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Política e Governo

Ricardo Ferraço: “Ninguém é candidato a nada a qualquer custo”

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À frente pela primeira vez do comando do Estado nesse mandato, o governador em exercício Ricardo Ferraço (PSDB) contou o que vai priorizar nesse período de seis dias que ficará no lugar do governador Renato Casagrande (PSB).

Na manhã de ontem (18), Casagrande transferiu o cargo a Ferraço e embarcou para uma viagem oficial a Londres (Inglaterra), onde participa de uma conferência de líderes empresariais.

Em entrevista, Ferraço fez um balanço sobre os 100 dias do seu segundo mandato de vice-governador (ele já foi vice-governador no 2º mandato do ex-governador Paulo Hartung) e secretário de Desenvolvimento Econômico, apontando a privatização da ES Gás como o principal marco desse tempo. “Eu caracterizaria a privatização da ES Gás como um marco diferenciado”.

Ele também falou sobre sua atuação para pacificar os ânimos durante a eleição da Mesa Diretora da Assembleia, sobre o processo eleitoral de 2024 e a expectativa da incorporação do Podemos na federação que já conta com seu partido, o PSDB, e o Cidadania. Fez elogios ao deputado federal Gilson Daniel (Podemos) – que deve presidir a federação, caso o Podemos entre – e desconversou sobre a eleição para o governo do Estado, em 2026.

Ferraço é a aposta do ninho tucano para a sucessão de Casagrande. Porém, há outras legendas de olho no mesmo posto e uma delas seria justamente o Podemos, o que poderá causar, num futuro bem próximo, alguns atritos dentro do grupo político. Quanto a isso, Ferraço foi sucinto: “Ninguém é candidato a nada a qualquer custo”.

 É a primeira vez que o senhor assume o governo nesse mandato, o que vai priorizar nesse período?
RICARDO FERRAÇO – Vou continuar tocando minha agenda com absoluta normalidade, simplicidade e tranquilidade. Vou continuar despachando no Palácio da Fonte Grande mesmo, onde no dia a dia eu toco minhas agendas, sobretudo na Secretaria de Desenvolvimento, que é a minha tarefa fundamental. E vou dar sequência às atividades diárias de governo, estando à disposição dos meus colegas para continuar respondendo as questões que fazem parte do dia a dia do governo.

Tem alguma demanda específica que o governador tenha deixado, algo mais polêmico?
Não, não. É tocar o dia a dia. É um governo estruturado, com secretários, gerentes, coordenadores, colegas que estão no dia a dia desenvolvendo as atividades que são da estratégia do governo, da carteira de investimentos, não tem nada adicional. Eu preciso estar focado na área de desenvolvimento, que é a minha tarefa, e estarei à disposição dos colegas.

Como foram os 100 dias do vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico? Que balanço faz? O que conseguiu avançar?
Estamos dando sequência, é um governo de continuidade. Acho que o que temos feito de mais relevante é ter uma boa relação com as entidades que representam o mundo empreendedor, trabalhando muito na atração de novos investimentos que possam, de fato, se caracterizar no processo de reindustrialização da economia capixaba.

Ter consolidado a privatização da ES Gás foi um fato muito relevante, por considerar que essa é uma atividade que deve ser desenvolvida pelo setor privado. O leilão foi muito bem-sucedido, o vencedor do leilão foi uma empresa com enorme tradição no segmento de energia de matriz hidrelétrica, que fez o seu primeiro investimento no segmento de gás de sua história de mais de 100 anos de experiência no Brasil. E o fato da Energisa ter feito esse investimento dá a dimensão do quanto os empreendedores olham para um estado estável, com segurança jurídica, que respeita contratos. Eu caracterizaria a privatização da ES Gás como um marco diferenciado.

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Seria o seu marco?
Sim, exatamente. Foi um processo tocado na secretaria de desenvolvimento, pela atual equipe e pela equipe anterior. Mas foi uma consolidação importante para o nosso desenvolvimento, tem muita confiança que os investimentos vão se ampliar e se intensificar nessa área, fazendo a infraestrutura necessária e disponibilizando o gás em condições compatíveis para a indústria capixaba e para o consumo também das residências.

O senhor também está envolvido com a questão das rodovias, como o imbróglio da BR-101, e a ferrovia EF-118, mas essa área já não teve tantos avanços…
Não é que não avançou, é que são processos muito complexos. Nós estamos em curso com esses dois debates, tivemos reuniões importantes com a Vale, que nos apresentou um cronograma físico financeiro de implantação da ferrovia.

Estamos numa fase que vai exigir, agora, responsabilidade compartilhada com os investimentos que a Vale precisa fazer, com os projetos de engenharia que são de responsabilidade da Vale. A implantação de uma ferrovia exige muita atenção com relação às desapropriações, que são sempre muito complexas, e também com as questões ambientais. Então, nós estamos avançando nesse debate com a Vale.

