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Brasil

Relatos de brigas de casal crescem 431% na pandemia, diz pesquisa

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Dados constam em estudo encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e incluem levantamentos oficiais sobre violência doméstica

Um levantamento inédito encomendado pelo FBSP (Fórum Brasileiro de
Segurança Pública), realizado pela empresa Decode Pulse nos meios digitais, apontou um crescimento de 431% nos relatos de terceiros na internet sobre brigas de casais no Brasil após a adoção de medidas de isolamento social para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus.

O estudo, que serve como termômetro para avaliar nas famílias no decorrer da quarentena em diversos estados brasileiros, analisou 52.315 menções no Twitter, plataforma em que os internautas se manifestam mais espontaneamente sobre acontecimentos do cotidiano.

Aproximadamente 53% do total de relatos postados foram realizados entre 20h e 3h; 25% foram feitos às sextas-feiras. O gênero feminino foi o que mais reportou brigas de casal no Twitter de fevereiro a abril deste ano, período de execução da pesquisa: 67% mulheres e 37% homens.

“A grande questão é que essa mulher em situação de violência, confinada com seu agressor, não está conseguindo acessar os equipamentos públicos para realizar a denúncia”, destacou Juliana Martins, coordenadora de projetos do FBSP.

Em geral, os casos de lesões corporais dolosas decorrentes de violência doméstica
demandavam a presença física das vítimas. Em Mato Grosso, houve uma queda no
registro das ocorrências de lesão de 21,9%, passando de 953 em março de 2019 para 744 em março de 2020.

No Rio Grande do Sul, os registros de agressão em decorrência da violência doméstica apresentaram uma queda de 9,4% em março deste ano em comparação com mesmo mês do ano passado, saindo de saindo de 1.925 denúncias para 1.744. Na mesma comparação, o Acre registrou queda foi de 28,6%. No Ceará, a diminuição foi de 29,1%. A exceção foi o Rio Grande do Norte, que registrou aumento de 34%.

“Se olharmos apenas para os registros de lesões corporais decorrentes da violência doméstica ou violência sexual, a gente vê uma redução nesses números, podendo dar a entender, num primeiro momento, que a violência contra a mulher diminuiu durante o isolamento social por conta da pandemia. Mas se a gente olha para os números de chamados 190 para violência doméstica e feminicídios e homicídios femininos, os números aumentam”, acrescentou Juliana Martins.

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Outro levantamento produzido pelo FBSP analisou os dados oficiais de feminicídio e homicídios de mulheres, fornecidos pelas secretarias estaduais da Segurança de São Paulo, Pará, Acre, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Rio Grande do Norte. O estudo mostrou avanços em algumas ocorrências.

A maioria dos números apresentou crescimento na comparação dos meses de março de 2019/20, indicando que a violência doméstica e familiar está em ascensão. No Mato Grosso, os registros de feminicídio saltaram de duas ocorrências em 2018 para dez deste ano (aumento de 400%). Em São Paulo, houve aumento de 46,2%, nos feminicídios, saindo de 13 vítimas 19, e as vítimas de homicídio no estado foram de 38 para 41 mulheres, crescimento de 7,9%.

No Rio Grande do Norte os homicídios de mulheres se mantiveram estáveis, com sete casos em cada mês, mas os feminicídios saltaram de um para quatro casos. O Rio Grande do Sul enviou apenas os números de feminicídio, que se mantiveram estáveis em março, com 11 casos.

No Pará, os feminicídios também se mantiveram estáveis em março. Mas, no trimestre, o crescimento foi de 185% – saltou de sete para 20 vítimas este ano. Já no Acre, ocorreu uma pequena redução dos homicídios de mulheres – de três para dois casos -, mas os feminicídios passaram de um para dois.

Dados oficiais

Em paralelo, o FBSP também levantou dados oficiais, a pedido do Banco Mundial, sobre registros de agressões domésticas, ameaça e estupro no Pará, Rio Grande do Sul, Acre, Ceará e Rio Grande do Norte, que também apontam a necessidade de maior atenção do poder público para defender as mulheres nesse período de confinamento e quarentena, uma demonstração de que estão encontrando dificuldades para registrar as ocorrências de agressão nas delegacias.

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De acordo com o relatório, os atendimentos de violência contra a mulher feitos pela Polícia Militar do Estado de São Paulo cresceram 44,9%. O documento informa que o total de socorros prestados passou de 6.775 para 9.817, na comparação entre março de 2019 e março de 2020. A quantidade de feminicídios também subiu no estado, de 13 para 19 casos (46,2%).

Policiais militares do Acre também foram acionados mais vezes, pelo mesmo motivo, durante o mês passado, quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou o estado de pandemia para caracterizar o impacto global da doença. No Estado, houve um crescimento de 2,1% no número de chamados, que saltou de 470 para 480.

O Rio Grande do Norte apresentou um aumento de 34,1% nos casos de lesão corporal dolosa (intencional) e de 54,3% em denúncias de ameaça. As notificações de estupro e estupro de vulnerável dobraram em relação a março de 2019 (40 casos).

Subnotificação de ocorrências

Apesar de confirmada a multiplicação dos crimes em diversos pontos do país, a formalização das denúncias às autoridades policiais tem sido um obstáculo para muitas vítimas por causa das medidas de quarentena ou isolamento social.

