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Golpistas usam pandemia para hackear WhatsApp de vítimas

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Suspeitos fingem negociar entrevistas sobre os impactos da covid-19 em programas de TV para enganar profissionais liberais e roubar dados

A pandemia do novo coronavírus tem sido utilizada como argumento por criminosos que aplicam o golpe do WhatsApp, em que hackers invadem as contas do aplicativo de mensagens para pedir dinheiro aos contatos das vítimas. Um grupo de psicólogas de São Paulo virou alvo recentemente.

“Recebi uma ligação dizendo que era pra participar de um programa de televisão referente à pandemia na questão psicólogica. Aí, falaram que iriam passar um código [com um] link para acessar. Eu já tinha visto relato de pessoas que receberam uma ligação mais ou menos parecida e disse que não tinha interesse. Não cheguei a cair”, relata a psicóloga Cleide Amaral.

Segundo a vítima, a ligação ocorreu há poucas semanas, feita por uma mulher muito educada. Após a negativa, a interlocutora encerrou a chamada sem insistir. Ao menos outras quatro profissionais liberais que integram o mesmo grupo de WhatsApp foram abordadas da mesma forma.

“Realmente, parece que [esse tipo de crime] está aumentando [na pandemia]. Vários colegas meus receberam ligações. Nesse mesmo formato. Um rapaz com voz de empolgação falou o meu nome e disse que estava me convidando para participar de programa em uma pauta de psicologia. Ele disse que mandaria um SMS com um código para fornecer dados e enviaria a pauta. Quando disse que iria roubar os meus dados, ele desligou. Se eu tivesse sido ingênua, iria entrar no meu WhatsApp”, avaliou Carolina Mendes.

Já a psicóloga Heloísa Barbosa revelou que outro colega disse ter recebido uma proposta semelhante. Os golpistas usam informações sobre pessoas próximas para dar uma falsa sensação de credibilidade.

Ela também atendeu a uma ligação que a convidava para participar de um suposto programa de televisão. No total, foram três contatos. Os criminosos diziam que estavam selecionando psicólogos para comentar três temas ligados à sua área de atuação. A vítima teria a opção de escolher os assuntos e horários da entrevista.

“Perguntei como tinham conseguido o meu número e disseram que era por meio das redes sociais. Eles citaram alguns nomes de pessoas que conheço e colegas de profissão. São muito espertos na forma de conversar. A primeira ligação foi de uma mulher. Depois, foram dois outros homens diferentes. Vozes diferentes e pessoas instruídas. Eles entendem de psicologia. Quando falei que não ia fazer, não me questionaram, apenas desligaram”, disse.

Heloísa revelou ainda que uma prima foi vítima do golpe, mas com uma abordagem diferente. A vítima recebeu uma mensagem via SMS com a orientação para clicar em um link após fazer compras pela internet.

“Clonaram [o celular da prima] e ficaram pedindo dinheiro [para contatos dela]. É um golpe perigoso, ainda mais quando se trata de pessoas idosas, porque elas não têm a mesma malícia. É um golpe perigoso, ainda mais quando se trata de pessoas idosas, porque elas não têm a mesma malícia”, completou a psicóloga.

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A fonoaudióloga Erika Laperuta acredita que teve o aparelho invadido depois de uma compra em um conhecido aplicativo de entrega de produtos. Pelos seus cálculos, cerca de 30 amigos foram abordados pelos golpistas com pedidos de dinheiro. Uma dessas pessoas efetuou cerca de R$ 14 mil em transferências para duas contas bancárias passadas pelo grupo criminoso.

“[Tudo ocorreu] em menos de uma hora, até que eu bloqueasse o Whats. [Os golpistas] Pediam transferência ou pagamento de boletos. A maior parte das pessoas ligou de volta na hora, com exceção de uma amiga minha”, lamentou.

Erika Laperuta acrescentou que os suspeitos tentaram fazer várias compras por aplicativo de delivery e gastaram cerca de R$ 500 em uma rede de fastfood até que bloqueasse o cartão de crédito. “Ao todo, tentaram fazer sete ou oito compras”, avaliou.

A fonoaudióloga registrou um boletim de ocorrência eletrônico, conforme orientação das autoridades estaduais para estimular o isolamento social e evitar aglomerações em delegacias durante o surto da Sars-Cov-2. Já a amiga foi até a instituição bancária da qual é cliente para reverter as transações, mas recuperou apenas metade do valor perdido.

