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Medicina e Saúde

Exercícios isométricos, como prancha e agachamento, são melhores para reduzir a pressão arterial

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Um novo estudo, envolvendo mais de 15 mil participantes, mostra que todos os exercícios são benéficos para a saúde, mas os isométricos tendem a ser mais rápidos e eficazes

Quando se fala em definir estratégias de atividades físicas para a redução da pressão arterial, em geral, a primeira alternativa que surge é fazer exercícios aeróbicos, como corrida e ciclismo. 

Mas um novo estudo, publicado no British Journal of Sports Medicine, sugere que vale a pena considerar outro tipo de atividade como uma ferramenta eficaz para prevenir e tratar a hipertensão: os exercícios isométricos, também chamados de estáticos.

“Os exercícios isométricos são caracterizados pela contração muscular sem que haja a realização de movimentos. Consiste em ficar estático, em uma posição específica, durante a execução do exercício. Eles podem ser desempenhados de uma forma sustentada ou intermitente, sendo a segunda uma forma mais dinâmica. Entre os exemplos, temos extensão de joelho, agachamento, agachamento na parede, elevação de quadril, prancha abdominal e hand grip (fortalecedor de mão e antebraço), entre outros”, explica Sayuri Inuzuka, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia e pesquisadora da Unidade de Hipertensão Arterial da Universidade Federal de Goiânia (UFG).

Para chegar a essa conclusão, os autores fizeram uma revisão de 270 ensaios clínicos, realizados entre 1990 e 2023, envolvendo 15.827 participantes. 

Eles avaliaram o impacto da atividade física na pressão arterial em diferentes categorias de exercícios: HIIT (treinamento intervalado de alta intensidade), isométrico, aeróbico, treinamento de resistência dinâmica e uma combinação dos dois últimos.

Para fazer a análise, os autores definiram como pressão arterial saudável em repouso uma leitura abaixo de 130 mmHg por 85 mmHg (milímetros de mercúrio) e como pressão arterial elevada 140 por 90 mmHg, ou superior. 

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Os primeiros números são a pressão arterial sistólica (medida durante a contração do coração, ou seja, a força exercida contra as paredes das artérias) e os números inferiores são a pressão diastólica (que é medida durante o relaxamento do coração, por isso é mais baixa).

À medida que as pessoas envelhecem, a pressão sistólica tende a aumentar e, por isso, ela é um importante preditor de risco para doenças cardiovasculares – e o seu controle é fundamental para prevenir ou retardar o desenvolvimento da hipertensão. Segundo a Diretriz Brasileira de Hipertensão, para chegar ao valor correto da pressão arterial, é preciso medi-la com a técnica correta em pelo menos duas ocasiões diferentes e na ausência de uso de medicamento anti-hipertensivo.

 Além disso, a diretriz recomenda validar as medidas por meio de uma avaliação fora do consultório pela Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA).

Os resultados da revisão de estudos apontaram que houve reduções na pressão arterial após o treinamento físico em todas as modalidades de exercícios, mas a diminuição foi maior após o treinamento físico isométrico.

Os autores apontaram ainda que a realização de agachamentos na parede (exercício isométrico), por exemplo, foi mais eficaz para reduzir a pressão sistólica e a corrida (exercício aeróbico) foi mais benéfica para diminuir a pressão diastólica.

Segundo a cardiologista, os benefícios da prática de atividade física aeróbica sobre a redução da pressão arterial estão bem estabelecidos na literatura, mas pouco se sabe sobre o impacto dos exercícios isométricos. 

“O que a gente sabe é que as contrações isométricas geram a pressão intramuscular, limitam o fluxo sanguíneo no músculo em contração, gerando uma fadiga neuromuscular em função da redução do aporte de oxigênio. Isso aumenta o desequilíbrio metabólico, promovendo o ganho de força e a hipertrofia, e parece também melhorar a função endotelial”, afirma a médica ao explicar que ter a função endotelial adequada pode reduzir níveis pressóricos e, consequentemente, reduzir os eventos cardiovasculares.