“As mulheres não conseguem acessar os canais de denúncia. Elas não estão saindo para o trabalho, não estão indo para a casa de familiares, não estão visitando as amigas, estão confinadas com seus agressores. Cabe ressaltar que fazer a denúncia, em situação normal, já é um passo importante e difícil para a mulher em situação de violência doméstica, mas estando confinada, fica mais difícil ainda, por medo dele descobrir, por não ter certeza de quais serão as consequencias se ela ligar ou contar pra alguém”, concluiu a coordenadora de projetos do FBSP, Juliana Martins.

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Marca chinesa vende só 8 carros no Brasil em 2024, tira site do ar e encerra operação

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A história da Seres no Brasil foi curta: de julho de 2023 até julho de 2024, quando a fabricante chinesa paralisou suas operações no país e fechou as duas concessionárias. Em dezembro do ano passado, Autoesporte apurou que havia um plano de reestruturação da empresa até o final do primeiro trimestre deste ano, e o único meio de contato entre o cliente e a marca era o site www.driveseres.com.br. Mas agora a página já está fora do ar.

Nas redes sociais, o perfil oficial da Seres Brasil também está sem movimentação. Na página do Instagram (@seres.brasil) não há postagem desde julho de 2024, enquanto no Linkedin não há atualizações há dez meses. O telefone da sede da empresa, em Barueri (SP), não existe mais.

Marca chinesa Seres tira site do ar e encerra operação no Brasil

De acordo com a Secretaria da Fazenda, o CNPJ da Seres Brasil LTDA também está com situação cadastral “Baixada” — ou seja, está encerrado. O motivo está descrito como “Extinção por Encerramento Liquidação Voluntária”. Ter o CNPJ baixado não impede que a empresa abra outro CNPJ, porém, neste registro da Seres Brasil LTDA, a atividade está baixada pela Receita Federal, como mostra o documento abaixo, e não é possível reativar.

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Seres Brasil LTDA está com CNPJ encerrado  — Foto: Secretaria da Fazenda

Autoesporte entrou em contato com os responsáveis pela operação da marca no Brasil para entender o atual cenário, e se de fato haverá algum processo de restruturação. Até o momento da publicação desta reportagem não houve resposta. Caso isso aconteça, a nota será atualizada.

A marca vendeu apenas oito carros no Brasil em 2024, sendo cinco Seres 3 e três Seres 5, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Os veículos são importados de Xangai (China). Na internet é possível encontrar dois anúncios de venda do Seres 3: um em São Paulo por R$ 139.990, com 100 km rodados, e outro no Rio de Janeiro por R$ 249.990, zero km, que é blindado. De acordo com a marca, 426.900 carros foram vendidos no mundo em 2024.

Site da Seres está desativado  — Foto: Reprodução

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Brasil

Desafio na internet mata adolescente após amassar borboleta com água e injetar no corpo

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Na quarta-feira (12), Davi Nunes Moreira, de 14 anos, m0rreu após ser internado no Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC), no sudoeste da Bahia. O motivo: ele injetou uma substância na própria perna, depois de um desafio na internet.

Antes de falecer, o jovem contou à equipe médica que havia comprado uma seringa em uma farmácia, preparado a substância com uma borboleta amassada em água e aplicado o líquido na perna. Ele ficou sete dias internado no hospital local antes de ser transferido para o HGVC, onde veio a óbito.

Após a m0rte do filho, o pai encontrou a seringa citada por Davi embaixo do travesseiro do garoto, enquanto arrumava a casa. O velório e o enterro do adolescente ocorreram na sexta-feira (14). A Polícia Civil aguarda o laudo pericial para determinar a causa da m0rte.

Quais são os riscos das borboletas?

Algumas espécies de borboletas obtém substância que podem ser venenosas para humanos, como substâncias que podem causar danos ao coração (Glicosídeos cardíacos). Essas substâncias são obtidas através das plantas que elas comem, segundo artigo publicado pela Universidade de Wisconsin, nos EUA. 

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Um dos feitos do glicosídeo é o aumento da força da contração cardíaca, que são tóxicos a depender das doses.

“Eles são venenosos para a maioria dos vertebrados (animais com espinha dorsal), mas podem não ser venenosos para invertebrados (animais sem espinha dorsal)”, responde o artigo.

No caso de Davi, as causas de sua m0rte estão sendo investigadas pela 1ª Delegacia Territorial de Vitória da Conquista.

Cuidados com adolescentes e crianças na internet

A advogada Alessandra Borelli ressalta que é preciso que os pais ou responsáveis acompanhem de perto o que seus filhos estão consumindo na internet. Além disso, é preciso que as crianças sejam orientadas sobre a utilização segura do ambiente digital, com alertas sobre os perigos e a definição de limites a serem observados. O mais importante é encorajar a criança ou o adolescente a compartilhar com os responsáveis suas experiências pessoais.

“É imprescindível estabelecer um canal de confiança com a criança ou adolescente, deixando-a segura e confortável para compartilhar situações desconfortáveis.”, ressalta Borelli

O uso de tecnologia na faixa etária abaixo dos 18 anos “invade” o período da infância e adolescência e devia ser regulado pelo Estado, com uma legislação que proponha limites do que poderia ou não ser consumido. É o que defende Luci Pfeiffer, presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

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