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Internacional

‘Quem se assustou que tome um chá de camomila’, diz Maduro após falas de Lula

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Na segunda-feira (22), Lula se mostrou preocupado com as palavras do presidente da Venezuela sobre um “banho de sangue” se a oposição ganhasse as eleições no país

“Que tome um chá de camomila”, disse, nesta terça-feira (23), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, um dia depois de seu contraparte brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, expressar preocupação com as advertências do venezuelano sobre um “banho de sangue” se a oposição vencer as eleições presidenciais de domingo (28). “Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila”, declarou Maduro, sem mencionar expressamente Lula. “Na Venezuela vai triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita”.

O governante socialista fez referência ao ‘Caracazo’, um levante social em fevereiro de 1989 que deixou milhares de mortos segundo denúncias, embora o balanço oficial tenha sido de cerca de 300 falecidos. O antecessor de Maduro, Hugo Chávez (1999-2013), justificou com isso a insurreição fracassada que liderou em 4 de fevereiro de 1992 e que marcaria a ascensão de sua popularidade. “Eu disse que se, negado e transmutado, a direita extremista (…) chegasse ao poder político na Venezuela haveria um banho de sangue. E não é que eu esteja inventando, é que já vivemos um banho de sangue, em 27 e 28 de fevereiro”, manifestou Maduro.

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Na segunda-feira (22), Lula se mostrou preocupado com as palavras de Maduro sobre um “banho de sangue” se a oposição ganhasse. “Fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue”, afirmou Lula. “O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica, quando você perde, você vai embora. Vai embora e se prepara para disputar outra eleição”, acrescentou durante uma coletiva de imprensa com agências internacionais em Brasília.

“Eu prevejo para aqueles que se assustaram que na Venezuela vamos ter a maior vitória eleitoral da história”, insistiu o presidente venezuelano, que aspira a um terceiro mandato que o projetaria a 18 anos no poder. O diplomata Edmundo González Urrutia é o candidato da principal aliança opositora, que o respaldou devido à impossibilidade de apresentar a ex-deputada María Corina Machado, favorita nas pesquisas, mas impedida de exercer cargos públicos por uma sanção administrativa.

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Internacional

Netanyahu acusa Hamas por ‘crise de última hora’ em acordo pela trégua na Faixa de Gaza

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Governo israelense ainda não deu sua aprovação ao acordo anunciado na quarta-feira (15) pelo Catar e pelos Estados Unidos

Benjamin Netanyahu vem sendo pressionado há meses por aliados políticos e pelas famílias dos reféns para acabar com a guerra em Faixa de Gaza. Agora, com o acordo de trégua, o primeiro-ministro israelense espera permanecer no poder, dizem os analistas. O governo israelense ainda não deu sua aprovação ao acordo anunciado na quarta-feira pelo Catar e pelos Estados Unidos. Na manhã desta quinta-feira (16), ele o condicionou à resolução de uma “crise” de última hora provocada pelo Hamas, que, de acordo com o gabinete de Netanyahu, “recuou em alguns pontos”.

O movimento islamista negou categoricamente o fato e disse que mantém o acordo anunciado. Durante os mais de 15 meses de guerra em Gaza, desencadeada pela ofensiva do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, Netanyahu foi duramente criticado em seu país por não ter conseguido impedir o ataque e por não ter feito o suficiente para libertar todos os reféns. Ele também foi acusado de prolongar a guerra para permanecer no poder e escapar de processos por corrupção.

Cerca de 800 pais de soldados que lutam em Gaza lhe enviaram uma carta no início deste mês dizendo que não podiam mais “permitir que o senhor continuasse a sacrificar” seus filhos “como bucha de canhão”. Mais de 400 soldados foram mortos no território palestino desde o início da guerra. Mas os membros de extrema direita da coalizão de Netanyahu ameaçaram deixar o governo se um cessar-fogo for assinado e pressionaram por uma resposta israelense ainda mais dura em Gaza.

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Explorando o acordo

Os analistas acreditam que é improvável que as controvérsias em torno da guerra de Gaza e seu resultado derrubem um homem que é considerado um mago da política e que é o primeiro-ministro que está há mais tempo no cargo na história do Estado de Israel. Muitos concordam que “Bibi”, como o primeiro-ministro é popularmente conhecido em Israel, provavelmente encontrará uma maneira de capitalizar o acordo de cessar-fogo e talvez se distanciar da extrema direita.

O acordo poderia até mesmo abrir caminho para a normalização das relações com a Arábia Saudita, uma meta há muito tempo buscada e apoiada pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump. “A questão é o que Netanyahu ganha com o acordo, além da libertação dos reféns e do cessar-fogo”, disse Anshel Pfeffer, jornalista e autor de uma biografia do primeiro-ministro. É possível que o acordo de Gaza “seja parte de algo muito maior”, porque “Trump quer um acordo” entre Israel e a Arábia Saudita, o que levanta “a questão do legado” que Netanyahu deixará para trás.