E também estamos avançando na questão da BR-101, estamos buscando um caminho, uma alternativa, para que possa recuperar esse tempo perdido dos investimentos que não aconteceram. Não é uma coisa simples, porque tem um contrato que não apresentou resultados necessários e satisfatórios e a gente está na mesa construindo alternativas para que isso possa dar continuidade.

Nós temos, na volta do governador, uma reunião marcada em Brasília com o ministro dos Transportes, com o presidente da ANTT, com o presidente do TCU e com o Marcus Cavalcanti, que é o secretário especial de PPI (Programas de Parcerias de Investimentos). Esses projetos são mais complexos, não são projetos que se tira do papel em 90 dias, mas estão avançando e a gente espera poder oferecer logo respostas muito concretas.

O senhor foi chamado para ajudar na construção de uma chapa única na eleição da Mesa Diretora da Assembleia. Qual foi sua participação?
Foi na direção de trabalhar a diretriz liderada pelo governador Casagrande, fazendo as agregações e conciliações nessa parceria com a Assembleia e deputados. Meu trabalho foi de conciliação, de agregação para que tudo pudesse ser da maneira tranquila como de fato foi.

Mas o Vandinho, que é o presidente do seu partido, andou dando umas alfinetadas no governo por conta do desfecho da eleição na Ales. Isso chegou a causar um mal-estar com o senhor?
Um debate como esse é sempre um debate que tem a sua complexidade. Mas assim, o deputado Vandinho foi muito maduro, colaborou muito. E a gente considera que isso é página virada, agora o importante é trabalhar para a agregação das forças e manutenção dessa relação de parceria com a Assembleia.

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Então está pacificada a relação com o Vandinho?
Creio que sim.

A federação PSDB/Cidadania já se movimenta para as eleições de 2024, principalmente em Vitória. Como vai ser sua atuação no processo eleitoral? Vai se envolver?
A nossa grande expectativa é em torno da fusão (incorporação) do PSDB e do Cidadania com o Podemos. Está em curso e estamos aguardando. As direções nacionais estão conversando e se tudo caminhar como está programado, o deputado Gilson Daniel assumirá a presidência dos nossos partidos.

Ele que vai comandar esse processo eleitoral?
O comando de um processo eleitoral é sempre uma responsabilidade compartilhada. Evidentemente que ninguém individualmente toca um projeto como esse. O deputado Gilson Daniel é um político experiente, testado, e por certo terá nossa confiança para juntos estarmos conversando sobre 2024.

Pode ocorrer do senhor ficar num palanque e o governador em outro, por exemplo?
Muito difícil, a essa altura, trabalhar com essa especulação. Foco nosso não é 24, foco nosso é o dia a dia do governo, são as entregas e os resultados do governo. O processo eleitoral tem um calendário próprio. Ele vai se desenvolvendo com muito diálogo, muita conversa. E é nisso que eu acredito.

O senhor, então, está vendo com bons olhos a possibilidade do Podemos integrar a federação?
Sim, com muitos bons olhos. Se essa for a decisão, a gente vai trabalhar e colaborar para que essa construção seja bem-sucedida. Temos uma relação muito boa com os quadros do Podemos, o Gilson, o Arnaldinho, os deputados estaduais, enfim, estamos caminhando bem.

Pergunto porque, nos bastidores, o Podemos também teria interesse de suceder o governador em 2026. Isso pode causar um atrito futuro, uma vez que o PSDB aposta no seu nome?
Isso é muito inadequado, não tem sentido trabalhar 2026, nós estamos ainda em 2023, tem pouco mais de 90 dias que assumimos o governo, com enormes responsabilidades. O tempo se encarrega de encaminhar essas coisas. Acho que a política quando você faz com precipitação, ela não produz bons resultados. Então, vamos trabalhar, vamos focar nas entregas, vamos focar na melhoria das condições de vida dos capixabas que é isso que importa.

É porque federação é um casamento por quatro anos…
Mas veja, ninguém é candidato a nada a qualquer custo. Essas coisas vão se desenvolvendo naturalmente com o tempo. Vai ganhando maturidade, vai ganhando tração. O importante é que possamos manter o Espírito Santo num rumo consistente, continuar apresentando melhoria de vida para os capixabas.

Fonte: Folha Vitória

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Hoffmann: “Casagrande me confiou o maior orçamento do ES”

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Deputado estadual licenciado, Hoffmann comentou sobre a oportunidade de comandar a secretaria com o maior orçamento do Estado no próximo ano. O parlamentar agradeceu a confiança do governador Renato Casagrande (PSB), que fez o convite para sua nomeação ainda no início do ano.

“Sempre me coloquei à disposição do governador para o que ele entendesse como estratégico. Essa será a terceira vez que ocupo um cargo no Executivo, mostrando que faço parte do projeto político liderado pelo nosso governador”, afirmou Hoffmann.

