O cantor e ator Jottapê anunciou o encerramento de sua trajetória no funk durante um evento da Netflix no último sábado (1), no estádio do Canindé, em São Paulo. Conhecido por interpretar MC Doni na série Sintonia, da Netflix, o artista de 24 anos comunicou a decisão ao público durante sua última apresentação no gênero.
“Eu tenho um anúncio a fazer, algumas pessoas aqui me acompanham nas redes sociais. Isso que vocês acabaram de ver aqui, família, foi a minha última apresentação no funk. Eu quero agradecer a todo mundo que me acompanhou até aqui”, declarou no palco.
Ainda na ocasião, o cantor relatou sua conversão religiosa e afirmou que buscava sucesso, mas sentia um vazio. “Por muito tempo, eu corri atrás de tudo, dinheiro, fama, e eu consegui tudo isso, mas eu tinha um vazio enorme dentro de mim que nada preenchia. E graças a Deus, hoje eu não tenho mais esse vazio”, afirmou.
Durante o evento, a esposa do artista, Estefany Boro, entregou-lhe uma faixa com a mensagem: “Não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim”, que ele mostrou ao público.
O vídeo do anúncio ultrapassou 900 mil curtidas no Instagram, e diversas mensagens destacaram a decisão de Jottapê.
Mudança
No dia seguinte, o cantor publicou nos stories que ainda estava assimilando o momento e descreveu a experiência como “uma bênção”. “Eu confesso que a única coisa que eu tinha preparado era aquela faixa, e eu fiquei pensando: ‘O que será que eu falo nesse momento?’”, escreveu.
Ele também citou um trecho bíblico de Lucas 12:11-12, no qual Jesus diz que o Espírito Santo ensinaria o que deveria ser dito.
Em um vídeo publicado no YouTube, Jottapê e Estefany compartilharam detalhes sobre o processo de conversão do casal. Ele cresceu em um lar cristão, enquanto Estefany veio de uma família católica, mas afirmou que não frequentava a igreja com regularidade.
“Tinha coisas que já vinham me incomodando e coisas que estavam incomodando o Jota. Eu e ele sempre conversamos e chegou a um ponto que nós não estávamos bem e fomos para um culto. Ali mesmo a gente sentiu no coração de aceitar Jesus”, disse Estefany.
Segundo Jottapê, o casal iniciou reuniões de oração em casa e, após experiências que definiram como “extraordinárias”, decidiu se batizar e mudar de estilo de vida. “Antes, a gente começou a fazer células em casa e ali a gente foi dando abertura para o Espírito Santo e algumas coisas foram nos constrangendo”, explicou.
O cantor afirmou que passou a enxergar sua carreira e influência sob uma nova perspectiva. “Eu me perguntava: ‘Por que toda essa relevância?’. Hoje, a gente entende que é para falar de Jesus. Desde os talentos que Ele me deu, desde a atuação ao musical, então eu comecei a usar para passar mensagens bíblicas e futuramente eu pretendo usar meu talento musical para o Reino”, concluiu.
Nas redes sociais, perfis mandaram religioso levar pessoas de rua para a casa dele
O padre Júlio Lancellotti foi criticado, nas redes sociais, após se manifestar sobre a situação da área conhecida como Cracolândia, na capital paulista. Ele destacou que os dependentes químicos ficaram espalhados pela cidade.
Em um vídeo, publicado há três dias, o padre conversa com um morador de rua que diz que a polícia faz ameaça de morte.
Vários perfis ironizaram o religioso e sugeriram que ele levasse para casa as pessoas que ficam nas ruas.
– Dizer que todos estão em clínicas ou abrigos não é verdade. O bonito é a autoridade assumir e dizer a verdade – falou Lancellotti.
Segundo o padre, as pessoas precisam de acolhimento, não de violência.
As falas devem agradar a ala que defende o casamento heterossexual e o posicionamento da Igreja Católica contra o aborto; a audiência foi privada, mas o Vaticano divulgou o texto de Leão XIV
O papa Leão XIV afirmou nesta sexta-feira (16), que a família é fundamentada na “união estável entre um homem e uma mulher” e que os (bebês) não nascidos e idosos possuem dignidade como criaturas de Deus. As falas são um aceno à ala conservadora na defesa do casamento heterossexual e no reforço do posicionamento da Igreja Católica contra o aborto.
Robert Prevost, o primeiro papa norte-americano, também pediu a revitalização da diplomacia multilateral e a promoção do diálogo entre religiões na busca pela paz, em seu primeiro encontro com o corpo diplomático do Vaticano. A audiência foi privada, mas o Vaticano divulgou o texto de Leão XIV.
O encontro é uma das exigências protocolares após um conclave, permitindo que o novo papa cumprimente representantes de governos mundiais antes de sua missa de instalação formal neste domingo (18). A Santa Sé é um estado soberano sob a lei internacional, possui relações diplomáticas com mais de 180 países e goza de status de observador nas Nações Unidas.
Leão XIV, membro da ordem religiosa agostiniana, tem enfatizado a paz como prioridade de seu pontificado, desde as primeiras palavras que pronunciou na sacada da Basílica de São Pedro após sua eleição em 8 de maio: “A paz esteja com todos vocês.” Em suas observações, ele disse que a busca pela paz era um dos pilares do papado.
Ele insistiu que paz não é apenas a ausência de conflito, mas um “dom” que requer trabalho, desde o fim da produção de armas até a escolha cuidadosa das palavras. “Pois as palavras também, não apenas as armas, podem ferir e até matar.” O papa disse que cabe aos governos construir sociedades pacíficas “sobretudo investindo na família, fundamentada na união estável entre um homem e uma mulher.”
“Além disso, ninguém está isento de se esforçar para garantir o respeito pela dignidade de cada pessoa, especialmente a mais frágil e vulnerável, desde os não nascidos até os idosos, desde os doentes até os desempregados, cidadãos e imigrantes igualmente,” ele disse.
Durante o seu pontificado, o papa Francisco reafirmou o ensinamento central católico opondo-se ao aborto e à eutanásia, dizendo que eles eram evidências da “cultura do descarte” de hoje. Entretanto, ele também fez questão de alcançar os católicos LGBTQIA+, insistindo que são bem-vindos na igreja. Ele não mudou a doutrina da igreja que define o casamento como uma união entre homem e mulher e os atos homossexuais como “intrinsecamente desordenados”.
Como então chefe da ordem agostiniana, Prevost, em 2012, criticou o “estilo de vida homossexual” e o papel da mídia de massa na promoção da aceitação de relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo que conflitavam com a doutrina católica. Uma década depois, durante o pontificado de Francisco, ele reconheceu o chamado de Bergoglio para uma igreja mais inclusiva, e disse que não queria que as pessoas fossem excluídas apenas com base no estilo de vida delas.