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“Isso continuará a assombrá-lo”

Depois de praticamente esmagar seus inimigos, Gayil Talshir, cientista político da Universidade Hebraica de Jerusalém, disse que Netanyahu talvez não precise mais contar com a extrema direita. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e o ministro da Segurança, Itamar Ben Gvir, são ambos membros da extrema direita do gabinete de Netanyahu e expressaram oposição ao acordo. “É bem possível que Smotrich e Ben Gvir não façam parte de tal acordo” e que “Netanyahu esteja se preparando para esse dia”, disse Talshir.

O analista lembrou que várias figuras da oposição, incluindo seu líder Yair Lapid, já indicaram que trabalhariam com Netanyahu se ele chegasse a um acordo para libertar os reféns. Para Aviv Bushinsky, comentarista político e ex-chefe de gabinete de Netanyahu, a turbulência política em torno do cessar-fogo “não muda a situação”. Mas ele acredita que o legado de Netanyahu será manchado pelo dia 7 de outubro e pelo destino dos reféns, alguns dos quais, segundo ele, talvez nunca sejam encontrados. “Ele vai querer que as pessoas se lembrem dos que ele conseguiu trazer de volta, e não dos que não conseguiu”, mas “isso continuará a assombrá-lo”, prevê.

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Internacional

Presidente afastado é preso na Coreia do Sul após segunda operação policial

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Por sua tentativa fracassada de impor a lei marcial, Yoon Suk Yeol tornou-se o primeiro chefe de Estado ainda no cargo a ser detido na história do país asiático

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, afastado de suas funções, foi preso nesta quarta-feira (15) por sua tentativa fracassada de impor a lei marcial, depois que centenas de investigadores anticorrupção e policiais invadiram sua residência para encerrar um impasse de semanas. Yoon, que foi afastado em um processo de impeachment e acusado de insurreição por seu esforço de curta duração para impor a lei marcial em dezembro, torna-se assim o primeiro presidente ainda no cargo a ser preso na história do país asiático. Centenas de policiais e agentes do Escritório de Investigação de Corrupção (CIO, na sigla em inglês) chegaram à entrada da residência presidencial antes do amanhecer desta quarta-feira, protegida por milhares de simpatizantes de Yoon e por sua fiel guarda presidencial.

Bloqueados pelo pessoal de segurança, alguns agentes escalaram muros do perímetro e caminharam por trilhas nos fundos para chegar ao prédio principal, situado no alto de uma colina. Esta foi a segunda tentativa de prender Yoon. A primeira, em 3 de janeiro, falhou após um tenso impasse de horas com membros da segurança presidencial oficial de Yoon, que se recusaram a ceder quando os investigadores tentavam executar seu mandado de prisão. Após horas de tensão, o advogado de Yoon anunciou na manhã de hoje que ele tinha concordado falar com os investigadores, mas, pouco tempo depois, estes anunciaram que o presidente afastado tinha sido preso.

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“O Escritório de Investigação Conjunta executou um mandado de prisão para o presidente às 10h33 [locais, 22h30 da terça-feira em Brasília]”, diz o comunicado da equipe formado pela polícia, a agência anticorrupção e o Ministério da Defesa. Em uma mensagem de vídeo gravado previamente, o dirigente conservador afirmou que decidiu cumprir a ordem de prisão “para evitar qualquer derramamento de sangue infeliz”. O presidente deixou a residência num comboio policial e entrou pouco depois nas dependências da agência anticorrupção, confirmaram jornalistas da AFP.

Brigas e tensão

Antes da confirmação da prisão, correspondentes da AFP presenciaram algumas brigas no portão, onde os apoiadores ferrenhos de Yoon estavam acampados para protegê-lo, enquanto as autoridades conseguiam entrar pela primeira vez no complexo. Legisladores do Partido do Poder Popular de Yoon também correram para a área em uma aparente tentativa de defender o presidente afastado, segundo os profissionais da AFP. Seus apoiadores gritavam “mandado ilegal!” enquanto agitavam bastões luminosos e bandeiras sul-coreanas e americanas. Alguns estavam deitados no chão do lado de fora do portão principal do complexo residencial.

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Policiais e oficiais do CIO começaram a removê-los da entrada à força, enquanto cerca de 30 legisladores do partido de Yoon também bloqueavam os investigadores, segundo a emissora Yonhap News TV. Os seguranças de Yoon instalaram arame farpado e barricadas em volta da residência, transformando-a no que a oposição chamou de “fortaleza”. Devido à situação tensa, a polícia decidiu não portar armas de fogo, mas usar apenas coletes à prova de bala na nova tentativa de executar o mandado nesta quarta, caso fossem recebidos por guardas armados, informou a mídia local.

A ordem judicial vigente permite sua retenção por no máximo 48. Para que ele siga sob custódia, os investigadores precisam solicitar outro mandado de prisão. A equipe jurídica de Yoon criticou reiteradamente o mandado como ilegal. Em uma investigação paralela, o julgamento de impeachment de Yoon começou na terça-feira com uma breve audiência, após ele se recusar a comparecer. Embora sua falta — que seu estafe atribuiu a supostas preocupações de segurança — tenha forçado um adiamento processual, as audiências continuarão sem Yoon, com a próxima marcada para quinta-feira.

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