Segundo a Polícia Civil, os investigados na Operação Baest lavam dinheiro para o Primeiro Comando de Vitória (PCV)
A Operação Baest, que cumpre 19 mandados de busca e apreensão nos municípios de Vitória, Serra, Vila Velha e Guarapari, tem como alvo das investigações empresários, uma advogada e um coronel da reserva da Polícia Militar. Ao todo, são 20 investigados.
Segundo a Polícia Civil, os investigados lavam dinheiro para o Primeiro Comando de Vitória (PCV). Na manhã desta quarta-feira (14), foram apreendidos 12 veículos de luxo, cinco armas de fogo, nove imóveis, além de joias, obras de arte e até criptomoedas.
Empresários são de vários ramos de atuação
Os empresários investigados são de vários ramos de atuação, como comércio imobiliário, automotivo e de materiais de construção. A operação também acontece nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Segundo o delegado Alan Andrade, eram realizados vários procedimentos de lavagem de dinheiro entre os investigados e o PCV.
A principal técnica é o smurfing, que consiste em pegar uma grande quantia em dinheiro, pulverizar em diversas contas menores e, depois, esse dinheiro acaba sendo aglutinado em uma conta destino. Ou, então, como compra e venda de veículos ou imóveis. Esse dinheiro também era encaminhado para regiões limítrofes do Brasil, onde compravam mais drogas e armas e abasteciam o tráfico de drogas capixaba.
Policiais cumprem 25 mandados de busca e apreensão no país
Em todo o Brasil, são mais de 100 policiais civis, cumprindo 25 mandados de busca e apreensão, 17 mandados de sequestro de bens móveis e imóveis e 29 bloqueios de contas bancárias, totalizando aproximadamente R$ 104 milhões.
A Operação Baest é uma parceria entre a Polícia Civil e do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A corporação informou que as diligências estão em andamento e os resultados serão repassados após a finalização da operação.
A Polícia Militar e a Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES) foram procurados para um posicionamento a respeito dos investigados, tanto o coronel quanto a advogada, mas ainda não responderam até o fechamento da reportagem. O texto será atualizado.
A vítima denunciou o caso após chegar à escola do filho. Ela disse que ficou uma semana sendo agredida pelo marido
Um homem de 33 anos foi preso em flagrante nesta quarta-feira (18) no bairro São Geraldo, em Cariacica, acusado de agredir e manter a esposa, de 42 anos, em cárcere privado. A prisão ocorreu depois que a mulher conseguiu sair da casa com a desculpa de levar o filho para a escola.
Ela denunciou o caso após chegar à escola do menino, informar sobre a situação e ser orientada pelos profissionais da unidade a procurar a polícia.
Segundo a Polícia Militar, a vítima afirmou que apenas conseguia sair de casa para levar o filho à escola e que seu tempo de ida e volta era rigorosamente controlado pelo marido.
Na quarta-feira, ao chegar à unidade de ensino, os funcionários da escola perceberam os ferimentos no corpo da mulher e providenciaram um transporte para que ela fosse até a Delegacia da Mulher, também em Cariacica.
De acordo com a Polícia Civil, a vítima relatou que estava sendo mantida trancada dentro da residência há cerca de uma semana, sem permissão para sair. Além disso, contou que era constantemente agredida pelo companheiro, e que levou socos, chutes e tapas.
Com os relatos, os policiais foram até o endereço do casal e o suspeito foi detido em flagrante. Ele foi autuado pelos crimes de injúria, ameaça, lesão corporal e cárcere privado, na forma da Lei Maria da Penha.
Durante a ação, a polícia também encontrou vários pinos de cocaína na residência. Por esse motivo, o homem também foi autuado por porte de drogas para uso pessoal. Ele foi encaminhado ao Centro de Triagem de Viana (CTV).
A casa onde estavam os três irmãos não tinha nenhum tipo de mobília, apenas dois colchões. As crianças foram entregues ao Conselho Tutelar
Três crianças, de 4, 9 e 13 anos de idade, foram encontradas pela Polícia Militar sozinhas, sem comida e em um imóvel em condições precárias no bairro Porto Novo, em Cariacica. A mãe das crianças, que tem 37 anos, acabou presa por abandono de incapaz.
O flagrante aconteceu na tarde dessa quarta-feira (18), após a PM ser acionada para averiguar um possível caso de abandono de incapaz.
Quando os policiais chegaram ao endereço, a pessoa que fez a denúncia informou que a mãe e o padrasto das crianças costumam deixar os menores em casa o dia todo sem nem mesmo ter o que comer.
Na residência, os PMs encontraram os três irmãos sozinhos e sem nenhum tipo de alimento. A comida que tinha estava estragada e até com bicho. Além disso, a casa também não tinha móveis, apenas dois colchões. O Conselho Tutelar foi acionado e esteve no local.
Durante o atendimento da ocorrência, a mãe das crianças chegou e alegou que sai de casa para trabalhar.
“Eles estavam sozinhos em casa, sem nenhuma alimentação, sem mobília. Quando a mãe apareceu, ela disse que deixa comida para eles, mas não encontramos nada. As crianças disseram que esses fatos acontecem há meses. Eles disseram que quando comem só têm biscoito e água, e só comem arroz, feijão e carne na escola”, relatou o conselheiro tutelar de Cariacica, Marcos Paulo.
Foto: Divulgação
Diante do flagrante de abandono, os três menores ficaram sob responsabilidade do Conselho Tutelar, e a mulher foi conduzida à 4ª Regional de Cariacica pelos policiais.
Denúncia de abuso sexual
Na delegacia, o conselheiro tutelar ouviu do adolescente de 13 anos, que ele já foi abusado pelo padrasto. O homem, no entanto, ainda não foi localizado.
“O adolescente nos chamou para conversar em um local reservado e informou sobre o suposto abuso sofrido pelo companheiro da mãe. Ele disse que a mãe tinha ciência, mas que a polícia não foi chamada. A mãe confirmou que não havia chamado a polícia e em certo momento até preferiu ficar calada. O menor foi encaminhado para exames”, informou o conselheiro tutelar.
Em nota, a Polícia Civil informou que a mãe foi autuada por abandono de incapaz. Como não pagou a fiança estipulada pelo delegado, ela foi encaminhada ao Centro Prisional Feminino de Cariacica. O companheiro dela não foi localizado.
O caso seguirá sob investigação da Delegacia de Proteção à Criança ao Adolescente (DPCA). Por envolver menor de idade, o procedimento tramita sob sigilo, conforme previsto em lei.