A escuridão toma conta de ruas e avenidas da cidade
Para o cidadão de bicicleta, de moto, de carro ou a pé fazendo sua caminhada, está correndo risco de sofrer um acidente grave no trecho da BR-101 que corta a cidade de São Mateus. Nas laterais da rodovia, luminárias continuam apagadas e esse fato já causou atropelamentos, e acidentes graves com mortes.
A Prefeitura de São Mateus, quando acontece algo de grave, se exime de responsabilidade passando a responsabilidade que é sua para a concessionária da BR, o que não tem sustentação, uma vez que em trechos da rodovia que passa pelo perímetro urbano é de responsabilidade da municipalidade.
Existem muitas reclamações contra a empresa que cuida da iluminação pública da cidade. Ruas e avenidas estão com luminárias apagadas e sem manutenção e o fato da BR-101 estar nessa condição, é o retrato do que acontece em toda a cidade de São Mateus.
“O que essa empresa faz com os recursos pagos pelo cidadão mateense que não são usados nesse serviço”, questiona Aurélio Santos, que é morador do bairro Vila Nova, próximo a BR-101. “Alguém está dando fim a esses recursos que não vão para esse serviço”, desconfia o morador, que é trabalhador autônomo.
“Uma rua escura facilita a ação de bandidos e também coloca em risco quem anda de bicicleta, moto e até carro, porque não consegue desviar dos buracos e das pessoas que caminham nesses lugares”, disse o estudante universitário Marcos do Nascimento dos Santos.
De acordo com a vereadora, Isamara Crespo (União Brasil), conhecida politicamente por Isamara da Farmácia, tem recebido muitas reclamações. Tem cobrado da municipalidade providências “para que não volte a acontecer acidentes que custaram a vida de cidadãos mateenses”.
Bairro Boa Vista tem iluminação precária

Os moradores do bairro Boa Vista estão reclamando faz tempo da iluminação deficiente nas suas ruas. Questionam o porquê de a empresa responsável não fazer a troca das luminárias queimadas ou dar manutenção na rede de iluminação pública. A desconfiança que paira sobre a atuação ineficiente da empresa responsável pelo serviço na cidade é grande. “Recebe para executar os serviços e como não acontece, fica parecendo que os recursos cobrados não estão sendo usados para o seu objetivo”, disse desconfiada uma moradora do bairro.
Iluminação é polêmica em Guriri
Virou polêmica a iluminação na Avenida Oceano Atlântico, no Balneário de Guriri em que postes, além da luminária, têm refletores que clareiam intensamente a avenida, a vegetação nativa e parte da praia. Para uns, a forte iluminação prejudica animais que têm a vegetação como seu habitat natural, mas por outro lado tem aqueles moradores que caminham à noite pelo calçadão e aprovam a iniciativa da Prefeitura de São Mateus, trazendo segurança para a região que a bem pouco tempo atrás tinha iluminação ineficiente e os postes apodreceram pela ação da maresia e foram trocados, inclusive de lugar.

Os críticos dessa situação questionam dizendo que a iluminação intensa tem impactado os animais silvestres, pois, segundo alguns, foram vistos porco espinho, gambá, tatú e até um tamanduá circulando pela vegetação. “Deveriam retirar os refletores, deixando apenas as luminárias”, disse um morador preocupado com a fauna do lugar.
Mas, existe o contraponto. São aqueles que defendem a iluminação como está com a justificativa da questão de segurança para quem caminha pelo calçadão. “Corríamos o risco de sermos assaltados e o assaltante correr pela passarela até a praia e sumirem. Com essa iluminação esse perigo foi reduzido”, disse o representante comercial Silvio Augusto que é morador do balneário há 11 anos.
Enquanto segue essa polêmica, na Avenida Esbertalina Barbosa Damiani, existe um longo trecho totalmente escuro em função das luminárias queimadas. Os moradores reclamam com a empresa Zel Construtora, que é a responsável pela manutenção ou substituição das luminárias, cuja sede da empresa está no município de Sooretama. “O problema não é de logística, é de mau serviço prestado à população de Guriri e de São Mateus em geral”, disse Bernardo Santos, morador ouvido pela reportagem.
Troca pelas luminárias de LED
As luminárias de Led deveriam ser usadas em toda a cidade de São Mateus. Pelo menos é pensamento comum entre os especialistas nesse segmento de iluminação das vias urbanas. Para esses, o município é um dos poucos do estado que ainda mantem lâmpadas a vapor de sódio e de mercúrio.
As luminárias de LED têm vida longa de durabilidade, clareiam com maior intensidade, é mais econômica evitando manutenções em curto espaço de tempo. Diante dessas características, não se compreende o motivo de se manter as ruas e avenidas da cidade de São Mateus que só trazem alto custo para a municipalidade. “Certamente algo está errado”, afirma um engenheiro eletricista profundo conhecedor do assunto e, por motivos óbvios manteremos seu nome sob sigilo. “Quando não há seriedade por parte do gestor, é comum uma dessas prestadoras de serviço recondicionarem Lâmpadas e reatores e recoloca-los nos lugares com se novos fossem”, diz o engenheiro. “Talvez esse seja um forte motivo para se manter as Lâmpadas de vapor de sódio e mercúrio que, além de não iluminar com maior intensidade, tem manutenção mais cara e até atraem insetos, o que não ocorre com as luminárias de LED”, completa.
Existem várias situações em que é fato o desperdício de energia como o mau uso e aproveitamento de energia gerada. Foram criados alguns programas de Eficiência Energética, tais como o Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), Conpet (Programa Nacional de Racionalização de uso de derivados de Petróleo e Gás Natural), e o Programa Brasileiro de Etiquetagem. Neste cenário, as lâmpadas LED têm ganhado destaque por apresentarem vantagens quanto à economia de energia em residências, mas para os gestores mateenses parecem que nada disso tem importância. Continuam usando lâmpadas a vapor de iodo e mercúrio, cuja manutenção é cara e as despesas de manutenção consideráveis. O que especialistas ouvidos pela reportagem insistem em perguntarem o motivo de continuar com ruas e avenidas escuras e com luminárias que geram custos elevados e de pouca durabilidade, obrigando serviços constantes de manutenção. “Será que existem interesses inconfessáveis nisso? ”, questiona um outro profissional da área, que não quis se identificar.
As reclamações se acumulam e as providências escasseiam.
A reportagem tentou contato com a empresa, mas não obtivemos sucesso.