Ter assessor faz parte de qualquer atividade política ou mesmo na atividade privada. Existem câmaras municipais que têm até gabinetes para seus parlamentares e assessores, mas outras nem isso. Tem também aquelas que existem os gabinetes, mas que não comportam o número de assessores caso todos resolverem ir ao trabalho no mesmo dia e hora. Vai ter gente saindo pelo ladrão.
Em São Mateus a Câmara Municipal é composta por 11 vereadores e cada um tem direito a sete assessores. A alegação de que o município é grande, não se sustenta pelo simples fato que nenhum dos assessores moram em localidades fora do perímetro urbano, exceto os vereadores do interior. Vale registrar que cada parlamentar tem uma verba indenizatória de R$ 5.000,00. Para o presidente R$ 7.500,00. Se existe verba de gabinete para custear despesas com pessoal que trabalha no “staf” do parlamentar, não há informação disponibilizada para a reportagem.
Caso todos os assessores sejam obrigados a trabalhar na sede do Legislativo, no centro da cidade, não tem como ocupar seu posto nos gabinetes. “Só se sentarem sobre o frigobar”, disse a reportagem o espirituoso aposentado Paulo Ricardo do Nascimento, de 70 anos, morador de Guriri.
A Câmara de Vitória passou de 15 para 21 vereadores e cada um dos parlamentares tem o direito de “até” 15 assessores. A verba de gabinete é R$ 48.467,00 para pagar despesas incluindo salários dos assessores. Vale ressaltar que nem todos os vereadores completam as vagas a que tem direito.
Existem outras Câmaras que o número de assessor é de apenas um para cada parlamentar. A de Santa Teresa, por exemplo, são 11 vereadores que têm direito a apenas um único assessor, com proventos de R$ 2.097,07. Em Santa Leopoldina são nove com um assessor para cada vereador. A de Aracruz, para 17 parlamentares são quatro assessores.
Nem sempre um legislativo de um município maior, tem quantidade exagerada de assessores e, mesmo quando são facultados aos seus vereadores ter determinado número, essas vagas nem sempre são preenchidas.
Para o cidadão mateense, ouvido pela reportagem do Jornal do Norte, em sua maioria, é de opinião que o número de assessores é exagerado. Os entrevistados disseram que nem todos desempenham a função, ficam circulando fora dos gabinetes, sem nenhuma atividade condizente com a sua atribuição junto ao seu parlamentar. “A maioria é cabo eleitoral e nem sabe o que está fazendo, só sabe o dia em que sai o pagamento”, disse um dos entrevistados pelo JN, que teve o cuidado de dizer que “existem bons assessores e vereadores comprometidos com a sua verdadeira atribuição”.