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Política Nacional

“Perigo das Eleições 2020 serão os deepfakes”, diz senador

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Presidente da CPMI das Fake News fala dos trabalhos da comissão neste ano. Colegiado enviou à PF lista de telefones suspeitos de envio em massa

Em 2020, a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das Fake News irá se concentrar em ouvir as operadoras de telefonia, as plataformas de redes sociais (WhatsApp, Instagram e Facebook) e as plataformas de checagem para descobrir e punir os responsáveis pela divulgação de notícias falsas nas Eleições 2018. 

Já há inquéritos na PF sob sigilo que investigam quem são os responsáveis pelos números de telefones que fizeram disparos em massa, identificados pelos parlamentares, e se cometeram crimes.

Além de buscar essas respostas, a comissão busca aprimorar a legislação brasileira para evitar que perfis falsos divulguem informações falsas e não sejam punidos, diz o presidente do colegiado, senador Angelo Coronel (PSD-BA). O objetivo é que as novas leis possam ser aprovadas a tempo das Eleições municipais de 2020. 

Um grande risco neste ano, ressalta o senador, é o uso de “deepfakes”, vídeos criados a partir de inteligência artificial que reproduzem a aparência, as expressões e até a voz de pessoas. 

Parlamentares e políticos ainda podem ser convidados a prestar depoimentos à comissão, a depender da aprovação de requerimentos. O presidente, no entanto, quer privilegiar as oitivas mais técnicas e menos políticas. Em 2019, a CPMI das Fake News se transformou em palco de uma disputa interna do partido do presidente Jair Bolsonaro com os depoimentos de Joice Hasselmann (PSL-SP) e Alexandre Frota (PSDB-SP). 

Leia abaixo os principais trechos da entrevista do senador Angelo Coronel:

Como serão os trabalhos da CPMI em 2020?

O prazo é 13 de abril, mas até lá iremos analisar se o trabalho está finalizado ou se iremos prorrogar, o que precisa ser votado. Há inquéritos sob sigilo analisados pela Polícia Federal e Ministério Público. Vamos concentrar os trabalhos nas oitivas das plataformas WhatsApp, Facebook e Instagram, das operadoras de telefonia que atuam no Brasil e das plataformas de checagem. 

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A Comissão pretende chamar mais parlamentares para depor? Quem?

Há requerimentos que foram protocolados convidando parlamentares e não parlamentares. Há 80 requerimentos que não foram liberados. Quando analisados e aprovados, a presidência fará a pauta de acordo com a prioridade. Não creio que teremos tempo de ouvir todos, então manteremos o foco da CPMI. Não queremos só politizar, a nossa intenção é a proteção da sociedade brasileira da disseminação de informações falsas. 

Quais devem ser os resultados práticos da CPMI? 

Queremos uma legislação mais dura. O Congresso Nacional precisa contribuir para reduzir a vulnerabilidade da sociedade. Queremos legislar para endurecer o uso de perfis falsos para depreciar quem quer que seja. Temos um projeto de lei que exige CPF na abertura de qualquer perfil em rede social e para a habilitação de chip.

Mas na habilitação de chips já não é exigido o CPF?

Sim, mas não precisa ser presencial, então se consegue habilitar chip com CPF de terceiros, de pessoas mortas. Precisamos garantir que se possa verificar o usuário do chip.

Foram usados chips de outros países nos disparos em massa nas Eleições 2018?

Sim, foram usados nas Eleições 2018 chips de outros países. Vamos solicitar às plataformas quem são os detentores dessas contas.

A CPMI encaminhou para a perícia da Polícia Federal a relação com os números das principais contas responsáveis por disparos em massa no WhatsApp durante as Eleições 2018, certo? O WhatsApp deve continuar sendo o principal disseminador de notícias falsas? 

Sim, encaminhamos. O WhatsApp é o grande vilão porque é o mais difícil de detectar a origem. Nas oitivas vamos tentar que nos ajudem a chegar às quadrilhas digitais que disparam mensagens mentirosas. 

A comissão pretende convocar a ex-presidente Dilma Rousseff?

Há requerimento para os ex-presidentes Lula e Dilma, para o ex-ministro Antonio Palocci, para Carlos Bolsonaro, há para todos os gostos. Mas mesmo que venham a ser aprovados farei um crivo para evitar que a comissão deixe de ser investigativa e acabe virando um palanque. Mas precisamos ouvir pessoas que eventualmente usaram as redes sociais para benefício próprio infringindo a lei eleitoral. E não podemos focar apenas em quem está com mandato, mas todos que participaram das Eleições [e que tenham condutas suspeitas de crime]. 

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A CPMI está elaborando um regimento para as redes sociais? 

Não estamos trabalhando em regimento, mas em uma legislação que endureça a pena para quem dissemina informações falsas por meio de perfis falsos. Além do projeto que exige CPF na abertura de perfil ou compra de chip, queremos que as redes sociais tenham representantes legais no Brasil e sede para que estejam sujeitas a multas pela divulgação de informações falsas. 

O senhor vê boa vontade dos presidentes das Casas para colocar esses projetos em votação ainda neste ano? 

A CPMI é suprapartidária e não vejo dificuldades das duas Casas de votarem esses projetos, que são de interesse da sociedade. É um projeto da sociedade. 

O trabalho da CPMI terá impacto direto nas Eleições municipais de 2020? 

