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Internacional

Ucrânia utiliza pela 1ª vez aviões militares franceses contra Rússia; Zelensky pede trégua

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O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reiterou, na sexta-feira (07), seu apelo por uma trégua aérea e marítima na Ucrânia, após mais uma noite de intensos bombardeios russos. Pelo menos 58 mísseis e 194 drones atingiram a infraestrutura energética ucraniana. A Ucrânia reagiu usando, pela primeira vez, caças franceses Mirage 2000.

“Os primeiros passos para estabelecer uma paz real devem ser forçar o único responsável desta guerra, ou seja, a Rússia, a parar tais ataques”, escreveu Volodymyr Zelensky em uma mensagem no X, pedindo a “proibição” do uso de “mísseis, drones de longo alcance e bombas”.

“Apoiamos a ideia de estabelecer um cessar-fogo o mais rápido possível e interromper os ataques aéreos e marítimos como uma maneira de construir a confiança entre as partes”, respondeu o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que propôs novamente sediar no país as negociações entre a Rússia e a Ucrânia.

Os bombardeios noturnos ocorreram um dia após a cúpula dos 27 líderes europeus que, diante do afastamento de Washington do conflito, concordaram em fortalecer as capacidades defensivas do continente.

Na frente diplomática, uma reunião está planejada para terça-feira (11/03) na Arábia Saudita entre as delegações norte-americana e ucraniana. O objetivo é definir “uma estrutura para um acordo de paz e um cessar-fogo inicial”, de acordo com Steve Witkoff, enviado norte-americano para o Oriente Médio.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenseky, também anunciou que viajaria para a Arábia Saudita nesta segunda-feira (10/03) para se encontrar com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman.

“Minha equipe permanecerá na Arábia Saudita para trabalhar com nossos parceiros norte-americanos”, acrescentou no X, garantindo que a Ucrânia quer alcançar “uma paz rápida e duradoura”.

O presidente norte-americano, Donald Trump, indicou que planeja visitar a Arábia Saudita, mas sem dar uma data específica.

Zelensky também tem prevista uma viagem à África do Sul em 10 de abril, que integra a “continuação dos compromissos atuais” sobre “um processo de paz inclusivo” entre Kiev e Moscou, de acordo com um porta-voz da presidência sul-africana.

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Bombardeios russos

Na manhã de sexta-feira, em várias regiões da Ucrânia, a infraestrutura de energia e gás “foi novamente alvo de bombardeios massivos de mísseis e drones”, disse o ministro da Energia, German Galushchenko, no Facebook. “Todas as medidas necessárias estão sendo tomadas para estabilizar o fornecimento de energia e gás”, disse ele.

De acordo com o Exército ucraniano, o “ataque combinado” teve como alvo principalmente “locais de produção de gás” na Ucrânia. Segundo a mesma fonte, foram usados, pela primeira vez, caças franceses no combate aos bombardeios.

“Aviões de caça, particularmente F-16 e Mirage 2000, também estavam envolvidos. Vale ressaltar que os caças franceses, que chegaram à Ucrânia há apenas um mês, participaram pela primeira vez da repulsão de um ataque aéreo inimigo”, disse o Exército ucraniano.

O General Bruno Mignot, da Força Aérea francesa, explicou à RFI que os Mirage 2000 intervieram com o duplo objetivo de destruir os drones inimigos e afastar os caças-bombardeiros russos.

“A missão de uma aeronave de defesa aérea como o Mirage 2000 é ser capaz de ameaçar outra que envie mísseis. Claro que tudo depende da distância entre essas duas aeronaves, da detecção do radar e da capacidade dos mísseis de conseguirem responder à aeronave que envia mísseis. Mas é perfeitamente possível. Isso obriga os russos a atirarem em ‘stand-off’, ou seja, a uma distância segura, para evitar, ao disparar o míssil, se colocar em posição de ser alvejado”, explica.

