceiro na Centro-Oeste (16,66/100 mil). Já na Região Sul (14,55/100 mil) ocupa a quarta posição e, na Região Sudeste (12,93/100 mil), a quinta posição.

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Já a cor lilás foi a escolhida para simbolizar a doença que, no Hospital Santa Rita (HSR), em Vitória, ocupa o terceiro lugar no ranking dos tumores mais tratados pelos profissionais de saúde da instituição.

Em entrevista ao Saúde em Fórum, o oncologista clínico do HSR, Lourenço Cezana, falou sobre o assunto.

Quantos casos foram registrados pelo Hospital Santa Rita?

Foram 351 casos registrados no ano de 2024.

Qual a faixa etária mais atingida?

 A faixa etária das pacientes diagnosticadas está entre 30 e 50 anos, atingindo, na maioria, mulheres pardas (69,15%) e brancas (20,57%), com nível médio de instrução (31,95%). 

Qual a importância da vacinação do HPV em crianças?

A vacinação vale não só para as meninas, mas também para os meninos, entre 9 e 14 anos, preferencialmente – como uma das formas mais eficazes de combate à doença. Se ampliarmos a cobertura vacinal, temos a chance de reduzir, num futuro, em até 90% a incidência da doença. 

E para as mulheres adultas?

Para as mulheres sexualmente ativas, a partir de 25 anos, indica-se o exame preventivo Papanicolau como medida para diagnosticar precocemente o câncer.

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Exames citopatológicos do colo do útero realizados no SUS

 O exame citopatológico é o método de rastreamento do câncer do colo do útero, indicado para a população alvo de 25 a 64 anos, uma vez a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos normais (INCA, 2016; INCA, 2021). Essas recomendações visam garantir o balanço favorável entre riscos e benefícios do rastreamento. No Brasil, no período de 2018 a 2022, observa-se uma queda na realização de exames no ano de 2020 em consequência da pandemia de Covid-19. 

Em 2021 há um aumento no número de exames em relação à 2020, mas ainda inferior aos patamares alcançados nos anos anteriores à pandemia. Em 2022, já se observa um crescente aumento no número de exames em todas as regiões do país. Nas regiões Norte e Nordeste os valores superam o quantitativo anterior à pandemia.

 

FONTE: Saúde em Fórum.

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