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Mundo Cristão

Pastores analisam as profecias polêmicas que envolvem a morte do Papa Francisco

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A morte do pontífice argentino reaviva interpretações sobre profecias antigas e o fim dos tempos. Pastores orientam sobre como lidar com essas narrativas à luz das Escrituras

morte do Papa Francisco, ocorrida em 21 de abril de 2025, aos 88 anos, após complicações de saúde, reacendeu debates sobre profecias antigas e o fim dos tempos. Se você tem acompanhado alguns veículos de comunicação e Youtubers que amam falar de escatologia, já deve ter ouvido algumas destas histórias.

Entre as mais comentadas estão as atribuídas a São Malaquias, que supostamente preveem o fim do papado e da Igreja Católica com o 112º pontífice, número que coincide com Francisco. Essas interpretações, muitas vezes sensacionalistas, têm sido amplamente discutidas nas redes sociais e em círculos religiosos inclusive.

A chamada “Profecia dos Papas”, atribuída a São Malaquias, arcebispo irlandês do século XII, consiste em 112 lemas em latim que supostamente descrevem os papas desde Celestino II até o fim da Igreja Católica. O último lema refere-se a “Pedro, o Romano”, que “alimentará seu rebanho entre muitas tribulações”, culminando na destruição de Roma e no julgamento final.

No entanto, estudiosos questionam a autenticidade dessas profecias. Elas só foram publicadas em 1595, mais de 400 anos após a morte de São Malaquias, e acredita-se que foram forjadas para influenciar o conclave papal da época. A Igreja Católica não reconhece oficialmente essas profecias, considerando-as, no máximo, revelações particulares sem obrigatoriedade de crença.

Interpretações evangélicas e o livro do Apocalipse

Para líderes evangélicos, é importante abordar essas narrativas com discernimento. “Não vejo fundamento bíblico que relacione a morte do Papa Francisco com as profecias do Apocalipse. alguns teólogos tentam associar Apocalipse 17, especialmente os versículos 9 e 10, aos papas, interpretando as sete cabeças como sete montes e sete reis. no entanto, esses ‘reis’ estão mais ligados aos governos europeus do que à figura do papa”, afirma o pastor Manoel Júnior, da Igreja Evangélica em Praia Grande/SP.

Ele enfatiza que o Apocalipse é um livro simbólico que deve ser interpretado com cuidado e à luz de toda a Escritura. “O mais importante é ler com discernimento e à luz de toda a Escritura”, destaca.

O pastor Elmir Dell’Antonio, psicoterapeuta, cientista social e missionário, também compartilha uma visão cautelosa. “Do ponto de vista profético bíblico da igreja, principalmente a igreja evangélica, existe uma vertente que fala, por exemplo, relacionando o Papa a uma das bestas ou algumas figuras apocalípticas. Eu particularmente acho isso bem forçado”, declara.

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Ele ressalta a importância de focar na essência do evangelho e não se deixar levar por teorias conspiratórias.

Ao comentar o falecimento do Papa Francisco, o pastor Álvaro Oliveira Lima, presidente da Convenção Evangélica dos Ministros das Assembleias de Deus no Estado do Espírito Santo (Cemades), ressalta que embora a figura papal tenha grande envergadura mundial, não há qualquer significado escatológico relacionado à sua morte — nem à luz das Escrituras, nem fora dela.

“O que está acontecendo é o círculo da vida. Esta é a minha opinião”, afirma. Para ele, apesar das muitas teorias que circulam em torno dos papas, não há profecias apocalípticas bíblicas que tratem diretamente da figura do Papa. “Na verdade, o que existe são muitos estudiosos ainda arranhando na questão teológica, criando suas teorias que não condizem com a realidade”, observa.

Uma história em si

A morte de um líder religioso global como o Papa Francisco naturalmente gera comoção e reflexões sobre o futuro da Igreja Católica. “A opinião papal, a opinião do sumo pontífice da Igreja Católica tem muita relevância e peso. Haja vista a movimentação dos líderes mundiais para o velório e o sepultamento do Papa Francisco”, observa o pastor Elmir do ponto de vista pragmático e político.

O pastor Álvaro Lima também contesta especulações que tentam vincular os papas à figura do anticristo. “Cada papa que surge, alguns dizem que é o anticristo. E não há base bíblica nenhuma para isso. É apenas especulação de iniciantes nos estudos teológicos.” Segundo ele, os papas devem ser respeitados como líderes religiosos cristãos que, à sua maneira, cumprem o “ide” de Jesus, levando o cristianismo a povos, línguas e nações. “O Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. E quem convence o homem do pecado e do juízo é o Espírito Santo, não quem o propaga”.

Pastor Elmir destaca inclusive que a necessidade de compreender a história da Igreja e suas transformações ao longo dos séculos, lembrando que a origem do cristianismo está em Jerusalém, não em Roma.

Em tempos marcados por teorias inflamadas e narrativas virais, a morte do Papa Francisco convida a uma pausa necessária, que mostra que em vez de buscar sinais a qualquer custo, todos são chamados a olhar para as Escrituras com reverência, discernimento e fé madura. A profecia bíblica não deveria estar sendo usada para espetáculo nem combustível para teorias conspiratórias — ela é, antes de tudo, um convite à vigilância, à esperança e à fidelidade a Cristo.

O que Nostradamus disse?

