Alagamento em Guriri é fato recorrente. Para os otimistas, é um balneário que mais se parece com um paraíso para visitar, curtir e morar. Uma praia maravilhosa, é verdade, porém, falta muita coisa para se transformar em tudo aquilo que os otimistas e propagadores de mentiras dizem sobre as maravilhas do ‘”paraíso” chamado Guriri.
Basta “navegar” pelas suas ruas e avenidas, após uma chuva, ouvir seus moradores para saber da realidade nua e crua do que eles passam diante de tantas promessas de soluções e melhorias, principalmente, em períodos eleitorais. Maquiam o lugar, mas basta uma chuva para desfazer a maquiagem e mostrar a sua verdadeira face, de cara lavada. Guriri é o caos!
Tempos atrás surgiu a possibilidade de fazer uma obra de construir galerias pluviais. A promessa havia sido feita em 2019, quando havia a certeza de que, desta vez, a coisa ia sair do imaginário e do papel. Chegaram a ter licitações e nada aconteceu. Promessa, apenas. Foi apenas uma maquiagem que, com as chuvas foram desfeitas, mostrando a verdadeira face da situação. De cara lavada, Guriri continua enfrentando os mesmos problemas.
Agora é a vez de mais uma iniciativa de se construir uma solução definitiva para o balneário e bairro de Guriri. A tal da macrodrenagem, que vai consumir cerca de R$ 300 milhões dos cofres estaduais. Foi dito que os trâmites estariam superados e até licenças ambientais também. Já teria até a empresa e que o canteiro de obras já estaria sendo feito, para receber o maquinário que estava a caminho do paraíso chamado Guriri. Pelo que foi apurado junto aos moradores ainda não há vestígio de gente e nem marcas de pneu do maquinário chegando. A esperança é que logo as coisas vão acontecer e o balneário vai receber uma obra que deverá durar cerca de cinco anos até o seu término.

A Prefeitura de São Mateus reconhece que a solução exige parceria com o Estado devido ao grande volume de recursos necessários para a execução de obras de infraestrutura. Isso não impede de buscar outras alternativas. Existem financiamentos de bancos interamericanos (BID, BIRD, Banco Mundial) que atuam exclusivamente em questões voltadas para saneamentos etc. Pelo menos, não custa saber se essa informação procede. Ficar omisso ou se fazer de morto aguardando soluções – muitas vezes – eleitoreiras não faz parte da boa gestão, do comprometimento e da boa política voltada exclusivamente para o bem comum. Em tempo: o município precisa demonstrar capacidade de gestão, capacidade de assumir o que pleiteia e seriedade para gerir os recursos de acordo com sua aplicabilidade. São critérios para pleitear recursos dessas organizações financeiras.
Apesar da Prefeitura não ter condições de empreender e executar uma obra de tamanha envergadura, não pode se eximir de suas responsabilidades com relação a Guriri e sua população. Não se conhece nessas décadas de alagamentos, uma ação preventiva da municipalidade.
Moradores cobram prioridade
Um morador questionou a lista de prioridades para Guriri. Disse que certamente não é a mesma que está no DER. A macrodrenagem deveria ocupar o topo, é a prioridade de quem mora e vive em Guriri. Como o atual diretor-presidente daquele órgão estatal também é residente no bairro mateense, existe a esperança que a lista seja alterada. Pelo menos foi o que a reportagem ouviu de vários moradores.
Também questionam a atuação da Câmara de Vereadores, que diante de um problema que se arrasta tanto tempo, não se articula para pressionar a quem de direito para que a solução aconteça. “Ficar elogiando prefeito, governador, presidente, político e administrador de entidade pública não resolve nada. Queremos ação efetiva”, cobrou um dos moradores ouvidos pela reportagem.