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Medicina e Saúde

Problemas de ouvido, nariz e garganta em crianças pequenas podem ter ligação com o autismo

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Pesquisadores relacionaram essas condições ao desenvolvimento do transtorno algum tempo depois, mas não em todos os pacientes

Pesquisadores do Reino Unido publicaram um artigo nesta semana em que relacionam problemas de ouvido, nariz e garganta em crianças em idade pré-escolar a um risco aumentado de autismo ou a altos traços de autismo demonstráveis.

O trabalho, publicado no BMJ Open, analisou dados abrangentes de mais de 10 mil crianças pequenas que foram monitoradas de perto durante os primeiros quatro anos de vida.

As mães preencheram três questionários quando os filhos completaram 18, 30 e 42 meses. Entre as perguntas, questões sobre sinais e sintomas relacionados ao ouvido, nariz e garganta, bem como quaisquer problemas auditivos.

Além dos quatro anos de monitoramento mais próximo, a pesquisa continuou por meio de questionários quando as crianças completaram 3, 6 e 9 anos.

Nessa fase, as mães respondiam a questões que envolviam a coerência da fala, problemas sociais e de comunicação, comportamentos repetitivos e anormais, além de sociabilidade, traços que são característicos do autismo.

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Posteriormente, 177 crianças tiveram diagnóstico provável de autismo (139 meninos e 38 meninas), com base em registros educacionais, feedback dos pais e outras fontes de informação.

As pontuações mais altas para definir o autismo ocorreram justamente em crianças que tinham evidências precoces de respiração pela boca, apresentavam ronco, davam puxões ou cutucadas nas orelhas, tinham orelhas avermelhadas e doloridas, pior audição durante um resfriado ou que raramente ouviam.

Os pesquisadores também associaram pus ou secreção pegajosa das orelhas aos casos de autismo.

Segundo os autores, as associações entre condições otorrinolaringológicas foram observadas com mais evidência entre 30 e 42 meses de idade.

“O próprio autismo foi significativamente associado a todos os sinais, exceto para sintomas de apneia do sono [respiração interrompida durante o sono]”, salientam os pesquisadores.

Por outro lado, os estudiosos fazem uma ressalva.

“Esses sinais e sintomas otorrinolaringológicos são muito comuns na infância, e a maioria das crianças que os experimentam não são diagnosticados com autismo. Por exemplo, do grupo de cerca de 1.700 crianças que roncam aos 30 meses, a maioria (1.660) não foi diagnosticada com autismo mais tarde.”

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Entre as limitações do trabalho estão algumas falhas no monitoramento permanente das crianças, bem como o fato de o diagnóstico de autismo não ter sido definitivo.

De qualquer modo, para os autores os sinais auditivos ou respiratórios podem, sim, ser um marcador precoce de risco aumentado de autismo, além de darem pistas sobre as origens dessa condição.

Além do mais, o tratamento dessas condições poderia levar as crianças a uma qualidade de vida melhor.

“Não é possível determinar se essas condições otorrinolaringológicas têm um papel causal no desenvolvimento de traços autistas ou estão relacionadas a um fator não medido. Uma possibilidade, por exemplo, poderia ser a consequência do aumento da prevalência de pequenas anomalias físicas em indivíduos com autismo, incluindo diferenças anatômicas na estrutura e/ou posicionamento da orelha, com tais diferenças na morfologia da orelha aumentando o risco de condições otorrinolaringológicas”, finalizam os autores do trabalho.

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Pacientes cegos após mutirão de catarata; equipe trocou produto

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Nesta terça-feira (11), o Grupo Santa Casa de Franca (SP) apontou erro no caso dos pacientes que tiveram complicações pós-operatórias, incluindo perda da visão, após serem submetidos a cirurgias de catarata em um mutirão em Taquaritinga (SP). Segundo uma investigação da Santa Casa, as pessoas operadas foram vítimas de uso inadequado de produtos durante os procedimentos realizados no dia 21 de outubro de 2024.

O Grupo Santa Casa de Franca administra o ambulatório médico de Taquaritinga. A apuração concluiu que, na hora de fechar o corte da cirurgia, em vez de um soro de hidratação, a equipe médica utilizou uma substância que serve para assepsia superficial de pele e mãos.

– Em vez de seguir o procedimento correto — onde a clorexidina é utilizada para assepsia e o soro Ringer para o selamento da incisão — houve o acidente, no qual a clorexidina foi aplicada em substituição ao soro Ringer. Isso significa que no processo cirúrgico, a equipe médica/assistencial inverteu a ordem do uso dos produtos – disse o Grupo Santa Casa de Franca (SP).

