Por Paulo Roberto Borges

A cultura tradicional e popular de São Mateus tem sofrido com o descaso nesses últimos oito anos. O atual governo trocou o que é cultura e conhecimento, pelas bandas e bundas de péssimo gosto, numa afronta que desvirtuou e colocou na cabeça, principalmente dos jovens, um entulho musical e de procedimento vexatório vendendo como se movimento cultural fosse.

Está na hora, com o novo governo que desponta no horizonte mateense, resgatar as tradições históricas do município, seus valores morais, éticos e educativos, além de valorizar e trazer para o conhecimento público suas instituições centenárias, como a Lira Mateense, que completa 115 anos.

O músico, maestro, ativista cultural e pastor, Levi dos Santos Oliveira, é um desses abnegados nesse trabalho de resgate da cultura mateense e todas as suas manifestações, do jongo, passando pelo teatro chegando na música. São inúmeros projetos delineados para um dia, quem sabe, serem colocados em prática em quem vier a ocupar o cargo desse setor na equipe de governo que assumirá em breve.

O projeto Banda nas Escolas alcançou o reconhecimento de mestres e alunos. É um sucesso, que tem no Levi Oliveira o seu maior entusiasta e executor desse projeto. Instrumentos musicais que estavam adormecidos em caixas nos porões de várias escolas da rede municipal de ensino de São Mateus, foram “descobertos”, pelo mestre e colocados à disposição dos alunos. Os instrumentos avariados foram recuperados pelo próprio Levi, evitando custos financeiros para os estabelecimentos escolares.

Várias iniciativas podem fazer a diferença para São Mateus no campo da cultura local e no fortalecimento da identidade dos seus moradores com a cidade através de ações e projetos nesse segmento.

Um desses projetos é utilizar e promover os espaços no Porto e outros lugares públicos, bem como realizar o Festival da Canção, Festival Nacional de Teatro, Semana da Arte, Exposição do Artesanato Mateense.

Como se não bastasse tantas sugestões para revitalizar ou resgatar a cultura de São Mateus, Levi Oliveira pontua outras ações que podem estar sendo implementadas pelo novo governo como, por exemplo, transformar a Lira Mateense em banda sinfônica e escola de música, reconhecida pelo MEC e futuramente um núcleo de universidade. Também voltar as retretas nas praças, com artistas locais de diferentes gêneros musicais; valorizar os artistas em geral; projeto Banda nas Escolas (já funciona na Secretaria Municipal de Educação; manter tempo integral); realizar a Mostra Cultural nas escolas das diferentes culturas da região (jongo, reis de boi, capoeira, balé, dança em geral) e legalizar e documentar blocos carnavalescos e bandas musicais para se apresentarem em diferentes locais da cidade.

A reportagem do JN ouvindo tantas ações apresentadas por Levi Oliveira renasce a esperança de saber que São Mateus tem potencial em todas as esferas e instâncias para voltar a se tornar um município próspero, inclusive na sua grandeza como cidade histórica e cultural.

E não para aí. Segue na sua resenha expondo outras iniciativas que podem ser feitas na prática. Destaca a revitalização e abrir museus, espaço cultural, Festival Gastronômico Mateense uma vez por ano (e até já deu nome como sugestão: FEGAMA) além de se pensar na construção do Teatro Municipal. No período natalino, criar uma maneira de despertar nos cidadãos o verdadeiro espírito natalino a começar pelo projeto Cidade Luz, que atrairia visitantes, embelezaria as principais ruas e avenidas do centro da cidade, sem contar o aquecimento nas vendas no comércio da cidade. No período da Pascoa, a encenação da Paixão de Cristo.

Com relação ao período das festividades de final de ano, englobando o verão, criar a Feira Cultural de Verão. No inverno, também no aniversário de Guriri.

Vale ressaltar que em Guriri poderia se criar um local específico para a apresentação de trios e carros de Som. Dessa maneira os bares e restaurantes poderiam trabalhar tranquilamente e o folião e o turista teriam oportunidade de conhecer e aproveitar a ilha e a região turística.

Para quem ouve Levi falar desses projetos, fica entusiasmado até porque quanto se poderia ter feito e não se fez pela atual gestão que agora está findando. “Vamos ver se agora essas ações possam aflorar e serem realizadas”, finalizou.