Fase inicial tem previsão de terminar em dezembro de 2027. As primeiras operações serão para o transbordo de petróleo
Após 10 anos de espera, as obras da Fase 1 do Porto Central, em Presidente Kennedy, região Sul do Espírito Santo, terão início nesta semana, marcando o ponto de partida para um complexo portuário estratégico para o Estado. As obras começam no dia 4 de dezembro, quarta-feira.
O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (2). Liderado pela TPK Logística e Polimix, o projeto ocupa uma área de 2 mil hectares, com investimento total estimado em R$ 16 bilhões (US$ 2,9 bilhões).
A primeira etapa das obras será a retirada de vegetação em uma área de aproximadamente 65 hectares, parte dos 2 mil hectares licenciados para o projeto.
Essa fase inicial, com custo de R$ 2,9 bilhões, está prevista para terminar em dezembro de 2027, quando começam as operações. Segundo Jessica Chan, gerente comercial do Porto Central, as primeiras operações serão para o transbordo de petróleo.
Essa operação consiste na transferência do produto por meio de mangotes (mangueiras especialmente fabricadas para escoamento de líquidos viscosos), entre dois navios atracados.
Com uma área de 2.000 hectares, cerca de 100 estádios do Maracanã, o Porto possui profundidades marítimas de até 25 metros, e 54 berços destinados a operações que vão além do setor de petróleo e derivados.
Foto: divulgação Porto Central
O projeto foi planejado para acomodar terminais e indústrias multipropósitos, incluindo movimentação e armazenagem de granéis líquidos (como bunker e combustíveis), granéis sólidos, grãos, fertilizantes, minerais, contêineres, cargas gerais, gás natural, apoio offshore e estaleiros.
Jéssica Chan afirmou que o Porto foi pensando para ir além das demandas de granéis líquidos (produtos como água, combustível (petróleo, diesel, etanol e gasolina, óleos vegetais e sucos).
“O Porto Central já planeja os próximos passos para se firmar como um polo estratégico no setor portuário brasileiro. Além do transbordo de petróleo previsto na Fase 1, o porto está preparado e licenciado para futuras expansões e diversificação de operações. Estamos avançando em negociações e estudos técnicos para novos terminais, incluindo um estaleiro para descomissionamento e reciclagem sustentável de navios, em parceria com a M.A.R.S, e um hub de contêineres com capacidade para receber embarcações de até 25.000 TEUs”, explicou Jéssica Chan.
Impactos ambientais
Desde 2020, o Porto Central tem realizado ações para compensar os impactos do empreendimento, como o plantio de mais de 12 mil mudas de espécies nativas em áreas de preservação, com a meta de alcançar 100 mil mudas até o fim da Fase 1, no final de 2027.
O cronograma do projeto inclui etapas como a remoção da vegetação, obras de terraplanagem, construção do canteiro de obras e transporte de rochas para o quebra-mar sul.
Também serão realizadas a instalação de estruturas de concreto e a dragagem do canal de acesso. Um dos destaques desta fase é o uso do Programa de Dragagem Adaptativa (PGDA), tecnologia inédita no Brasil que busca reduzir os impactos ambientais nas obras marítimas.
Foto: divulgação Porto Central
O plano ambiental também inclui o resgate de fauna terrestre, iniciado em novembro de 2024, com apoio de instituições como o Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), campus Alegre. As espécies resgatadas estão sendo realocadas em áreas protegidas.
Reconhecido como projeto prioritário no Espírito Santo e incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, o Porto Central destaca-se por sua localização estratégica no centro da costa brasileira, próxima às bacias do pré-sal, mercados importantes e principais rodovias e ferrovias.
“O Porto Central será um complexo portuário multiuso, com forte enfoque na sustentabilidade, que será capaz de atender às demandas mais otimistas de crescimento econômico do Brasil, fortalecendo a competitividade nacional, gerando empregos e renda, impulsionando oportunidades e novos negócios e melhorando a posição do país no ranking de infraestrutura portuária em relação a outros países no mundo”, declarou o CEO Salomão Fadlalah.