Vamos tentar acelerar para apreciar a tempo de valer para as eleições municipais de 2020. Além das fake news temos que ficar atentos às deepfakes, que devem aparecer nessas eleições e que são mais perigosas do que as fake news. 

O senhor pode dar um exemplo? 

É, por exemplo, a montagem da imagem de uma pessoa, com a voz tão bem feita que dificulta que se saiba que é falso. Então você pode ter um “avatar”, vamos chamar assim, dessa pessoa falando qualquer coisa. Dizendo, por exemplo: “não vote em mim”, na véspera das Eleições. O potencial de dano é enorme. 

Como o senhor avalia o trabalho realizado pela CPMI em 2019?

Poderíamos ter avançado mais no ano passado, mas fizemos um bom trabalho.

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Política Nacional

Supremo questiona construção de muro na Cracolândia, em São Paulo

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Na quinta-feira ministro do Supremo deu 24 horas para explicação

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, deveria se manifestar ainda nesta sexta-feira (17), junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas alegou não ter sido notificado para se explicar, sobre os motivos que levaram a prefeitura a construir um muro na Cracolândia, confinando, no local, pessoas em situação de vulnerabilidade.

A intimação, dando prazo de 24 horas para a manifestação do prefeito, foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, na quinta-feira (16), em caráter de urgência.

Com cerca de 40 metros de extensão e gradis de metal, o muro foi construído entre maio e junho do ano passado na Rua General Couto Magalhães, localizada no bairro de Santa Ifigênia, em uma área triangular.

A determinação do STF tem como origem uma ação impetrada por parlamentares do PSOL, tendo por base diretrizes da Política Nacional para a População em Situação de Rua.

A prefeitura se manifestou publicamente por meio de nota, argumentando que o muro foi instalado em 2024, em área na qual já existiam tapumes de metal para fechamento de uma área pública. Segundo a prefeitura, a troca foi feita para “proteger as pessoas em situação de vulnerabilidade, além de moradores e pedestres, e não para confinamento”.

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Cracolândia é a denominação dada a uma área ocupada por pessoas em situação de vulnerabilidade ou em situação de desproteção social.

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Política Nacional

Haddad sobe o tom após Zema dizer que governo faz MG pagar mais para manter ‘privilégios e mordomias’

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Ministro da Fazenda diz que dívida mineira subiu durante a gestão do Novo e que o Estado deu ‘calote’ em mais de R$ 30 bilhões devidos ao governo federal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), protagonizaram uma troca de críticas públicas nas redes sociais em torno da situação fiscal mineira e da sanção do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). A lei, que refinancia dívidas estaduais com juros menores, foi sancionada com vetos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), gerando descontentamento entre governadores de oposição. Incomodado, Haddad afirmou que, entre 2018 e 2024, a dívida de Minas Gerais cresceu 55% sob a gestão de Zema. Ele atribuiu o aumento não apenas aos juros, mas também a calotes em pagamentos, que somam mais de R$ 30 bilhões à União, R$ 12 bilhões a instituições financeiras e valores adicionais a credores privados. “O Estado é um dos mais endividados do país, com um crescimento brutal da dívida”, declarou o ministro.

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Segundo Haddad, ao final de 2023, Minas mantinha R$ 5 bilhões em restos a pagar de exercícios anteriores e um saldo de caixa líquido negativo de mesmo valor. Ele criticou a gestão mineira por atrasos nos pagamentos, enfatizando que “calote não se confunde com ajuste fiscal”. “A dívida cresceu não só pelos juros, mas pelo calote nos pagamentos. No seu governo, o Estado deu calote em mais de R$ 30 bilhões devidos ao governo federal, em mais R$ 12 bilhões junto a instituições financeiras, fora os calotes em outros credores privados, fazendo o Estado um dos mais endividados do País e com brutal crescimento da dívida”, disse o ministro.

Zema havia afirmado que Minas Gerais tem mantido as contas equilibradas desde 2021, com déficit zero, e que o Estado já pagou mais de R$ 8 bilhões de dívida à União. O governador acusou o governo federal de querer “obrigar os mineiros a repassar R$ 5 bilhões a mais em 2025 e 2026” enquanto mantém “gastos supérfluos, privilégios e mordomias”. Ele também criticou os vetos ao Propag, que incluem medidas que, segundo ele, favoreciam os Estados. Em resposta, Haddad argumentou que o governador mineiro havia solicitado um acordo de renegociação menor do que o sancionado e apontou inconsistências nas críticas, mencionando que o político filiado ao Partido Novo sancionou um aumento de 298% no próprio salário.

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A lei sancionada por Lula visa auxiliar Estados endividados a refinanciar suas dívidas em condições mais favoráveis, mas os vetos de Lula excluíram dispositivos que transfeririam dívidas estaduais com bancos privados para a União. Haddad defendeu os vetos, classificando-os como necessários para a responsabilidade fiscal e afirmando que o Propag oferece aos estados uma oportunidade para alcançar um ajuste fiscal real.

O debate reflete tensões entre o governo federal e gestores estaduais, especialmente em um contexto de desafios econômicos e disputas políticas. Governadores de oposição, como Romeu Zema, Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, e Eduardo Leite (do Rio Grande do Sul), têm criticado o governo Lula por questões relacionadas ao financiamento de Estados e pela condução de políticas fiscais.

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