A usina de dessalinização vai ficar em Ilhabela, no litoral norte, e deve aumentar a oferta de água potável em 22%
Um município cercado por água é também a cidade onde os moradores têm, proporcionalmente, o menor acesso a abastecimento adequado de água no Estado de São Paulo.
Ilhabela, no Litoral Norte paulista, é um paraíso distribuído em 19 ilhas — um dos poucos municípios brasileiros instalado num arquipélago. A beleza das praias faz com que a população de 35 mil habitantes seja multiplicada por 20 durante a temporada.
É nesse período que o serviço de distribuição ausente para 6,56% dos moradores é mais percebido por gente de todo o país que busca sol, praias e uma mata exuberante.
Para minimizar o problema, a Sabesp publicou um edital para empresas interessadas em construir uma usina de dessalinização em Ilhabela.
A construção será erguida nas margens do Ribeirão Água Branca — um curso de água salobra visível perto da balsa e que avança a ilha por cerca de 1 quilômetro.
Depois de pronta, a usina deve captar 40 litros de água salgada por segundo, além de processar e liberar pelo menos 20 litros por segundo de água potável para 8 mil habitantes do município — número que representa quase um quarto da população.
O edital prevê que a tecnologia empregada “será necessariamente de osmose reversa, precedida de pré-tratamento por ultrafiltração ou outra tecnologia com eficiência equivalente ao propósito da solução e comprovada pela empresa proponente”.
A osmose reversa é um processo no qual é aplicada alta pressão a um volume de água do mar. A água passa através de uma membrana e se obtém água limpa sem que partículas de sal fiquem presas no outro lado da membrana.
Depois de retirado o sal, a água passa por um tratamento de remineralização e está pronta para o consumo humano. Já a salmoura resultante do processo é diluída – para evitar concentrações de sal – e devolvida ao ponto de captação.
Para o coordenador da Câmara Técnica Nacional de Dessalinização e Reuso de Água, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária, Renato Giani Ramos, o trabalho com diferentes recursos é importante para o equilíbrio da matriz hídrica.
“É interessante a gente começar a tratar da diversidade da matriz hídrica. Alguns anos atrás tivemos uma escassez hídrica muito grave aqui em São Paulo. Então, se a gente começa a trabalhar melhor com diferentes recursos e não só extrair de lençóis freáticos, de águas superficiais, mas também conseguir extrair água potável do mar, a gente consegue ter esse equilíbrio da matriz hídrica”, afirmou.
“Quando um recurso está mais escasso, você tem mais abundância do outro e você faz esse equilíbrio. É o que o país faz hoje já com energia elétrica”, completou.
A Sabesp defende a construção da usina de dessalinização porque a quantidade de água dos mananciais em Ilhabela é limitada.
“Apenas o córrego da Laje teria condições de fornecer água na vazão desejada, porém a um custo ambiental e institucional elevado, resultando em um tempo de empreendimento muito longo em face da urgência que se faz necessária”, afirma o edital divulgado pela empresa.
Ainda de acordo com o documento, os interessados têm até o dia 25 de junho para apresentar propostas. A previsão inicial é que a usina seja implantada em 2026.
A empresa vencedora da concorrência também terá que construir um centro de educação ambienta, com auditório, painéis fotovoltaicos e altura máxima de 8 metros, numa área total de 280 metros quadrados.
Cilma faleceu pela manhã, e Vicente morreu horas depois no velório da esposa. Casal emocionou a cidade onde morava com história de amor
Na semana em que se comemora o Dia dos Namorados e o Dia de Santo Antônio, o “santo casamenteiro”, um casal de idosos causou comoção no município de Patrocínio, em Minas Gerais. Marido e mulher morreram no mesmo dia, na última terça-feira (10),
Tudo começou quando Cilma Silva da Boa Viagem Arantes morreu, aos 90 anos, em um hospital da cidade no período da manhã. Horas depois, o marido, Vicente de Paulo Arantes, morreu, aos 97 anos, durante o velório da esposa.
O casal deixa dois filhos, netos, noras e um bisneto. As causas das mortes não foram divulgadas pela família.
O enterro de Cilma ocorreu às 16h da terça-feira, no Memorial Jardim dos Ipês. Já Vicente foi enterrado na quarta-feira (11), no mesmo local, ao lado da companheira com quem dividiu a vida por mais de seis décadas.
Amor, legado e reconhecimento
A longa história de união e cumplicidade foi lembrada com emoção por amigos, familiares e instituições. A 65ª subseção da OAB de Patrocínio, da qual Vicente era membro, divulgou uma nota destacando sua trajetória como advogado e como ser humano.