Diferenciais e impactos do projeto
Foto: divulgação Porto Central
A empresa destacou que entre os diferencias do Porto Central está a combinação de águas profundas, que permitem a atracação de grandes navios com redução nos custos logísticos para cargas como contêineres, fertilizantes, grãos e granéis líquidos, com uma localização estratégica na costa leste do Brasil, próxima aos principais centros de produção e consumo.
Outro diferencial é a integração do Porto com a malha logística nacional. Além do modal rodoviário já consolidado, existem projetos para conectar o porto à Ferrovia EF-118, que ligará o Espírito Santo ao Centro-Oeste com as ferrovias existentes EFVM e FCA, e à EF-352, planejada para expandir as rotas de escoamento de cargas agrícolas e industriais.
Com enfoque na sustentabilidade, o Porto Central se posiciona como uma infraestrutura estratégica para integrar operações de energias renováveis, como parques solares e eólicas offshore, e para apoiar estratégias de descarbonização e transição energética, incluindo projetos ligados ao hidrogênio.
Espera de 10 anos
Os estudos para a construção do Porto Central, em Presidente Kennedy, começaram em 2008 e desde então a obra segue sendo estudada para começar a implantação.
“O processo de licenciamento ambiental começou em 2011, e entre 2014 e 2023 trabalhamos para cumprir todas as condicionantes pré-instalação e viabilizar o projeto”, explicou Angelo Santos, diretor do Porto Central.
Questionados sobre o atraso do início das obras, que estavam previstas para o fim deste ano, a gerente comercial e o diretor explicaram que foram necessários realizar mais estudos.
“O tempo para o início das obras foi necessário devido ao grande volume de estudos exigidos para a realização deste projeto. Havia uma vasta área marítima para sondagens, além de análises na área terrestre, incluindo demandas ambientais e de engenharia. São mais de 60 programas ambientais envolvidos. É um projeto muito grande, e isso demandou uma série de estudos. A decisão de começar foi tomada apenas após a conclusão de todos esses levantamentos”, explicou Jessica Chan.
Os cafeicultores de Jaguaré já podem conhecer os detalhes do quarto Concurso de Qualidade do Café Conilon do município; já com definição de valores e prazos, Prefeitura disponibilizou em seu site, o regulamento para o certame deste ano
A Prefeitura de Jaguaré, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, divulgou nesta quarta-feira, 22, o regulamento do 4º Concurso de Qualidade do Café Conilon de Jaguaré. As inscrições estarão disponíveis entre os dias 1º de julho até o dia 22 de outubro, apenas de forma presencial na sede da Secretaria Municipal de Agricultura. O concurso foi lançado durante evento do programa Arranjos Produtivos, no dia 04 de abril.
Prefeitura incentiva qualidade do produto
Com o concurso, a Prefeitura de Jaguaré tem como objetivo valorizar e incentivar os cafeicultores do município em busca da qualidade e sustentabilidade na produção do café conilon. O concurso também visa ao fortalecimento da cadeia produtiva do grão para a conquista de maior espaço nos mercados nacional e internacional. Com ampliação na comercialização, mais valor é agregado à produção gerando mais qualidade de vida na área rural.
O concurso deste ano vai premiar em dinheiro os cinco primeiros colocados entre os 15 produtores que conseguirem as maiores notas na avaliação dos julgadores. A organização estabeleceu a seguinte premiação: 1º lugar – R$ 15.000,00; 2º lugar – R$ 10.000,00; 3º lugar – R$ 7.000,00; 4º lugar – R$ 5.000,00 e 5º lugar – R$ 3.000,00.
