O câncer de mama é uma das doenças que mais afetam as mulheres no Brasil, mas a prática regular de atividade física tem se mostrado uma importante aliada tanto na prevenção quanto após o diagnóstico. Além de hábitos saudáveis, como boa alimentação e controle de peso, estudos indicam que os exercícios podem reduzir significativamente os riscos e melhorar a qualidade de vida durante o tratamento.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), do Ministério da Saúde, essa doença se desenvolve a partir de alterações no DNA das células, que passam a receber instruções erradas para suas atividades funcionais, podendo se desenvolver tanto nas mamas de mulheres quanto de homens (mesmo que raramente).
A maioria dos casos, quando tratados adequadamente e em tempo oportuno, apresenta altas chances de cura. Por isso, o objetivo da campanha do Outubro Rosa é reforçar a conscientização acerca da doença e de sua prevenção.
Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, como manter um peso adequado, evitar o consumo excessivo de álcool e praticar atividade física regularmente, aponta o INCA.
O diretor da Razões do Corpo, Marcus Frizzera, reforça que o recomendado é realizar pelo menos 150 minutos semanais de atividades físicas moderadas a intensas. “A prática de exercícios reduz os níveis de hormônios femininos associados ao desenvolvimento do câncer de mama”, explica.
Benefícios durante o tratamento
Para quem já foi diagnosticado com esse tipo de câncer, a atividade física oferece inúmeros benefícios. Fisicamente, ajuda a reduzir os efeitos colaterais do tratamento e melhora a aptidão física, mobilidade e qualidade de vida. Psicologicamente, contribui para diminuir sintomas depressivos e revigorar a autoestima e imagem corporal.
Frizzera destaca que os exercícios fortalecem ossos, músculos e tendões, que costumam se fragilizar durante o tratamento oncológico, especialmente após quimioterapia, radioterapia ou bloqueio hormonal.
Se não houver contraindicações, é altamente recomendado que as pacientes pratiquem atividade física em qualquer fase do tratamento. “Caminhada, musculação, natação, dança, pilates… O importante é escolher algo que proporcione prazer e bem-estar, aumentando as chances de aderência ao longo do tempo”, completa.
O médico oncologista Fernando Zamprogno, da Rede Meridional, ressalta que, nos últimos 15 anos, vários estudos demonstraram a importância da atividade física e de uma dieta saudável tanto na prevenção do câncer quanto para aqueles que já enfrentaram a doença. “Essa relação é evidente, pois a atividade física estimula a liberação de substâncias benéficas, incluindo hormônios que atuam na proteção contra o câncer”, detalha.
Zamprogno também menciona que a prática regular de exercícios melhora a qualidade do sono, reduz o estresse e ajuda a abandonar hábitos prejudiciais, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.
“Os benefícios dos exercícios para o corpo vão além da saúde física, promovendo mudanças de estilo de vida que impactam diretamente na prevenção do câncer. Essa combinação torna a atividade física um dos pilares fundamentais na prevenção e no tratamento oncológico”, conclui.