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O famoso escritor de “profecias”, Nostradamus fez algumas previsões que muitos interpretam como referências ao papado, embora de forma bastante vaga e simbólica. Um dos séculos (as quadras enigmáticas que ele escreveu) menciona “o pastor com o chapéu vermelho” e há especulações de que isso possa aludir a cardeais ou ao Papa.

No entanto, os estudiosos sérios alertam que essas interpretações são altamente subjetivas, já que as profecias de Nostradamus são abertas a múltiplas leituras e não mencionam nomes ou datas específicas. Assim como no caso das profecias atribuídas a São Malaquias, é importante ter cautela para não misturar fé com previsões sensacionalistas que mais confundem do que edificam.

Baba Vanga, um fenômeno pop mais atual

Baba Vanga está super em alta mesmo quando o assunto é previsões — especialmente nas redes sociais. Ela foi uma mística búlgara cega, falecida em 1996, e virou uma espécie de “oráculo pop” por supostamente ter previsto eventos como o 11 de setembro, a queda da União Soviética e até desastres naturais.

Quanto aos papas especificamente, não há registros confiáveis de que ela tenha mencionado algum pontífice diretamente. No entanto, há boatos — difíceis de verificar — de que ela teria previsto uma crise espiritual global e um possível “colapso da religião tradicional”, o que muitos interpretam como referências indiretas ao Vaticano. De novo, essas interpretações são amplamente especulativas, e é sempre bom lembrar que o fascínio por videntes como Baba Vanga muitas vezes mistura misticismo, cultura pop e fake news num só caldeirão.

Fé em Cristo, não em previsões humanas

Diante de tantas especulações e previsões, é essencial que os cristãos mantenham o coração e os olhos firmes em Cristo, a única Verdade que não muda. Como lembra o pastor Manoel Júnior, o foco da Igreja deve ser sempre esperar em Jesus, interpretando os tempos com base na Palavra de Deus e não em discursos místicos ou sensacionalistas que ganham força fora das Escrituras.

O pastor Elmir também reforça que a fé cristã tem raízes profundas no evangelho vivido e pregado desde Jerusalém, e não em tradições que se distanciaram de seu fundamento original. Em vez de alimentar temores com teorias sobre o fim, os crentes são chamados a discernir com sabedoria e a viver com esperança, conscientes de que, mesmo em meio a grandes acontecimentos, nossa segurança não está nas previsões humanas, mas na promessa fiel do retorno de Cristo.

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Asaph Borba critica cachês cobrados por cantores e pregadores

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Com 50 anos de ministério, ele revelou qual a sua posição sobre o tema. “Eu nunca cobrei um valor definido para ministrar em lugar nenhum. Pelo contrário, eu vivo com o que Deus manda”, afirmou

O cantor e compositor Asaph Borba respondeu se cantores e pregadores devem cobrar por seu ministério, em vídeo no Instagram, na semana passada.

“Todos os dias, me fazem essa pergunta, vem de algum pastor, de alguma igreja. Esse é um tema que tem gerado questionamentos entre os irmãos, especialmente diante de alguns cenários e relatos que estão sendo reportados a mim”, introduziu Asaph.

Com 50 anos de ministério, ele revelou qual a sua posição sobre o tema. “Eu nunca cobrei um valor definido para ministrar em lugar nenhum. Pelo contrário, eu vivo com o que Deus manda”, afirmou.

“A Palavra diz: ‘De graça recebei, de graça dai’. Eu acho que essa deve ser a tônica de todo aquele que proclama a Palavra de Deus. Esse é o padrão de um homem e de uma mulher verdadeiramente de Deus que vive e se entrega pela fé. Temos que aprender a depender de Deus”, defendeu.

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Borba observou que a lógica mercantilista acabou sendo adotada pelo segmento gospel.

“Eu ouso continuar desafiando a mim mesmo e a todas as estruturas, e viver pela fé. A Palavra diz: ‘Digno é o trabalhador de seu salário’. Mas creio que muito além de um salário, eu tenho o cuidado, o amor, e a graça de Deus que me sustentou bem por 50 anos, minha casa, minha família, meu ministério”, declarou.

O cantor ponderou que não é contra o investimento regular para a realização de eventos e para manter a obra de Deus.

“É importante esclarecer que não me refiro aqui aos valores cobrados em retiros, congressos ou eventos que envolvem custos operacionais. Esses investimentos são normais, necessários e plenamente aceitáveis diante de Deus, pois viabilizam a realização dessas atividades”, explicou.

“O que quero abordar neste comunicado são os excessos cada vez mais frequentes por parte de alguns ministros, que têm exigido da igreja uma estrutura de luxo para manter seus próprios padrões de vida. Esse tipo de postura não reflete o verdadeiro propósito do ministério e desvirtua a simplicidade do evangelho”, ressaltou.

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Padre é criticado após vídeo sobre situação da Cracolândia

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Nas redes sociais, perfis mandaram religioso levar pessoas de rua para a casa dele

O padre Júlio Lancellotti foi criticado, nas redes sociais, após se manifestar sobre a situação da área conhecida como Cracolândia, na capital paulista. Ele destacou que os dependentes químicos ficaram espalhados pela cidade.

Em um vídeo, publicado há três dias, o padre conversa com um morador de rua que diz que a polícia faz ameaça de morte.

Vários perfis ironizaram o religioso e sugeriram que ele levasse para casa as pessoas que ficam nas ruas.

– Dizer que todos estão em clínicas ou abrigos não é verdade. O bonito é a autoridade assumir e dizer a verdade – falou Lancellotti.

Segundo o padre, as pessoas precisam de acolhimento, não de violência.

 

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