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Menos tempo de treino

De acordo com a cardiologista, os resultados são importantes e podem ajudar a promover adequações nos treinos e até melhorar a adesão – os autores sugerem que os treinos isométricos seriam mais eficientes e, por isso, fazê-los demandaria dedicar menos tempo de treino em comparação com os exercícios aeróbicos.

“Por se tratar de uma metanálise de estudos com diferentes protocolos, as razões para explicar os achados ainda não são claras. Mas os resultados podem promover o apoio à redução na frequência de treinos, por exemplo, três vezes por semana, em oposição a uma frequência acima de cinco vezes semanais, melhorando a adesão e, consequentemente, um melhor atingimento de metas e a redução de eventos cardiovasculares”, diz a médica do Einstein, que ressalta que o melhor caminho seria realizar uma composição de diferentes exercícios.

“Eu defendo que a pessoa faça aquele exercício que ela gosta de fazer, porque aí ela faria com frequência e não falharia.”

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a prática de 150 minutos semanais de exercícios de intensidade moderada. 

“O sedentarismo é um dos principais fatores de risco para a mortalidade global. Um estudo recente mostrou que crianças e adultos passam cerca de 55% do tempo acordados em sedentarismo, o que equivale a 7,7 horas do dia. A grande importância que vejo nesse estudo é a de que a prática de atividade física regular, independentemente do tipo de exercício, previne e controla a pressão arterial. O importante é sair do sedentarismo”, completou.

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Os riscos do consumo de energéticos entre crianças e adolescentes

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Essas bebidas contêm altas concentrações de estimulantes, além de outras substâncias como ginseng, taurina e carnitina. Veja o alerta

Nos últimos anos, o consumo de bebidas energéticas entre adolescentes tem aumentado significativamente. Elas são frequentemente usadas para aumentar a disposição nos estudos, melhorar o desempenho esportivo ou simplesmente para manter-se acordado por mais tempo.

No entanto, esses produtos podem trazer sérios riscos à saúde, especialmente para jovens em fase de crescimento e desenvolvimento.

As bebidas energéticas contêm altas concentrações de estimulantes, como cafeína e guaraná, além de outras substâncias como ginseng, taurina, carnitina e glucuronolactona, que podem impactar diversas funções do organismo.

Embora muitas pessoas associem os energéticos apenas a um aumento da disposição, seus efeitos podem ser prejudiciais, especialmente quando consumidos em excesso ou combinados com outras substâncias, como álcool.

Os efeitos da cafeína e outros estimulantes no organismo

A cafeína é o principal ingrediente ativo das bebidas energéticas, e seu consumo excessivo pode gerar diversos problemas de saúde. Em adolescentes, cujos organismos ainda estão em desenvolvimento, os efeitos podem ser ainda mais intensos.

Entre os principais riscos do consumo excessivo de cafeína, destacam-se:

  • Aumento da pressão arterial, podendo sobrecarregar o coração e contribuir para problemas cardiovasculares no futuro.
  • Efeito diurético, levando à perda excessiva de líquidos e eletrólitos, o que pode causar desidratação.
  • Insônia e alterações no ciclo do sono, afetando a qualidade do descanso e o desempenho escolar e esportivo.
  • Ansiedade e irritabilidade, aumentando os níveis de estresse e prejudicando a concentração.
  • Bruxismo (ranger ou apertar os dentes, muitas vezes de forma inconsciente), o que pode levar a dores musculares, desgaste dental e dores de cabeça.
  • Alterações de humor, incluindo crises de agressividade, agitação e até sintomas depressivos em longo prazo.
  • Risco de dependência física, já que o corpo pode passar a necessitar de doses cada vez maiores de cafeína para obter o mesmo efeito estimulante.
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Muitos adolescentes consomem essas bebidas sem perceber que podem estar colocando a própria saúde em risco.

O problema se agrava quando os energéticos são combinados com outras substâncias estimulantes, como café e refrigerantes à base de cola, ou quando são ingeridos junto com álcool, o que pode mascarar os efeitos da embriaguez e aumentar o risco de intoxicação.