Conscientização sobre fraudes

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirma que há um esforço grande do setor bancário em contribuir para o combate aos golpes e fraudes que usam engenharia social, armadilhas que os golpistas criam para obter dados, senhas e informações pessoais dos clientes ou levá-los a fazer pagamentos em benefício dos criminosos.

Durante o período de quarentena, as instituições financeiras registraram um aumento de até 45% nas tentativas de golpes virtuais, como o envio de códigos maliciosos pelo celular e ataques de phishing – que se inicia por meio de recebimento de e-mails que carregam vírus ou links que direcionam o usuário a sites falsos e que, normalmente, possuem remetentes desconhecidos ou falsos.

Segundo a instituição, os bancos investem cerca de R$ 2 bilhões por ano em sistema de tecnologia voltados à segurança da informação, que inclui o desenvolvimento de ferramentas para evitar tentativas de fraudes e garantir confidencialidade dos dados de seus clientes, além de promover campanhas de esclarecimentos à população.

Além dos investimentos e das parcerias – com governos, polícia e o poder judiciário no desenvolvimento de ações de inteligência para prender quadrilhas e propor novos padrões de proteção -, os bancos e a Febraban enfatizam o desenvolvimento de ações de conscientização, como a elaboração de uma cartilha para ajudar a população a evitar golpes.

Dispositivos de segurança

O delegado Carlos Ruiz, titular da 4ª DIG (Delegacia de Investigações sobre Crimes Cometidos por Meios Eletrônicos) do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), ressalta que uma forma de minimizar o risco de ter os dados clonados seria habilitar o fator de verificação em duas etapas do WhatsApp.

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“A própria mensagem do WhatsApp [orienta] para que não compartilhe as mensagens com ninguém. A pessoa passa voluntariamente. Se o celular tiver a configuração em duas etapas, mesmo que tiver o código de transferência de alguém, o golpista não vai conseguir fazer [completar o golpe]. Acho que o WhatsApp deveria exigir essa senha quando o aplicativo é instalado. E, claro, a melhor maneira [de não cair no golpe] é não passar código para ninguém”, orientou o delegado da Polícia Civil.

Alertas e procedimentos de segurança

Em nota, o WhatsApp destaca que a empresa que possui cerca de dois bilhões de usuários no mundo, se tornou o principal aplicativo usado pelos brasileiros para se comunicar com amigos, familiares, colegas de trabalho e até com empresas. Pela sua relevância e múltipla utilidade no Brasil, o aplicativo também é alvo de golpes e o mais recente é a clonagem de número.

Por isso, o WhatsApp implementou um alerta nas mensagens de verificação de conta, avisando seus usuários a não compartilharem o código recebido via SMS, uma vez que essa senha é pessoal e dá ao usuário a segurança de acesso.

Confira o que fazer caso tenha sua conta roubada:

– Solicite a verificação da conta via SMS. Reinstale o WhatsApp, entre com seu número de telefone e confirme o código de seis dígitos que você receber via SMS. Dessa forma, qualquer indivíduo que usar sua conta será desconectado automaticamente;

– Notifique amigos e família. Muitos golpistas usam sua lista de contatos para solicitar informações sigilosas e pedir depósitos em dinheiro. Se sua conta for violada, entre em contato com pessoas próximas para que ninguém possa se passar por você;

– Entre em contato com a equipe de atendimento do WhatsApp. Mande um e-mail para [email protected]. O e-mail pode ser enviado em português, com assunto como ‘Conta clonada/roubada’ e deve conter o número em formato internacional (+55 XX…);

– Amplie sua camada de segurança ativando a verificação em duas etapas. A verificação em duas etapas é um recurso opcional que, ao ativado, exige um PIN de seis dígitos de verificação se houver uma tentativa de entrada no seu número de WhatsApp. Esse código, assim como o SMS do WhatsApp, não deve ser compartilhado com ninguém.

Em caso de tentativa de roubo de conta, o WhatsApp também ressalta que a criptografia de ponta a ponta do aplicativo não é comprometida. Ou seja, o golpista não tem acesso a mensagens anteriores armazenadas no seu telefone.

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Brasil

Marca chinesa vende só 8 carros no Brasil em 2024, tira site do ar e encerra operação

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A história da Seres no Brasil foi curta: de julho de 2023 até julho de 2024, quando a fabricante chinesa paralisou suas operações no país e fechou as duas concessionárias. Em dezembro do ano passado, Autoesporte apurou que havia um plano de reestruturação da empresa até o final do primeiro trimestre deste ano, e o único meio de contato entre o cliente e a marca era o site www.driveseres.com.br. Mas agora a página já está fora do ar.