O novo secretário de Estado também comentou sobre as principais ações que serão implementadas pela SESA nos próximos meses. Ele destacou o novo Hospital de Cariacica, que deverá ampliar o atendimento à população da Região Metropolitana e oferecer suporte a demandas específicas do interior.

“Um dos nossos principais objetivos é reduzir a fila de atendimento para consultas eletivas e cirurgias. Ao longo dos últimos anos, já conseguimos diminuir esse número de forma considerável, mas ainda há um trabalho a ser feito”, ressaltou o gestor.

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Outro ponto enfatizado por Hoffmann é a necessidade de integração entre Estado e municípios. Segundo ele, essa cooperação é essencial para organizar melhor o fluxo de atendimento e a oferta de serviços.

“Temos dialogado com os gestores municipais, pois é fundamental que haja esse alinhamento para que nosso trabalho atenda melhor a população capixaba. Hoje, há um déficit em alguns atendimentos que deveriam ser ofertados pelos municípios, o que acaba sobrecarregando as funções do Estado. Nossa ideia é integrar melhor os atendimentos, garantindo que cada um receba a atenção necessária”, explicou o secretário.

FONTE: esbrasil.com.br

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Alckmin e Casagrande discutem estratégias para integração entre governos federal e regionais

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A capital federal recebeu, nesta terça-feira (18), o Brazilian Regional Markets, evento de negócios para discutir as oportunidades de investimento e potencialidades das “onças brasileiras”: os estados – fora do eixo Rio São Paulo – que têm se destacado pelo potencial de desenvolvimento econômico e inovação.

Um dos painéis contou com a presença de Geraldo Alckmin, Vice-presidente e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e Renato Casagrande, Governador do Espírito Santo, que discutiram como a sinergia entre os entes federativos é um importante catalisador para o crescimento dos mercados regionais, gerando oportunidades e atraindo investimentos.

É a segunda vez que o encontro, promovido pela Apex, é realizado em Brasília.

Vice-presidente destaca importância do “bom diálogo entre município, estado, união, setor privado”

Durante o painel “Integração entre Governo Federal e Governo Estadual para desenvolvimento dos mercados regionais”, Alckmin e Casagrande enfatizaram a importância de iniciativas que buscam integrar e atrair investimentos para os mercados regionais.

O vice-presidente citou projetos que o Governo Federal está estruturando para fortalecer essa colaboração entre o setor público e o privado, e o que tem sido feito para tornar o Brasil um destino ainda mais atrativo para investidores nacionais e estrangeiros.

“Um país do tamanho do Brasil precisa ser federativo, não unitário. O Governo não deve mais ser executor de tudo, nem provedor de tudo. Ele deve trazer expertise técnica e atrair o investimento privado. Tudo que pudermos descentralizar mais perto da população, é melhor. Descentralização é palavra de ordem”, afirmou Geraldo Alckmin.

Renato Casagrande reforçou também a questão da responsabilidade fiscal, quesito no qual o Espírito Santo é exemplo. O governador ainda destacou projetos, principalmente ligados à infraestrutura e logística, que têm impulsionado o desenvolvimento econômico do estado, como a primeira ZPE (Zona de Processamento de Exportação) privada do Brasil, em Aracruz; o Portocel, no mesmo município; e a renovação da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), que está em avaliação.

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“A gente não precisa vender o almoço para comprar o jantar, a gente pode fazer um planejamento de mais longo prazo. Esses investimentos são fundamentais. E ter um estado que tenha capacidade de ter esses investimentos nos permite fazer aquilo que é da nossa responsabilidade, além de buscar uma conexão forte com o Governo Federal para que a gente continue a resolver os problemas que são de responsabilidade deles no estado”, completa o governador.

BRM 2025: São Paulo e Nova York também vão receber edições do movimento

A edição de Brasília foi a primeira do ano do Brazilian Regional Markets. O movimento, promovido pela Apex, visa impulsionar o reconhecimento e os investimentos nos mercados regionais brasileiros – reunindo lideranças políticas, empresariais e investidores para debater oportunidades de desenvolvimento econômico das “onças brasileiras”.

Fernando Cinelli, fundador e presidente da Apex

“A gente busca promover a descentralização do crescimento econômico no Brasil, fora do eixo Rio-São Paulo. Para isso, pautamos dados e informações e construímos uma agenda de discussão de investimentos que possam acontecer pela iniciativa privada em mercados que têm características muito positivas. A melhor forma de você conduzir esse crescimento econômico é tendo ferramentas de mercado de capitais que estejam disponíveis para atrair investimentos para oportunidades de negócio que possam acontecer ao longo do Brasil inteiro”, explica Fernando Cinelli, fundador e presidente da Apex.

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Em 2025, o encontro Brazilian Regional Markets já tem outras duas edições confirmadas: em São Paulo, no dia 26 de março; e em Nova York, no dia 12 de maio.

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