Os impactos das bebidas energéticas na saúde bucal

Além dos efeitos no organismo, as bebidas energéticas também trazem grandes riscos para a saúde bucal, sendo um fator de preocupação para dentistas e ortodontistas.

Seus principais impactos incluem:

Favorecimento do bruxismo: A cafeína e outros estimulantes aumentam a atividade muscular da mandíbula, levando ao ranger e apertamento dos dentes. O bruxismo pode causar desgaste excessivo do esmalte, dores na articulação temporomandibular (ATM) e até fraturas dentárias.

Aumento do risco de cáries: Muitas marcas de energéticos contêm altas quantidades de açúcar, que servem de alimento para as bactérias presentes na boca. Isso favorece a proliferação bacteriana e aumenta significativamente o risco de cáries e inflamações gengivais.

Desgaste do esmalte dentário: As bebidas energéticas possuem pH ácido, o que contribui para a erosão do esmalte dental. Muitas dessas bebidas também contêm ácido cítrico, que agrava ainda mais esse processo. Quando o desgaste do esmalte ocorre em conjunto com o bruxismo, os danos aos dentes podem ser extremamente severos, levando a hipersensibilidade dentária e necessidade de tratamentos restauradores.

Desidratação e boca seca: A cafeína tem efeito diurético, o que pode reduzir a produção de saliva. Como a saliva é essencial para neutralizar ácidos e proteger os dentes, sua redução pode tornar a boca mais vulnerável a cáries e erosão ácida.

Crianças e adolescentes devem evitar o consumo

Diante de todos esses riscos, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta que as bebidas energéticas são um perigo para a saúde de crianças e adolescentes.

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Seus efeitos no sistema nervoso, cardiovascular e metabólico são preocupantes, e seu consumo deve ser evitado nessa faixa etária.

No âmbito odontológico, os prejuízos também são evidentes, tornando essas bebidas contraindicadas para quem deseja manter a saúde bucal e evitar complicações futuras.

O desgaste dos dentes, o aumento de cáries e o agravamento do bruxismo são problemas que podem exigir tratamentos longos e complexos no futuro.

Como proteger a saúde dos jovens?

É fundamental que pais e responsáveis estejam atentos ao consumo de energéticos por parte dos adolescentes e conversem abertamente sobre os riscos envolvidos.

Algumas estratégias para reduzir o consumo incluem:

✔ Incentivar alternativas saudáveis para obtenção de energia, como uma alimentação equilibrada, rica em frutas, proteínas e carboidratos de qualidade.
✔ Estimular boas práticas de sono, garantindo que o adolescente tenha um descanso adequado, sem precisar recorrer a estimulantes.
✔ Reforçar a importância da hidratação com água e bebidas naturais, evitando refrigerantes e energéticos.
✔ Conversar sobre os riscos da cafeína e do açúcar em excesso, destacando os impactos na saúde física e bucal.
✔ Monitorar o consumo de bebidas energéticas, especialmente em situações sociais onde possam ser combinadas com álcool ou outras substâncias prejudiciais.

A informação é a melhor forma de prevenção! O consumo desenfreado de bebidas energéticas pode ter consequências sérias para a saúde geral e bucal dos jovens. Ao entender os riscos e buscar alternativas saudáveis, é possível garantir um futuro mais equilibrado e livre de complicações desnecessárias.

Energia de verdade vem de hábitos saudáveis, não de bebidas artificiais! Preserve sua saúde e seu sorriso!

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Anvisa alerta para riscos de botox falsificado após casos de botulismo

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta nesta quarta-feira, 16, para profissionais de saúde que realizam procedimentos com injeção de toxina botulínica – popularmente conhecida como botox – para fins estéticos ou terapêuticos, após duas notificações de botulismo em decorrência da aplicação da substância.

As ocorrências acontecem, principalmente, por conta do uso de produtos falsificados.

“A toxina botulínica é uma proteína produzida pela bactéria Clostridium botulinum, que é o agente do botulismo, mas é purificada e trabalhada para ser usada de forma médica, de modo que se tenham os benefícios sem os riscos”, destaca Alessandra Romiti, assessora do departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

A toxina, quando registrada na Anvisa e aplicada de forma correta, é segura e eficaz, ressalta a dermatologista.

