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Política e Governo

‘É no mínimo estranho’, diz presidente da OAB-ES sobre antecipação da eleição da Mesa Diretora da Ales

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Entidade entrou com uma Ação Civil Pública, nesta terça, pedindo a anulação do pleito, que reconduziu ao cargo de presidente da Casa o deputado Erick Musso

A polêmica eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), antecipada em mais de 400 dias, será analisada pela Justiça Federal. A Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES) entrou com uma Ação Civil Pública, nesta terça-feira (03), pedindo a anulação do pleito, que reconduziu ao cargo de presidente o deputado estadual Erick Musso (Republicanos).

A ação também questiona a emenda à Constituição que prevê a antecipação da eleição. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 28/2019 foi aprovada no dia 25 do mês passado e, dois dias depois, o processo eleitoral já havia sido realizado. A eleição aconteceu mais de um ano antes da data prevista inicialmente, que é dia 1º de fevereiro de 2021.

“É no mínimo estranho você ter uma eleição 432 dias antes. Eu repito esse dado porque dói no ouvido você imaginar sendo lícita e possível uma eleição com tamanha antecipação. Se é manobra de grupo A, B ou C, a Ordem não faz parte de grupo. O que a Ordem quer é manter a democracia imperando no Estado do Espírito Santo e que, se for para haver uma reeleição, que aconteça, mas que pelo menos seja feita próxima à data de posse. Se o momento político pede essa antecipação, a sociedade precisa entender e debater”, ressaltou o presidente da OAB-ES, José Carlos Rizk Filho.

Após a repercussão do caso, ainda na semana passada, a Comissão de Constituição da OAB-ES iniciou um estudo sobre a legalidade da eleição da Mesa Diretora da Assembleia e concluiu que o processo de constituição da PEC não respeitou procedimentos internos básicos. “Não houve a comissão específica que deveria ser enviada, não respeitou processos legislativos básicos e concluiu que o trâmite interno não foi lícito”, explicou Rizk Filho.

“A nossa ação, além de questionar a própria PEC em si, questiona também o processo eleitoral que foi engendrado, ou seja, falta de aviso, falta de prazo, cinco minutos para se inscrever uma outra chapa. O Espírito Santo não pode voltar a ter um tempo no qual a democracia não pode ser posta em prática. Nós entendemos que uma Casa de Leis, qualquer que seja ela, independentemente do presidente que lá esteja, precisa respeitar princípios democráticos básicos: um edital, tempo de inscrição de outras chapas, uma publicização”, acrescentou o presidente da OAB-ES.

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Prevista para ser apreciada até a próxima sexta-feira (06) pela Justiça Federal, a Ação Civil Pública, caso seja acolhida, poderá resultar na suspensão parcial ou total da eleição da Mesa Diretora. Por outro lado, caso a Justiça Federal entenda pela manutenção da PEC, a Ordem propõe que a mudança passe a valer somente na próxima legislatura, ou seja, a partir de 2023.

Repercussão no plenário

A ação encaminhada pela OAB-ES à Justiça Federal foi assunto no plenário da Assembleia Legislativa nesta terça-feira. Durante sessão ordinária, na fase das comunicações da Casa, o deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), ex-líder do governo na Ales, criticou duramente a OAB. Segundo o parlamentar, essa ação pode resultar também em uma possível anulação da votação da reforma da Previdência estadual.

“Eu não entendi qual foi o critério que o presidente da Ordem adotou. Não sei se foi empolgação, não sei se foi a pedido, mas o que eu li na peça, no argumento principal, é que nós estamos diante, se a ação dele prosperar, de anular a PEC da Previdência que nós votamos aqui. Porque o assunto principal que ele alegou foi a questão da comissão especial, e a PEC da Previdência também foi aprovada por comissão especial”, frisou Enivaldo dos Anjos.

“A Ordem está correndo um risco de, se prosperar a ação federal deles, a Assembleia ter que anular a eleição da Mesa e anular a aprovação da PEC da Previdência, o que vai dar um transtorno e vai voltar uma discussão. Porque aí aqueles deputados que votaram contra a PEC da Previdência vão crescer na parada. Quer dizer, não adiantou praticamente nada o esforço que nós fizemos de, sessões atrás de sessões, para aprovar a PEC, que era necessário aprovar”, completou o deputado.