Infraestrutura crítica atingida

Alertas de ataque aéreo foram emitidos em todo o país durante a noite, com danos e feridos relatados em diversas áreas. A força aérea de Kiev disse ter abatido pelo menos 134 alvos russos, incluindo 34 mísseis e 100 drones.

Cinco pessoas ficaram feridas na noite de quinta para sexta-feira em Kharkiv, no leste da Ucrânia, segundo as autoridades. Em uma mensagem no Telegram, o prefeito da cidade, Igor Terekhov, disse que uma mulher foi retirada com vida dos escombros e estava recebendo tratamento médico.

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“Além de um edifício de infraestrutura crítica e um edifício residencial, outros edifícios também foram danificados”, disse Terekhov.

Em Ternopil (oeste), de acordo com o governador da região, Iacheslav Negoda, “mísseis atingiram uma instalação industrial crítica”, sem causar vítimas. Ele mencionou possíveis restrições no fornecimento de gás.

No início da noite, danos à infraestrutura crítica foram relatados na região de Odessa (sul). “O ataque causou incêndios em três prédios residenciais privados. A infraestrutura crítica também foi danificada. Segundo os relatórios iniciais, ninguém ficou ferido”, disseram os serviços de emergência.

No dia anterior, ataques russos a um hotel em Kryvyi Rig (centro) deixaram quatro mortos e mais de 30 feridos, segundo as autoridades.

Europa investe em defesa

Uma semana após o bate-boca entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky na Casa Branca, a Ucrânia enfrenta o congelamento da ajuda militar norte-americana. O compartilhamento de informações do serviço secreto dos Estados Unidos com Kiev também foi interrompido.

Os líderes europeus, reunidos em uma cúpula em Bruxelas, aderiram na quinta-feira (06/03) ao plano da Comissão Europeia, denominado “Rearming Europe”, que visa mobilizar € 800 bilhões (cerca de R$ 5 trilhões) diante “da necessidade de aumentar substancialmente os gastos com defesa” do bloco.

Em suas conclusões, os membros da União Europeia, com exceção da Hungria, concordaram que “não pode haver negociações sobre a Ucrânia sem a Ucrânia”.

O ministro francês das Forças Armadas, Sébastien Lecornu, anunciou na sexta-feira que receberia seus colegas da Alemanha, Itália, Polônia e Reino Unido em Paris na próxima quarta-feira para “coordenar suas ações em apoio a Kiev”.

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Internacional

Maduro anuncia entrega de 180 mil hectares de terras na Venezuela ao MST

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A chamada “Pátria Grande do Sul” tem como objetivo, segundo Maduro, incentivar a produção agroecológica

O ditador venezuelano Nicolás Maduro anunciou nesta quinta-feira, 13, a entrega de cerca de 180 mil hectares de terras agrícolas expropriadas naquele país ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil.

A chamada “Pátria Grande do Sul” tem como objetivo, segundo Maduro, incentivar a produção agroecológica.

Em anúncio na TV estatal venezuelana, Maduro afirmou que este será um “projeto cooperativo, humano dirigido por movimentos camponeses alternativos do mundo inteiro” em parceria com indígenas e militares.

“São terras muito boas para produção, é um dos resgates mais importantes que houve em seu momento e já avançamos tremendamente para ativar todos os planos produtivos”, afirmou o venezuelano.

As terras foram expropriadas durante o governo de Hugo Chávez, seu antecessor, na década de 2000. Segundo o venezuelano, elas serão utilizadas para cultivar alimentos destinados ao consumo na Venezuela, no norte do Brasil e para exportação

Entre as produções previstas estão banana, mandioca, frutas, cana-de-açúcar, abóbora, carnes de frango, porco e bovina, leite e derivados, feijão, hortaliças e milho. O projeto contempla ainda a criação de um banco de sementes tradicionais, um viveiro para reflorestamento do sul venezuelano e uma escola de formação.

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O anúncio contou com a participação de integrante do MST, e da representante Roxana Fernández, que classificou a iniciativa como um “ato de reafirmação do compromisso do MST com o povo venezuelano”.