Os produtores de Jaguaré podem acessar o regulamento AQUIpara informações sobre prazos e conhecer detalhes dessa 4ª edição. Os produtores interessados em participar deverão entregar um lote com, no mínimo duas e no máximo de vinte sacas beneficiadas, de onde serão retiradas as amostras para avaliação sensorial. Este ano o concurso está sendo realizado pela Prefeitura de Jaguaré, em parceria com o Sindicato Rural, Sindicato dos Trabalhadores Rurais – STR, Socredi, Incaper e as empresas de agronegócios Nicolli e Linhagro.
Terceiro maior produtor de café arábica do Brasil, o Espírito Santo deu início, nesta quinta-feira (22), à colheita da safra 2025. A abertura oficial aconteceu em um evento técnico realizado no município de Venda Nova do Imigrante, na região das montanhas capixabas, reunindo produtores, técnicos, pesquisadores e autoridades. O vice-governador Ricardo Ferraço participou do evento.
A programação foi realizada na propriedade do agricultor Florindo Avanci, na comunidade de São Roque, pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e pela Prefeitura de Venda Nova do Imigrante.
“Celebrar a colheita é uma forma de agradecer e renovar as esperanças. Estamos vivenciando bons preços no café, que remuneram com justiça os produtores e garantem sustento e maior qualidade de vida para milhares de famílias aqui no Espírito Santo. O café em alta significa também desenvolvimento social na veia. Temos muita qualidade na produção, fruto de muito trabalho coletivo do sistema público agrícola e parceiros, aliada à capacidade empreendedora dos nossos cafeicultores. Os resultados estão aí, por toda parte. Vamos em frente, trabalhando sempre”, disse o vice-governador Ricardo Ferraço.
O secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, destacou a importância da cafeicultura para a economia e o desenvolvimento rural do Espírito Santo.
“A abertura da safra de café arábica é sempre um momento de grande expectativa e celebração para o nosso Estado. O Espírito Santo se destaca pela qualidade e dedicação dos nossos produtores, e essa nova safra reforça o protagonismo da cafeicultura capixaba. Estamos colhendo os frutos de muito trabalho e pesquisa. Nosso compromisso é continuar apoiando os agricultores, promovendo inovação no campo e garantindo competitividade aos cafés especiais que têm conquistado o Brasil e o mundo”, afirmou Bergoli.
Segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção capixaba de café arábica em 2025 deve alcançar aproximadamente 3,3 milhões de sacas de 60 quilos. A área cultivada é de cerca de 121,6 mil hectares, com produtividade média prevista de 27,1 sacas por hectare.
Durante o evento, o diretor-geral do Incaper, Alessandro Broedel, ressaltou os avanços científicos que vêm sendo incorporados à cafeicultura de arábica no Estado, com foco no aumento da produtividade e da qualidade.
“Neste mês, após seis anos de pesquisa, validamos e recomendamos novas cultivares de café arábica para o Espírito Santo. São plantas mais produtivas e com maior estabilidade de produção, o que representa uma resposta concreta da ciência ao desafio da bienalidade na cafeicultura, que alterna ciclos de baixa e alta produção, afetando principalmente o arábica. É um passo histórico que demos para fortalecer a sustentabilidade e a competitividade do setor”, destacou Broedel.
Incentivo à irrigação
A programação também incluiu a palestra “O que precisamos fazer para ter sucesso com a cafeicultura irrigada?”, ministrada pelo extensionista do Incaper, Caio Louzada Martins. O objetivo foi mostrar o potencial da irrigação, ainda pouco adotada nas lavouras de arábica no Espírito Santo, mas considerada estratégica para garantir regularidade na produção e adaptação às mudanças climáticas. Na ocasião, foram apresentados os impactos positivos da prática e tecnologias que asseguram o uso sustentável da água.
Encerrando as atividades, os participantes acompanharam uma colheita simbólica, que marcou oficialmente o início da safra nas mais de 26 mil propriedades produtoras de café arábica no Espírito Santo.