conecte-se conosco


São Mateus

Família Bettim e Incra: entenda a disputa por terras em São Mateus

Publicado

A disputa pela reintegração de posse da Fazenda Floresta e Texas, em São Mateus, Norte do Espírito Santo, tem colocado em evidência as complexidades envolvidas no processo de reforma agrária no Brasil. As terras têm sido alvo de uma contenda judicial que envolve a família Bettim, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Justiça Federal. A família, que mora e trabalha na área há mais de 50 anos, alega que a fazenda é produtiva, com atividades pecuárias e plantação de café e pimenta-do -reino. O prazo para desocupação total dado pela Justiça é 13 de fevereiro de 2025.

A decisão judicial de desapropriação, baseada em decretos de 2010, mantém que a propriedade não cumpre adequadamente sua função social. As terras são vizinhas do assentamento Zumbi dos Palmares, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), na região há 26 anos. A família tem manifestado grande preocupação com a ordem de desocupação, destacando o impacto emocional e prático que a perda da propriedade trará sobre a vida de todos os envolvidos. Ao longo dos anos, os desapropriados propuseram ações judiciais buscando a anulação dos decretos presidenciais. Eles conseguiram êxito parcial ao excluir dos efeitos dos decretos apenas a área denominada Fazenda Dois Irmãos.

O Incra

O Incra argumenta que a desapropriação é necessária para promover a reforma agrária, visando a redistribuir terras para pessoas que não têm terras. A instituição estima que a fazenda poderia acomodar 45 famílias, propondo uma coexistência entre os novos assentados e a família Bettim. A decisão de desapropriação foi mantida sob a alegação de interesse social, apesar dos laudos contraditórios sobre a produtividade da terra. O Incra também depositou a indenização necessária, aguardando uma nova avaliação judicial para possível ajuste do valor. O instituto foi acionado por e-mail com o questionamento sobre quais foram os critérios usados para classificar que a propriedade não cumpria suas funções sociais. A resposta do instituto está, na íntegra, no final desta reportagem.

A Justiça

A 1ª Vara Federal de São Mateus-ES, por meio de uma série de decisões que culminaram na ação de desapropriação, determinou a imissão de posse pelo Incra em dezembro de 2024. Essa decisão foi baseada em um laudo pericial feito por um profissional contratado pela Justiça Federal, que classificou a fazenda como grande propriedade rural improdutiva. A sentença transitou em julgado em abril de 2023, encerrando possibilidades de recursos. Após o trâmite das ações, todas as demais áreas rurais da família continuaram sendo reconhecidas como grande propriedade improdutiva, passível de reforma agrária. A Justiça também assegurou que a família poderia continuar residindo em parte da propriedade, permitindo a colheita de produtos da terra até a data de desocupação total, prevista para 13 de fevereiro de 2025.

Leia mais:  CPI requer documentos à Prefeitura e à Viação São Gabriel

Desdobramentos

No início de janeiro, cerca de 400 pessoas se reuniram na Fazenda Florestas e Texas, para dar apoio à família Bettim e mostrar indignação quanto ao processo. A ação contou também com autoridades locais e federais. Além da ação no local, autoridades usaram as redes sociais para contar a história da família. No entanto, uma publicação incutiu ao Governo do Espírito Santo responsabilidade sobre o ocorrido. “A força do agro capixaba não faz com que o Governo do Espírito Santo cuide bem do setor. O Incra agiu de maneira irresponsável na desapropriação de terras de uma família de bem, produtora do campo, afirmando que a terra seria improdutiva”, apontou a publicação.

Nesta sexta-feira (10), o secretário de Estado de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Enio Bergoli, rechaçou as publicações e classificou-as como informações falsas, ressaltou que o processo de reforma agrária não é responsabilidade dos Estados. “Com relação à reforma agrária, que foi o tema abordado no post, precisamos esclarecer que é uma responsabilidade, uma função, uma atribuição do Governo Federal, por meio do Incra. (…) Imputar ao Governo do Estado a responsabilidade da reforma agrária é, no mínimo uma desinformação ou a informação é falsa”.

O secretário de Agricultura reforçou, ainda, que o Executivo estadual é a favor do direito de propriedade e está pronto para apoiar a família Bettim. “Mas nós temos Legislação que permite que, em determinadas condições, com base num processo legal, de acesso à terra. E nós somos pela legalidade dos fatos. Se há inconsistência no processo de desapropriação conduzido pelo Incra, nós estamos à disposição, aqui no Governo do Estado para dar todo o apoio possível à família prejudicada para que haja transparência e defesa dos seus direitos”.