“O MST reafirma o princípio da solidariedade e o internacionalismo quando fazemos esses atos nesse território, concretizando e mostrando o resultado da luta para tornar a terra um território nosso e construir um projeto diferente de sociedade: o socialismo”, afirmou.

O MST promoveu mais de 70 ações de protestos e invasões entre os dias 11 e 14 de março, em todas as regiões do Brasil. As manifestações reivindicam mais apoio à reforma agrária e criticam o agronegócio. O governo Lula remanejou cerca de R$ 40 bilhões no Orçamento de 2025 para aliados e programas petistas, incluindo o MST, contemplado em duas frentes, que somam R$ 750 milhões.

Antes do anúncio de Maduro, o governo Lula também prometeu apoiar o regime do ditador na área agropecuária. No último dia 12, foi publicado no Diário Oficial da União um acordo entre Brasil e Venezuela para apoiar produção de alimentos com suporte da Embrapa, Ministério da Agricultura e Ministério do Desenvolvimento Agrário. O texto diz que a cooperação não prevê ajuda financeira de um país para outros.

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Esse acordo entre a gestão petista e o governo Maduro é fruto de uma reaproximação após a posse para o terceiro mandato do ditador venezuelano. Como revelou o Estadão, o governo Lula retomou, com discrição, alguns contatos com o regime, enquanto observa com atenção as medidas adotadas pela Casa Branca de Donald Trump em relação à Venezuela.

Acordo entre Maduro e MST já foi alvo de questionamento no Brasil

Em 2014, um outro acordo entre o governo da Venezuela e o MST foi alvo de questionamento por integrantes da oposição. O então deputado Ronaldo Caiado, hoje governador de Goiás e pré-candidato à presidência da República, apresentou requerimento na Câmara para convocar os ministros do governo Dilma Rousseff para dar esclarecimentos sobre o caso.

Na época, Caiado disse ao Estadão que o acordo era uma ameaça aos interesses internos do Brasil. “Pelo que vi, tem mais a ver com formação de milícias. Estão chamando um professor para dar aula de revolução em nosso País”, afirmou.

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Julgamento sobre o desastre de Mariana termina em Londres

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Processo foi movido pelos atingidos do rompimento da barragem no Tribunal Superior londrino, que agora reivindicam mais de R$ 260 bilhões em indenizações da mineradora anglo-australiana BHP Billiton

O julgamento sobre o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, chegou ao fim no Tribunal Superior de Londres, marcando um importante capítulo na busca por justiça após um dos maiores desastres ambientais do Brasil. A decisão final, aguardada com grande expectativa, deve ser anunciada nos próximos meses. Este processo foi movido por comunidades, municípios, igrejas e empresas que foram diretamente afetadas pelo desastre, e que agora reivindicam mais de 260 bilhões de reais em indenizações da mineradora australiana BHP Billiton. Esta empresa é uma das controladoras da Samarco, responsável pela barragem que colapsou.

As audiências, que tiveram início em outubro do ano passado, foram concluídas recentemente com as alegações finais das partes envolvidas. Mesmo que a sentença seja proferida até a metade de 2025, há uma possibilidade significativa de que a apresentação de recursos por alguma das partes possa resultar em um novo processo em 2026. O rompimento da barragem de Fundão, ocorrido em 5 de novembro de 2015, liberou cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, causando um impacto ambiental e social devastador.

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O desastre não apenas destruiu povoados inteiros e modos de sobrevivência, mas também resultou na contaminação do rio Doce e seus afluentes. A lama tóxica chegou até o Oceano Atlântico através do Espírito Santo, ampliando ainda mais o alcance da tragédia. Além dos danos ambientais, o incidente resultou na morte de 19 pessoas, deixando um legado de dor e perda para as famílias afetadas. A expectativa agora se volta para a decisão do tribunal londrino, que poderá definir o futuro das indenizações e a responsabilidade das empresas envolvidas.

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