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Internacional

Na Europa, medo do coronavírus leva a corrida aos mercados

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Desinfetantes e máscaras descartáveis são os itens mais procurados, além de alimentos. Escolas, bibliotecas e outros locais públicos estão fechados

Após autoridades da região do Vêneto determinarem o fechamento de escolas, locais públicos como bibliotecas, museus e até cemitérios por conta do surto de coronavírus em várias cidades da Itália, as pessoas com medo, pânico e insegurança iniciaram uma corrida histérica a farmácias e supermercados.

No sábado, os itens mais procurados eram desinfetantes e máscaras descartáveis mas hoje a busca é de praticamente todos os itens, de papel higiênico a frutas, carnes, enlatados em geral, macarrão, arroz. Tudo com data de validade maior. Mas não só. Os ovos também sumiram das prateleiras dos supermercados.

Em Bassano Del Grappa, uma pequena cidade que fica no centro do Vêneto, na noite de anteontem já faltavam produtos em todos os supermercados. Filas gigantes, pessoas com máscaras, carrinhos que transbordavam de mercadorias, “uma cena de filme de horror”, como resumiu Gigliola Battocchio, de 54 anos, uma das proprietárias do supermercado Battocchio, um dos maiores da região. “Já no sábado percebemos um aumento de 20% nas vendas; no domingo, de 40%; e ontem, de 100%.”

Para Gigliola, “as pessoas entraram em uma espécie de psicose, após o decreto do governo porque havia rumores de que todos os estabelecimentos seriam fechados e, com medo de ficar sem comida começaram a ‘atacar’ os supermercados”. Segundo a empresária italiana, não é tanto o medo do coronavírus que causou essa espécie de histeria coletiva, mas o medo de ficar sem comida em casa. “A Itália é um país que viveu a fome por causa da guerra e o maior medo dos italianos é justamente passar fome de novo.”

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Lidia Vidana, de 42 anos, carregava as compras para o carro no estacionamento do Ali, outro supermercado de Bassano. Não havia feito estoque, mas comprado um pouco a mais do que o habitual. “Concordo com as restrições de controle estabelecidas pelo governo, mas é difícil controlar o sentimento das pessoas”, afirmou a italiana. Ela disse não julgar as pessoas que estocam alimentos com receio de restrições ainda maiores. “Eu tenho parentes na Espanha, na Catalunha, em Valência e Madri – e as pessoas também estão apavoradas. Meus parentes afirmaram que as máscaras descartáveis e desinfetantes também estão faltando nas prateleiras dos supermercados espanhóis.”

“O shopping está vazio, o número de vendas caiu 40%. Não tenho medo, é só uma gripe mais forte. Acho que as pessoas estão exagerando um pouco”, disse Gaia Sebbeu, de 20 anos, garçonete do bar Diemme, no Grifone de Bassano. “O problema é que esse vírus se difunde muito rápido, mas até agora ninguém aqui do bar pediu para usar máscara ou luva”, contou a jovem italiana.

Enquanto tomava um café no balcão do bar, a aposentada Alessandra Trolezi, de 68 anos, contou que outro dia estava na rua quando começou a tossir e viu que as pessoas se afastaram dela, “provavelmente pensando que fosse infectada pelo coronavírus”.

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Um funcionário da rede ferroviária italiana, que pediu para não se identificar, afirmou nunca ter visto uma situação tão crítica. “Domingo de carnaval foram vendidas apenas 50 passagens de trem de Bassano para Veneza. Em situações normais, são vendidas cerca de 700.”

Clima de preocupação exagerada com o vírus

O clima de preocupação exagerada pode levar a agressões físicas, como a que aconteceu com uma cidadã chinesa que, na semana passada, foi agredida fisicamente e insultada por um casal de italianos no centro de Turim. A imigrante mora há 20 anos na Itália e precisou ser levada para o hospital.

Para a prefeita de Bassano del Grappa, Elena Pavan, do partido Liga Norte, do ex-ministro Matteo Salvini, “era necessário tomar essas medidas que foram adotadas pelo governo”. “Mas criou uma psicose em parte das pessoas, que deram uma importância maior ao que realmente está acontecendo.”

O Salão do Móvel de Milão, o mais importante do mundo, foi transferido para o período entre 16 e 21 de junho, por causa do coronavírus. A previsão inicial era que ocorre de 21 a 26 de abril. A feira de literatura infantil e juvenil de Bolonha — a principal do mundo – também já havia sido adiada. O evento, que seria realizado de 30 de março a 2 de abril, foi transferido para 4 a 7 de maio.

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Internacional

2024 pode ser o ano mais quente da história, aponta agência da UE

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Planeta está vivenciando um dos períodos mais quentes dos últimos 125 anos

O ano de 2024 está prestes a se tornar o mais quente já documentado, com temperaturas que devem ultrapassar em 1,5 grau Celsius a média do período pré-industrial. Essa previsão é baseada em um estudo da Copernicus, a agência meteorológica da União Europeia, que aponta um aumento sem precedentes nas temperaturas globais, superando os recordes estabelecidos em 2023. De acordo com especialistas, o planeta está vivenciando um dos períodos mais quentes dos últimos 125 anos. Novembro passado foi registrado como o segunda mais quentes da história. Portugal experimentou seu novembro mais quente, com uma média de temperatura 2,69°C acima da média entre 1981 e 2010.

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Internacional

Governo brasileiro evacua embaixada do Brasil em Damasco

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O embaixador do Brasil em Damasco, capital da Síria, André Luiz Azevedo dos Santos, e funcionários do Itamaraty deixaram a capital em direção a Beirute, até que a situação do país se estabilize. O diplomata está no comando da embaixada desde 2022, quando foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e mantido pelo governo Lula.

O Ministério de Relações Exteriores informou que a evacuação do grupo diplomático acontece devido às incertezas que assolam o país desde a queda do presidente Bashar al-Assad. No último domingo, após 13 anos de uma guerra civil, rebeldes derrubaram o regime de al-Saad. O presidente estava no comando do país desde 2000.

Com a escalada dos conflitos na Síria, o Ministério de Relações Exteriores informou que acompanha com preocupação a situação e que orientou os brasileiros que estão no território que tentem deixar o país por meios próprios, até o retorno à normalidade. Segundo dados do Itamaraty, 3,5 mil brasileiros vivem no país do Oriente Médio, a maior parte deles nascidos na Síria, com pai ou mãe brasileiros. O órgão informou que, até o momento, não há registros de brasileiros entre as vítimas do conflito.

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