“A função dela é agir na junção neuromuscular, que é junção do nervo com o músculo, e isso reduz a contração do músculo. Por isso, é utilizada na estética para o tratamento das rugas de expressão”, explica Alessandra.

“O problema é que, com a banalização de procedimentos estéticos realizados por profissionais não habilitados e em lugares não adequados, temos visto a compra de produtos de distribuidores não cadastrados, que vendem produtos falsificados e sem nota fiscal”, critica.

Procedência do produto precisa ser certificada

Em nota, a SBD destaca que apenas produtos de procedência certificada devem ser usados em procedimentos estéticos.

“A falsificação de toxinas botulínicas representa um risco expressivo à saúde dos pacientes, podendo acarretar complicações graves, como fraqueza muscular severa e, em casos extremos, quadros de botulismo, conforme alertado pela Anvisa”, diz a entidade.

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A sociedade ainda enfatiza que os pacientes têm o direito de saber quais produtos serão utilizados no tratamento. Nesse sentido, é recomendado conferir o rótulo antes da aplicação para garantir que o produto seja seguro e original, e as clínicas devem registrar o lote e o fabricante no prontuário para permitir o rastreio da substância.

“Ademais, a realização desses procedimentos deve ser conduzida exclusivamente por profissionais devidamente qualificados. Dermatologistas e cirurgiões plásticos são os especialistas médicos habilitados para a aplicação segura da toxina botulínica, seguindo padrões técnicos e científicos reconhecidos internacionalmente”, alerta a SBD.

A Anvisa também lista recomendações para o uso da substância:

  • Utilize somente produtos aprovados pela Anvisa e dentro do prazo de validade. A consulta da regularidade de uma toxina botulínica pode ser feita pelo sistema de consultas, usando dados como nome do produto ou CNPJ do fabricante, disponíveis na embalagem.
  • A aplicação deve ser feita por profissionais habilitados e em serviços de saúde autorizados pela vigilância sanitária local. A regularidade do estabelecimento deve ser checada diretamente com a vigilância sanitária do município.
  • Siga as orientações da bula, especialmente em relação ao intervalo necessário entre as aplicações. O período de espera varia de acordo com o tipo de produto.
  • Aos profissionais, é importante perguntar aos pacientes sobre o histórico de injeções de toxina botulínica, incluindo a data, indicação e as doses de aplicações prévias, de forma a garantir que as aplicações ocorram em intervalos adequados.
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O que é botulismo?

O botulismo é uma doença grave e pouco comum. Ela pode se manifestar de diferentes formas: o infantil, mais comum entre crianças de 3 a 26 semanas, geralmente é causado pelo consumo de mel de abelha; o alimentar, a forma mais comum, ocorre pela ingestão da toxina presente em alimentos contaminados ou mal conservados, como conservas e produtos enlatados.

Outra manifestação é o botulismo por ferimento, mais raro, que acontece quando lesões são contaminadas pela toxina. Já o iatrogênico, também raro, surge quando há uma injeção excessiva da toxina em procedimentos médicos ou estéticos – este foi o registrado pela Anvisa.

Os sintomas iniciais incluem visão borrada, pálpebras caídas, fala arrastada e dificuldade para engolir e respirar. Em casos graves, a doença pode causar paralisia muscular generalizada e até a morte.

“A pessoa pode ter a paralisação da musculatura da movimentação, da deglutição ou da via respiratória. A doença é grave e é preciso procurar ajuda médica para tomar antídotos e receber tratamento de suporte para que não corra risco de vida”, frisa Alessandra.

Segundo a Anvisa, a aplicação imediata de antitoxina botulínica é crucial para neutralizar a toxina no sangue e prevenir a progressão da paralisia e possíveis complicações.

Em caso de suspeita da doença, a Anvisa deve ser notificada por meio do VigiMed. A notificação, segundo a Agência, é essencial para identificar novos riscos, atualizar o perfil de segurança dos medicamentos e desenvolver medidas corretivas quando necessário.

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