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A conclusão surgiu após uma sindicância, iniciada há mais de três meses, desde que os pacientes apresentaram complicações. O Grupo Santa Casa já havia confirmado um erro, mas não tinha divulgado detalhes. Todas as informações serão entregues à Secretaria de Estado da Saúde. Após as constatações, todos os profissionais envolvidos foram afastados. As informações são do G1 e da Folha de S.Paulo.

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Entenda pré-eclâmpsia e síndrome de Hellp que afetaram cantora Lexa

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Cantora anunciou nas redes sociais a morte da filha recém-nascida, Sofia, que morreu três dias após o parto. Entenda complicações que provocaram o parto prematuro

A cantora Lexa anunciou nesta segunda-feira (10), nas redes sociais, a morte da filha recém-nascida, Sofia, que ocorreu três dias depois do parto. A artista relatou que teve pré-eclâmpsia com síndrome de Hellp, o que ocasionou o parto prematuro da bebê. 

A reportagem da Agência Brasil conversou com a médica ginecologista e obstetra Joeline Cerqueira, com área de atuação em Reprodução Humana, para explicar melhor o significado desses termos.

A pré-eclâmpsia é uma doença obstétrica que geralmente acontece depois da 20ª semana de gravidez e provoca a hipertensão arterial da gestante.

“A placenta é o órgão que vai nutrir o feto. Quando ela está se implantando no útero, os vasos do útero se abrem e aumenta a corrente de sangue que vai nutrir adequadamente o feto. E o que ocorre na placenta da mulher com pré-eclâmpsia? Esses vasos não conseguem mudar a conformação deles para se tornarem mais flexíveis e elásticos. E o sangue não flui adequadamente para a placenta e para o feto”, explica Joeline Cerqueira.

A sobrecarga da circulação provoca a hipertensão arterial, igual ou acima de 140/90 mmHg (14 por 9), e há perda de proteína na urina, a proteinúria.

A pré-eclâmpsia precisa ser tratada para não colocar a vida da mãe e do feto em risco. Entre os agravamentos possíveis estão a eclâmpsia e a síndrome de Hellp.

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A eclâmpsia é marcada pela ocorrência de convulsões generalizadas ou coma em gestantes.

A síndrome Hellp é outro tipo de complicação que provoca hemólise (fragmentação das células vermelhas do sangue na circulação), níveis elevados de enzimas hepáticas e diminuição do número de plaquetas.

Essa combinação mostra que alguns órgãos podem estar entrando em falência, como os rins e o fígado.

Apesar de não ser comum, também existe a pré-eclâmpsia ou eclâmpsia pós-parto, que ocorre na fase do puerpério em até 72 horas depois do parto. A complicação é responsável pela hipertensão arterial e crises convulsivas nesse período.

Causas e fatores de risco

A obstetra explica que até hoje a pré-eclâmpsia não tem uma causa específica identificada. Existem teorias, dentre as quais ela destaca a má implantação da placenta no processo da gestação.

Mas já se conhecem os principais fatores de risco:

  • Primeira gestação da mulher
  • Gravidez antes dos 18 e depois dos 40 anos
  • Pressão alta crônica
  • Diabetes
  • Lúpus
  • Obesidade
  • Pessoas da família com essas doenças
  • Gestação de gêmeos.

Prevenção e redução de riscos

A realização do pré-natal, com acompanhamento médico da gravidez e da pressão arterial, é a melhor forma de prevenir a pré-eclâmpsia e demais complicações.

“Existem medicações já testadas que diminuem consideravelmente as probabilidades de pré-eclâmpsia para as pacientes de risco. Uma delas é o cálcio. Outra é o AAS infantil. Elas usam essa aspirina em dose baixa de 100 mg a partir de 12 até 16 semanas de gestação”, diz Joeline Cerqueira. “É imprescindível o médico começar nesse período. Porque como é uma doença que se instala pela placenta, depois de 16 semanas a placenta já está toda formada. Então, não adianta começar uma profilaxia muito tarde”.

Sintomas

pré-eclâmpsia pode ser assintomática. Mas há sinais comuns, como:

  • Dor de cabeça forte que não passa com remédios
  • Inchaço no rosto e nas mãos
  • Ganho de peso em uma semana
  • Dificuldade para respirar
  • Náusea ou vômito após os primeiros três meses de gestação
  • Perda ou alterações da visão
  • Dor no abdômen do lado direito.
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Os sintomas da eclâmpsia podem ser dores de cabeça, de estômago e perturbações visuais antes da convulsão; sangramento vaginal; e coma.

Tratamento

O principal objetivo do tratamento para quem desenvolve o quadro de pré-eclâmpsia é o controle da pressão arterial. Podem ser usados hipotensores, medicações orais e injetáveis, para conseguir manter a pressão arterial abaixo de 14 por 9.

Também podem ser indicados: alimentação com baixo consumo de sal e de açúcar; repouso; aumento da ingestão de água; fazer acompanhamento pré-natal mais rigoroso.

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