Leia mais:  Câmara de São Mateus aprova Dia da Consciência Negra

Resposta do Incra, na íntegra:

“O imóvel em questão foi vistoriado em abril de 2009 e, cumprindo o que determina a legislação vigente, seus proprietários foram notificados previamente acerca da fiscalização do imóvel. Essa avaliação refere-se aos 12 meses anteriores à notificação, motivo pelo qual o período de análise nos procedimentos de fiscalização e vistoria da propriedade em termos produtivos abrangeu os meses de fevereiro de 2008 a março de 2009. Dentre os requisitos ao cumprimento da função social da propriedade insere-se o aproveitamento racional e adequado da propriedade (conforme inciso I do Art. 186 da Constituição Federal), que demanda o atingimento simultâneo de índices técnicos do Grau de Utilização da Terra (GUT), superior a 80%, e do Grau de Eficiência de Exploração (GEE), superior a 100% (conforme Art. 6º da Lei Nº 8.629/93).

O laudo elaborado em decorrência da fiscalização realizada no imóvel em questão o classificou como grande propriedade improdutiva, uma vez que o Grau de Utilização da Terra (GUT) alcançou 49,61% e o Grau de Eficiência de Exploração (GEE) atingiu 69,12%, demonstrando que o imóvel não comprovou sua produtividade em razão dos índices apresentados. Durante o processo de desapropriação é garantido o contraditório e a ampla defesa aos proprietários, tanto administrativamente quanto na esfera judicial, esta última com o acompanhamento do Ministério Público Federal e a desapropriação é efetivada mediante decisão judicial.

Portanto, nos quase 15 anos que o processo se encontra na Justiça, os proprietários tiveram inúmeras oportunidades para demonstrar a produtividade da terra – caso da apresentação de recursos e da realização de perícia no imóvel, não sendo suficientes para convencer o judiciário que o imóvel no período fiscalizado cumpria sua função social. Além disso, grande parte da família reside em uma área que não será alcançada pela desapropriação e o único proprietário que se encontra na área a ser desapropriada solicitou o direito de permanecer no local, conforme estabelecido no Art. 20 da Lei 8.629/93 – pedido este que foi acato pelo judiciário. Concretizada a desapropriação do imóvel, os expropriados serão devidamente indenizados pelo valor de mercado: as benfeitorias pagas em dinheiro e a terra nua em títulos da dívida agrária”.

publicidade

São Mateus

Ferrovias de São Mateus e Barra de São Francisco prometem transformar o norte do ES e gerar até 20 mil empregos

Publicado

Corredor Ferroviário Centro Leste composto por quatro ferrovias, está na fase final de licenças e deve começar a operar em 2031. Vagas serão diretas e indiretas

Uma obra grandiosa que pode gerar quase 24 mil empregos diretos e indiretos apenas na fase de implantação e 1,7 mil na operação. Este é o projeto do Corredor Ferroviário Centro Leste, um conjunto de quatro ferrovias que vão ligar a costa do Espírito Santo, em São Mateus, ao interior do Brasil. O andamento do projeto foi apresentado em uma audiência pública realizada no Palácio Anchieta nesta quarta (15), com presença do governador do Estado, Renato Casagrande, do presidente da Frente Parlamentar Mista das Ferrovias Autorizadas, o senador pelo Pará, Zequinha Marinho, de autoridades e representantes de empresas.

Audiência Pública Ferrovia da Petrocity politica governador

Ao todo serão 2.160 quilômetros de estradas de ferro, que serão divididos em 4 ferrovias: a EF-030, Estrada de Ferro Juscelino Kubitschek, São Mateus – Barra de São Francisco – Brasília; a EF-456, Estrada de Ferro Minas Espírito Santo, Barra de São Francisco – Santana do Paraíso; a EF-355, Estrada de Ferro Planalto Central, Brasília – Mara Rosa; e a EF-A20, Estrada de Ferro Corumbá de Goiás – Anápolis.   

A previsão é de que, nos momento de pico de contratação, todas as quatro demandem 19.500 empregos diretos. Em média, deverão ser 8.499 empregos diretos. Deverão ser gerados também 3.910 vagas indiretas no pico de contratação e uma média de 1.700 vagas. Para a operação das ferrovias, a previsão é de contratação de 1.787 trabalhadores, com cargos voltados à manutenção, gerência, supervisão e administrativos.