Enivaldo dos Anjos disse ainda que a OAB-ES não deveria se intrometer em assuntos internos da Assembleia. “Ela devia cuidar da vida dela e não se meter em parlamento. Porque parlamento é voto, é maioria, e ela não tem que ter a intromissão aqui, porque acabou comprometendo o estado do Espírito Santo com a PEC da Previdência, que nós já aprovamos aqui”, afirmou.

O próximo deputado a discursar na tribuna foi Dary Pagung (PSB), vice-líder do governo na Assembleia, que aproveitou para rebater as declarações de Enivaldo e defender a ação da OAB-ES. “Essa Casa é realmente democrática, essa Casa decide no voto, mas quando o jogo sai das quatro linhas, precisamos recorrer ao Poder Judiciário. Então quero dizer para o Enivaldo que tudo tem limite”, disparou Pagung, que na semana passada esteve na OAB-ES e pediu para que a instituição analisasse a legalidade da eleição da Mesa Diretora.

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Gandini também questiona

Na segunda-feira (02), o deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania) entrou com um mandado de segurança na Justiça pedindo a anulação da eleição antecipada da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Segundo Gandini, muitos parlamentares sequer sabiam que a eleição ocorreria na última quarta-feira (27), mais de 450 dias antes do previsto.

Gandini foi um dos cinco deputados que votaram contra a chapa única, encabeçada por Erick Musso. Outros 24 votaram favoravelmente. Gandini classificou o processo como antidemocrático.

“Quem detinha a informação de que tinha eleição construiu uma chapa e ela ficou como chapa única, então não permitiu a participação de ninguém no processo. Eu alertei, inclusive no mesmo dia, ao presidente que estava dirigindo a Casa no momento, que a gente precisava de mais prazo”, afirmou.

Aprovação da Emenda Constitucional

A Emenda Constitucional, aprovada com a votação de 25 dos 30 deputados estaduais, permitiu a antecipação da eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Inicialmente prevista para acontecer no dia 1ª de fevereiro de 2021, a eleição da Mesa Diretora foi antecipada com a justificativa de interferência do processo eleitoral municipal em 2020.

Para José Carlos Rizk Filho, no entendimento da OAB-ES, a emenda que possibilitou a antecipação da eleição na ALES não é constitucional. Se a Justiça Federal aprovar a solicitação da OAB, a reeleição de Musso poderá ser anulada.

A eleição

Erick Musso foi reeleito para o biênio 2021-2023 no último dia 27. Na ocasião, apenas uma chapa foi registrada, composta por Erick Musso, como presidente; Marcelo Santos (PDT), como 1° vice-presidente; Torino Marques (PSL), 2° vice-presidente; Adilson Espíndula (PTB), 1° secretário; Freitas (PSB), 2° secretário; Marcos Garcia (PV), 3° secretário; e Janete de Sá (PMN), 4° secretário.

A chapa única foi eleita com 24 votos a favor e 5 contra. Votaram contra a chapa os deputados Fabrício Gandini (Cidadania), Iriny Lopes (PT), Luciano Machado (PV), Dary Pagung (PSB) e Sergio Majeski (PSB). O deputado Theodorico Ferraço (DEM) não votou.

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Prefeito Erivan Tavares se reúne com Casagrande para apresentar pautas prioritárias de Conceição da Barra

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O prefeito de Conceição da Barra, Erivan Tavares, acompanhado do vice-prefeito Marquinhos e de diversas lideranças locais, realizou importante visita ao governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, em busca de apoio para viabilizar investimentos estratégicos no município. A comitiva apresentou ao governador pautas prioritárias, destacando projetos essenciais para o desenvolvimento da cidade, com ênfase nas obras de contenção da Praia de Guaxindiba e dá Macrodrenagem dos bairros Vila dos Pescadores, Nova Betânia e Nossa Senhora Aparecida.