Dr. Vicente Arantes deixa um grande exemplo pessoal e profissional, como um homem honrado e um exímio profissional, diz o texto assinado pelo presidente Marcelo Oliveira Furtado Ferreira.
A Câmara Municipal de Patrocínio decretou luto oficial de três dias. Vicente atuou como vereador por cinco mandatos, entre eles dois consecutivos entre 1962 e 1983. Também foi secretário municipal de Educação e ocupou outros cargos públicos ao longo da vida.
Em 2019, ele foi condecorado com a Medalha Desembargador Hélio Costa, concedida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que também emitiu nota de pesar.
Comoção nas redes sociais
Centenas de mensagens foram publicadas nas redes sociais em homenagem ao casal.
“Um amor tão grande que não suportaram viver separados”, comentou uma internauta.
“Um casal que construiu uma família linda e ajudou a transformar Patrocínio com dignidade e respeito”, escreveu outra.
Outro caso aconteceu recentemente
Odileta Pansani de Haro e Paschoal de Haro se casaram em 1951 (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Um outro casal de idosos, que também estava na faixa dos 90 anos de idade, morreu no mesmo dia recentemente. Odileta Pansani de Haro, de 92 anos, e Paschoal de Haro, de 94, faleceram com poucas horas de diferença, no dia 17 de abril, após 74 anos de casamento.
O relacionamento começou na adolescência, após um encontro inusitado causado por uma corrente que atingiu o braço de Odileta. A partir daí, trocas de olhares e bilhetes deram início a uma história de amor que resultou em casamento em 1951. Juntos, o casal formou uma família com seis filhos, netos e bisnetos.
Nos últimos anos, Odileta enfrentou o Alzheimer e contou com os cuidados diários de Paschoal, que mais tarde foi diagnosticado com câncer no intestino. Ele dizia à família que queria partir junto da esposa — e assim foi.
Na manhã do dia 17, Odileta morreu em casa e, poucas horas depois, Paschoal também morreu. Dois dias antes, haviam celebrado 74 anos de casamento.
As exportações brasileiras de café somaram 2,963 milhões de sacas de 60 kg em maio deste ano, uma queda de 33,3% em relação às 4,446 milhões embarcadas no mesmo mês de 2024. Os dados são do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Apesar da retração no volume, a receita cambial subiu 21,1% no comparativo anual, passando de US$ 1,027 bilhão para US$ 1,243 bilhão.
Brasil embarcou 2,96 milhões de sacas de café em maio
No acumulado dos 11 meses da safra 2024/25, o Brasil exportou 42,968 milhões de sacas, alcançando receita cambial recorde de US$ 13,691 bilhões. Em relação ao mesmo período da safra anterior (julho de 2023 a maio de 2024), houve leve redução de 2% no volume, mas um expressivo crescimento de 52,3% na receita.
Entre janeiro e maio de 2025, o país embarcou 16,790 milhões de sacas de café, registrando queda de 19,2% em comparação com os cinco primeiros meses de 2024. Já o faturamento disparou 44,3%, atingindo US$ 6,483 bilhões — o maior valor da história para esse período.
Segundo o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, a retração nos embarques se deve à menor disponibilidade de café arábica, cuja colheita ganhou ritmo apenas em junho, e à redução da competitividade dos cafés canéforas (conilon e robusta) brasileiros frente a outros produtores, como Vietnã e Indonésia.
A respeito dos recordes registrados nos valores arrecadados, ele relata que resultam das cotações elevadas no mercado internacional. “Vivemos um período de perdas de potencial produtivo de café ao longo de praticamente cinco safras, devido aos extremos climáticos, com menores ofertas dos principais produtores mundiais, como Brasil, Vietnã, Colômbia e Indonésia, por exemplo, o que gerou a disparada nos preços em todo o mundo e, consequentemente, a evolução da receita cambial com nossas exportações”, analisa Ferreira.
Destino das exportações brasileiras de café
Os Estados Unidos lideraram as importações de café brasileiro em 2025 até maio, com 2,874 milhões de sacas adquiridas — o equivalente a 17,1% do total exportado pelo país, apesar de uma queda de 17,4% em relação ao mesmo período de 2024.
Na sequência, aparecem Alemanha (2,112 milhões de sacas, -28,7%), Itália (1,375 milhão de sacas, -17,5%), Japão (1,089 milhão, +10,6%) e Bélgica (809.897 sacas, -61,7%).
O arábica segue como o principal tipo de café exportado, com 14,116 milhões de sacas entre janeiro e maio de 2025. Em seguida, aparecem o café solúvel (1,641 milhão), os cafés canéforas — conilon e robusta (1,011 milhão) — e os cafés industrializados (22.128 sacas de torrado e moído).