Leia mais:  Câmara realiza sessão solene para homenagear personalidades

Veja abaixo a tabela de vagas:

O presidente da Federação das Indústrias do Estado (Findes), Paulo Baraona, informou durante a audiência pública que o Sesi está pronto para preparar e qualificar a mão de obra que será necessária nas obras de devem começar em 2026. Ele disse ainda que a implantação do projeto do Grupo Petrocity é um marco para o desenvolvimento do Estado, que carece de infraestrutura para crescer ainda mais.

“Na educação, na saúde, no comércio, nada acontece sem infraestrutura. O Estado está se tornando um hub de logística, que é uma vertente de crescimento para o Brasil e é por isso que uma ferrovia como esta faz todo o sentido aqui. Principalmente pela localização que nós temos, estamos a 1.200 km da maior parte do PIB nacional e das maiores cidades do Brasil”, pontuou Baraona.

A apresentação foi conduzida pelo presidente do Grupo Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva. Ele apontou as fases de desenvolvimento dos projetos e garantiu que a etapa de   desapropriações começa ainda no meio deste ano. Ele disse ainda que espera que ainda este ano o Estado apoie o projeto firmando o convênio para isenção total do ICMS, com base na decisão do CONFAZ nº 120 para projetos de investimentos ferroviários. “Aproveitamos a presença do governador Renato Casagrande aqui para fazer esse pedido e assim vencermos mais uma etapa da instalação das ferrovias”.

Leia mais:  Cronograma de atendimento da unidade móvel de testagem rápida da Covid

O governador garantiu o apoio do Estado e chamou a atenção para a importância do desenvolvimento de projetos logísticos na formação do ambiente de negócios no Espírito Santo. “Queremos fortalecer o ambiente do Estado e cada vez mais nos relacionarmos com o mundo. As ferrovias do Grupo Petrocity são importantes para que isso aconteça”, disse Casagrande.

O Corredor Ferroviário Centro Leste é um projeto que conta com investidores da iniciativa privada. A instalação das ferrovias deve custar em torno de R$ 35 bilhões. Além do projeto ferroviário, o grupo tem o porto de São Mateus em fase de instalação, já encomendou a fabricação de quatro rebocadores e conta com um projeto robusto para geração de energia com aproveitamento da exploração de gás natural no Norte do ES.

Continue lendo

São Mateus

São Mateus intensifica limpeza e retirada de entulhos no município

Publicado

A limpeza da cidade sempre foi um dos maiores motivos de reclamações dos cidadãos mateenses em relação a gestão anterior

A Secretaria Municipal de Obras, Infraestrutura e Transporte de São Mateus iniciou seus trabalhos com vigor nos primeiros 16 dias de gestão, concentrando esforços em um mutirão de limpeza e retirada de entulhos. Estas iniciativas são especialmente importantes na região de Guriri, conhecida pela alta temporada de verão, atraindo muitos turistas.

O objetivo principal dessas atividades é garantir que a cidade esteja preparada para receber visitantes, além de cuidar da qualidade de vida dos moradores. As ações realizadas incluem:

– Limpeza de ruas e avenidas: A remoção de lixo e detritos acumulados nas vias públicas melhora a circulação e a estética urbana.
– Remoção de entulhos: A retirada de materiais de construção e outros resíduos contribui para a prevenção de doenças e acidentes.
– Manutenção de vias públicas: Reparos e manutenção asseguram que as ruas estejam em boas condições de uso, promovendo a segurança.

Leia mais:  Marcus da Cozivip reitera o compromisso de organizar o município e junto com todos os mateenses, fazer São Mateus melhor e próspero

Essas medidas são essenciais para proporcionar um ambiente mais seguro e agradável, refletindo o compromisso da nova equipe com a melhoria contínua do município.

A nova gestão de São Mateus demonstra, desde o início, seu compromisso com a responsabilidade e a transparência. A busca incessante pelo bem-estar da população mateense é evidente nas ações já implementadas. Embora ainda no começo, a administração atual já sinaliza um grande potencial para realizar transformações positivas e concretizar um futuro promissor para a cidade.

Existe também em andamento uma iniciativa por parte da prefeitura, em que multas começarão a serem aplicadas para quem jogar entulhos, móveis e outros descartes em vias públicas ou em locais indevidos. O código de conduta do município está sendo estudado para ser de fato aplicado no vigor da Lei Municipal. Vale lembrar que, um dos maiores motivos de reclamações dos moradores dos bairros de São Mateus e balneário de Guriri, sempre foi o descaso da gestão anterior com a limpeza das ruas e avenidas.

Leia mais:  Artigo - Petrocity Portos e seus desafios
Continue lendo

São Mateus

Política e Governo

Segurança

Camisa 10

Mais Lidas da Semana