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A situação da Praia da Guaxindiba tem sido motivo de grande preocupação para a população local, devido ao avanço do mar e à necessidade de ações urgentes para a preservação da área, e os Bairros Vila dos Pescadores, Nova Betânia e Nossa Senhora da Conceição vem sofrendo com alagamentos, o que tem tirado o sono dos moradores. Durante a reunião, o prefeito enfatizou a importância dos projetos não apenas para proteger a região costeira e acabar com os alagamentos, mas também para impulsionar o turismo e garantir a segurança de moradores e visitantes.

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Além da contenção da praia e a macrodrenagem, outros projetos estruturantes foram apresentados, incluindo melhorias na infraestrutura urbana, fortalecimento dos serviços públicos e iniciativas voltadas para o desenvolvimento sustentável da região. O governador Renato Casagrande demonstrou sensibilidade às demandas do município e se comprometeu a avaliar as propostas, reforçando a parceria entre o governo estadual e a gestão municipal para trazer avanços concretos para Conceição da Barra.

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Essa articulação entre os líderes municipais e estaduais reflete o compromisso da administração de Erivan Tavares em buscar soluções para os desafios da cidade, garantindo investimentos que promovam o bem-estar da população e a preservação ambiental.

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Gandini alerta para risco de entrar no mar após-chuva

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Fabrício Gandini (PSD) é presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa e autor de um projeto que obriga as prefeituras a realizarem, de forma semanal, a análise de balneabilidade nas praias

Banho de mar e chuva não combinam! Quem gosta de banho de mar precisa ficar atento à balneabilidade, especialmente no período chuvoso. A recomendação feita por especialistas é que turistas e moradores esperem, pelo menos, 48 horas após as chuvas antes de entrar no mar, para reduzir riscos à saúde e evitar contaminação por água suja.

O alerta vem do presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa e autor do Projeto de Lei 5/2023, que determina que prefeituras litorâneas realizem análises semanais de balneabilidade dos corpos d’água, principalmente as praias.

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Gandini, com a filha Mariana, na praia: o deputado propõe análise semanal da qualidade da água para dar mais segurança aos banhistas.

A proposta estabelece que as prefeituras classifiquem as águas como próprias, impróprias ou interditadas, seguindo critérios e limites da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) nº 274, de 29 de novembro de 2000.

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De acordo com Gandini, o acesso a essas informações deve ser garantido a todos os cidadãos por meio de sinalização em pontos de maior concentração de banhistas. O objetivo é informar sobre a real qualidade da água naquele local.

Os municípios deverão afixar placas com as informações de balneabilidade, incluindo a data da última análise realizada. Os resultados devem ser enviados ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), que também deverá publicá-los em seu site.

O projeto já foi aprovado nas comissões de Justiça, Meio Ambiente e Finanças e deve ir à votação no plenário em breve.

 ALERTA

O deputado alerta sobre os perigos de nadar logo após as chuvas, devido ao risco de contato com água contaminada.

“É preciso atenção redobrada nas regiões onde os rios deságuam no mar. Corpos d’água com coliformes fecais provenientes de esgoto doméstico ou produtos químicos oferecem riscos. Crianças, idosos e pessoas com baixa imunidade são mais suscetíveis a infecções após contato com águas contaminadas. Por isso, conhecer a qualidade da água é essencial”, frisou Gandini.

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A gastroenterite é a doença mais comum associada à água poluída por esgoto, com sintomas como náusea, vômito, dor de estômago, diarreia, dor de cabeça e febre.

Exposições mais graves podem levar a disenteria, hepatite A, cólera, leptospirose e febre tifoide.

“Além de evitar o mar, as pessoas devem evitar andar em ruas alagadas e não pisar descalças em poças d’água ou lama. Alimentos que tiveram contato com inundações ou não foram lavados com água tratada não devem ser consumidos”, advertiu Gandini.

Ele recomenda, em caso de contato com água contaminada, higiene rigorosa, hidratação e atenção a sintomas por pelo menos 15 dias. Se houver dúvidas, a orientação é procurar atendimento médico.

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