conecte-se conosco


Medicina e Saúde

Estudo revela que 45% dos casos de morte ligados a demência podem ser prevenidos com hábitos saudáveis

Publicado

Resultados mostraram que aqueles que se mantiveram ativos fisicamente após o diagnóstico apresentaram uma redução de 20% no risco de mortalidade em comparação com os que não se exercitaram

Um estudo publicado na revista The Lancet revelou que 45% dos casos de demência, incluindo o Alzheimer, podem ser prevenidos por meio da adoção de 14 hábitos saudáveis, destacando a importância de combater a inatividade física. Complementando essas descobertas, uma pesquisa do British Journal of Sports Medicine enfatiza que a prática de exercícios não apenas previne a doença, mas também diminui o risco de morte após o diagnóstico de demência. A investigação, realizada na Coreia do Sul, analisou dados de 60.252 pacientes diagnosticados entre 2010 e 2016. Os resultados mostraram que aqueles que se mantiveram ativos fisicamente após o diagnóstico apresentaram uma redução de 20% no risco de mortalidade em comparação com os que não se exercitaram.

Os pesquisadores notaram que indivíduos que já praticavam exercícios e continuaram a fazê-lo após o diagnóstico tiveram uma diminuição de 29% no risco de morte.  Qualquer forma de atividade física, seja leve, moderada ou intensa, está ligada a uma menor probabilidade de falecimento. Além disso, a prática regular de exercícios pode melhorar tanto a saúde física quanto a função cognitiva, possivelmente retardando a progressão da demência. Além da atividade física, os especialistas sugerem que uma dieta equilibrada e estímulos mentais também podem ser benéficos para a qualidade de vida dos pacientes com demência. Eles planejam investigar como a combinação dessas mudanças no estilo de vida pode influenciar os resultados relacionados à doença.

Leia mais:  Covid-19: Nova variante ômicron XE preocupa e pode ser a mais contagiosa

A atividade física também desempenha um papel importante na melhoria do funcionamento metabólico, ajudando a reduzir o risco de condições como diabetes e hipertensão, que podem afetar indiretamente a saúde do cérebro. Contudo, a adesão a uma rotina de exercícios pode ser desafiadora para pacientes idosos com demência, devido a limitações de mobilidade e problemas no sistema esquelético.

publicidade

Medicina e Saúde

“Fogachos” na menopausa sinalizam maior risco cardiovascular, indica estudo

Publicado

Pesquisa mostra que sintoma pode estar associado a lesões nos vasos e maior predisposição a desenvolver aterosclerose

*Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein

Os famosos “fogachos” — como são chamadas as ondas de calor sentidas na menopausa — podem ser mais do que um simples desconforto e sinalizar maior risco de doença cardiovascular. Isso é o que mostra um estudo recente, publicado no Journal of the American Heart Association.

Os sintomas vasomotores da menopausa, que incluem as ondas de calor e os suores noturnos, nada mais são do que uma resposta automática do sistema nervoso autônomo à percepção de mudança da temperatura.

Nessa fase da vida, há uma instabilidade no centro termorregulador porque a sensação térmica é regulada em um núcleo do sistema nervoso central rico em receptores estrogênicos. Com a queda desse hormônio, há uma sinalização equivocada da temperatura ambiente — o organismo aciona mecanismos de vasodilatação e sudorese para promover perda de calor e resfriamento do corpo.

Esses sintomas vêm sendo associados como um fator de risco cardiovascular, mas seu papel ainda não está totalmente explicado. 

“A literatura sobre a relação dos fogachos e a função endotelial ainda possui limitações, mas sabe-se que o endotélio [camada que reveste internamente os vasos sanguíneos] é sensível ao estrogênio. O dano e a disfunção endotelial têm papel importante como evento iniciador da aterosclerose”, explica a cardiologista Juliana Soares, do Hospital Israelita Albert Einstein. 

Parte do risco cardiovascular após a menopausa tem sido atribuído à perda de função endotelial que ocorre nessa fase e está ligada provavelmente à redução estrogênica.

Leia mais:  Meningite: casos aumentam no ES e Sesa amplia campanha de vacinação

No novo estudo, pesquisadores da Suécia avaliaram 2.995 mulheres com idades entre 50 e 64 anos, participantes do Swedish CardioPulmonary bioImage Study. 

Elas responderam a questionários sobre a frequência e a intensidade dos “fogachos” que sentiam. Além disso, foram submetidas a exames de imagem como angiotomografia das coronárias, ultrassom de carótidas e avaliação do escore de cálcio, que mede a calcificação das coronárias.

Entre as participantes 14,2% tiveram sintomas severos, 18,1% moderados e 67,7% leves ou ausentes. Aquelas que reportaram fogachos mais graves e que perduraram após cinco anos da última menstruação tiveram maior associação com aterosclerose nos exames de imagem. E quanto mais intensos ou prolongados, mais evidente o comprometimento da saúde vascular.

O risco de morte por doenças cardiovasculares em mulheres de fato aumenta após a menopausa. 

“Os resultados alertam para a necessidade de valorizar esses sintomas, sendo necessário questionar sobre eles em cada consulta, considerando-os como fatores de risco cardiovascular”, diz a cardiologista. “Isso pode contribuir para uma investigação diagnóstica mais detalhada e a implementação de terapias adequadas, contribuindo para a prevenção de agravos de saúde nessa fase.”