Nas redes sociais, o perfil oficial da Seres Brasil também está sem movimentação. Na página do Instagram (@seres.brasil) não há postagem desde julho de 2024, enquanto no Linkedin não há atualizações há dez meses. O telefone da sede da empresa, em Barueri (SP), não existe mais.

Marca chinesa Seres tira site do ar e encerra operação no Brasil

De acordo com a Secretaria da Fazenda, o CNPJ da Seres Brasil LTDA também está com situação cadastral “Baixada” — ou seja, está encerrado. O motivo está descrito como “Extinção por Encerramento Liquidação Voluntária”. Ter o CNPJ baixado não impede que a empresa abra outro CNPJ, porém, neste registro da Seres Brasil LTDA, a atividade está baixada pela Receita Federal, como mostra o documento abaixo, e não é possível reativar.

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Seres Brasil LTDA está com CNPJ encerrado  — Foto: Secretaria da Fazenda

Autoesporte entrou em contato com os responsáveis pela operação da marca no Brasil para entender o atual cenário, e se de fato haverá algum processo de restruturação. Até o momento da publicação desta reportagem não houve resposta. Caso isso aconteça, a nota será atualizada.

A marca vendeu apenas oito carros no Brasil em 2024, sendo cinco Seres 3 e três Seres 5, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Os veículos são importados de Xangai (China). Na internet é possível encontrar dois anúncios de venda do Seres 3: um em São Paulo por R$ 139.990, com 100 km rodados, e outro no Rio de Janeiro por R$ 249.990, zero km, que é blindado. De acordo com a marca, 426.900 carros foram vendidos no mundo em 2024.

Site da Seres está desativado  — Foto: Reprodução

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Brasil

Desafio na internet mata adolescente após amassar borboleta com água e injetar no corpo

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Na quarta-feira (12), Davi Nunes Moreira, de 14 anos, m0rreu após ser internado no Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC), no sudoeste da Bahia. O motivo: ele injetou uma substância na própria perna, depois de um desafio na internet.

Antes de falecer, o jovem contou à equipe médica que havia comprado uma seringa em uma farmácia, preparado a substância com uma borboleta amassada em água e aplicado o líquido na perna. Ele ficou sete dias internado no hospital local antes de ser transferido para o HGVC, onde veio a óbito.

Após a m0rte do filho, o pai encontrou a seringa citada por Davi embaixo do travesseiro do garoto, enquanto arrumava a casa. O velório e o enterro do adolescente ocorreram na sexta-feira (14). A Polícia Civil aguarda o laudo pericial para determinar a causa da m0rte.

Quais são os riscos das borboletas?

Algumas espécies de borboletas obtém substância que podem ser venenosas para humanos, como substâncias que podem causar danos ao coração (Glicosídeos cardíacos). Essas substâncias são obtidas através das plantas que elas comem, segundo artigo publicado pela Universidade de Wisconsin, nos EUA. 

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Um dos feitos do glicosídeo é o aumento da força da contração cardíaca, que são tóxicos a depender das doses.

“Eles são venenosos para a maioria dos vertebrados (animais com espinha dorsal), mas podem não ser venenosos para invertebrados (animais sem espinha dorsal)”, responde o artigo.

No caso de Davi, as causas de sua m0rte estão sendo investigadas pela 1ª Delegacia Territorial de Vitória da Conquista.

Cuidados com adolescentes e crianças na internet

A advogada Alessandra Borelli ressalta que é preciso que os pais ou responsáveis acompanhem de perto o que seus filhos estão consumindo na internet. Além disso, é preciso que as crianças sejam orientadas sobre a utilização segura do ambiente digital, com alertas sobre os perigos e a definição de limites a serem observados. O mais importante é encorajar a criança ou o adolescente a compartilhar com os responsáveis suas experiências pessoais.

“É imprescindível estabelecer um canal de confiança com a criança ou adolescente, deixando-a segura e confortável para compartilhar situações desconfortáveis.”, ressalta Borelli

O uso de tecnologia na faixa etária abaixo dos 18 anos “invade” o período da infância e adolescência e devia ser regulado pelo Estado, com uma legislação que proponha limites do que poderia ou não ser consumido. É o que defende Luci Pfeiffer, presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

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