Leia mais:  Governo recomenda que pessoas com viroses gripais devem se afastar do trabalho

Os sintomas vivenciados dependem de vários fatores, incluindo estilo de vida e genéticos. Por isso, nem todas as mulheres experimentam os mesmos desconfortos.

 Os fogachos costumam durar, em média, sete anos, começando tipicamente na pré-menopausa e atingindo seu ápice por volta da última menstruação. Eles costumam se estender por cerca de quatro anos, mas algumas podem senti-los depois dos 65 anos.

Reposição hormonal é uma aliada

Embora não seja indicada para prevenção de eventos cardiovasculares, a terapia de reposição hormonal (TRH) é o tratamento padrão para alívio dos sintomas, sendo altamente eficaz na redução dos fogachos.

Sabe-se também que o estrogênio atua restaurando a função endotelial. Além disso, a TRH pode ajudar a melhorar a qualidade da vida, com menor impacto no sono, maior disposição física e menor irritabilidade.

No entanto, nem todas as mulheres podem fazer esse tratamento. As contraindicações se aplicam àquelas com histórico de câncer de mama ou neoplasias estrogênio-dependente, com antecedentes de trombose ou com doença cardiovascular, entre outras. Nesses casos, é possível optar por medicamentos não hormonais, conforme orientação médica.

Continue lendo

Medicina e Saúde

Pesadelos frequentes e violentos podem estar associados ao Parkinson

Publicado

O Transtorno Comportamental do Sono REM (TCSREM) é um distúrbio do sono em que os pacientes vivenciam fisicamente seus sonhos durante a fase REM. Comumente associados a pesadelos intensos e violentos, esses episódios incluem chutes, socos, gritos e simulações de lutas, ocorrendo devido à perda da atonia muscular que normalmente mantém o corpo paralisado durante essa fase do sono. Além de representar riscos físicos tanto para o paciente quanto para seu parceiro(a), o TCSREM afeta significativamente a qualidade de vida e o bem-estar emocional.

Estudos longitudinais indicam que o TCSREM é frequentemente um marcador precoce de sinucleinopatias, como a Doença de Parkinson (DP) e a Demência com Corpos de Lewy (DLB). Uma meta-análise revelou que a taxa de conversão do TCSREM para doenças neurodegenerativas é de 33,5% em cinco anos, 82,4% em 10,5 anos e 96,6% em 14 anos. Outro estudo prospectivo estima que até 65% dos pacientes com TCSREM idiopático desenvolvem uma sinucleinopatia, e dados de longo prazo indicam que mais de 80% dos casos isolados evoluem para distúrbios neurodegenerativos relacionados à alfa-sinucleína.

Leia mais:  Hospital Infantil de Vitória abre edital com 14 vagas para Programa de Residência Médica

Achados neuropatológicos recentes corroboram essa relação. Autópsias de 20 indivíduos com TCSREM diagnosticado por polissonografia revelaram depósitos de alfa-sinucleína em regiões cruciais para o controle da atonia do sono REM, como tronco cerebral, sistema límbico e córtex. Em pacientes com DP ou DLB, esses depósitos foram amplamente distribuídos e associados a patologias coexistentes, como Alzheimer. Nos casos de TCSREM sem outras doenças neurológicas, as alterações permaneceram restritas ao tronco cerebral e sistema límbico, sugerindo que o TCSREM pode representar um estágio inicial de sinucleinopatias.

A identificação precoce do TCSREM oferece uma janela para intervenções terapêuticas antes do surgimento de sintomas motores ou cognitivos mais evidentes. Essa oportunidade inclui estratégias não farmacológicas, como exercícios físicos, e a inclusão de pacientes em ensaios clínicos de medicamentos neuroprotetores ainda na fase prodrômica, potencialmente retardando ou prevenindo a progressão da doença.

O acompanhamento contínuo desses pacientes também é essencial para identificar outros marcadores prodrômicos, como disfunções motoras leves, constipação, hipotensão ortostática e hiposmia. Além disso, terapias como melatonina e clonazepam ajudam no controle dos episódios de sono e na prevenção de lesões, melhorando a qualidade de vida e o prognóstico.

Leia mais:  Meningite: casos aumentam no ES e Sesa amplia campanha de vacinação

Pesquisas futuras concentram-se na fisiopatologia do TCSREM e na identificação de biomarcadores, como alterações neuroquímicas e na neuroimagem, para prever a conversão fenotípica para doenças neurodegenerativas. Estudos exploram também intervenções farmacológicas que inibam a agregação de alfa-sinucleína, com o objetivo de retardar ou prevenir a progressão para DP e outras sinucleinopatias.

Embora os ensaios clínicos em TCSREM enfrentem desafios, eles oferecem oportunidades valiosas para testar tratamentos modificadores de doença em estágios iniciais, quando a neuropatologia pode responder melhor ao tratamento. Tecnologias móveis para monitoramento objetivo dos episódios e avanços em biomarcadores estão sendo desenvolvidos para aprimorar a eficácia desses estudos.

*Por Dra. Talita Balieiro – CRM: 24036-DF RQE Nº: 18222
Neurologista especialista em distúrbios do movimento do Hospital Sírio-Libanês de Brasília

Continue lendo

São Mateus

Política e Governo

Segurança

Camisa 10

Mais Lidas da Semana