conecte-se conosco


Política Nacional

Vai à sanção projeto que pune quem submeter vítimas de crimes violentos a reviver sofrimento

Publicado

Relatora do projeto aprovado na Câmara e no Senado, senadora Rose de Freitas propôs tempo de prisão de três meses a um ano, mas se a conduta for causada por agente público a pena será dobrada e alcançará de seis meses a dois anos de detenção; iniciativa foi inspirada no caso da modelo Mariana Ferrer

PL 5091/2020, que pune quem submeter vítimas ou testemunhas de crimes violentos – a exemplo do estupro – a reviver o sofrimento, está próximo de se tornar lei. Relatado pela senadora Rose de Freitas (MDB-ES) e aprovado no Senado no último dia 8, o texto foi subscrito na quarta-feira, 16, pela Câmara dos Deputados, nos termos do parecer da parlamentar capixaba. Agora, o PL segue para sanção da Presidência da República.

A matéria acrescenta um novo artigo à Lei dos Crimes de Abuso de Autoridade (Lei 13.869/2019) para criminalizar a conduta de quem submeter qualquer vítima ou testemunha de crimes violentos a reviver o sofrimento, com pena de três meses a um ano de prisão e multa. Se a revitimização for provocada por agentes públicos, o tempo de detenção será dobrado e alcançará de seis meses a dois anos. Caso o agente permita que outra pessoa intimide a vítima, a pena será ampliada em dois terços.

Leia mais:  Câmara aprova urgência para tramitação de projeto sobre pesquisas eleitorais

O projeto original pretendia classificar o crime de “violência institucional” penalizando os atos de omissão de agentes públicos que prejudiquem o atendimento à vítima ou testemunha de violência, impondo detenção de três meses a um ano e multa.

Em seu relatório, Rose considerou que a descrição da conduta – violência institucional – não define o que seria a tipificação penal. Ela argumentou que a falta de insumos médicos, por exemplo, poderá levar à responsabilização penal dos administradores hospitalares nesses casos. “O princípio da taxatividade não autoriza tamanha elasticidade na aplicação da lei penal”, avaliou.

Desse modo, escreveu a parlamentar capixaba, “estamos propondo que seja crime intimidar a vítima diretamente e, com a mesma pena, também quando o agente público permitir que terceiro a intimide. Para esses casos mais graves, portanto, alcançaremos as penas propostas pelo senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) – de seis meses a dois anos de prisão”.

Caso Mariana Ferrer – Por fim, a senadora destacou que a iniciativa vai contribuir para evitar a repetição de casos como o da modelo Mariana Ferrer, de Santa Catarina, que, em 2020, foi constrangida durante audiência com a exibição de fotos íntimas pela defesa do acusado.

Leia mais:  Oposicionistas criticam ato convocado pelos chefes dos Três Poderes em memória ao 8/1

“Com esse proceder, acreditamos respeitar os princípios do direito penal e ao mesmo tempo repreender e prevenir condutas como a que lamentavelmente ocorreu em Santa Catarina”, sentenciou.

O texto original foi apresentado pela deputada federal Soraya Santos (PL-RJ) como uma reação ao caso da modelo Mariana Ferrer. Para a autora do projeto, Mariana Ferrer foi “humilhada e revitimizada”. “É inconcebível que os agentes públicos, operadores do Direito, não tenham em momento algum utilizado de suas posições para coibir a atitude inaceitável da defesa. A Justiça deve ser um local de acolhimento da vítima, buscando a punição correta e justa para cada crime cometido”, argumentou Soraya.

publicidade

Política Nacional

Elon Musk questiona indicação de Cristiano Zanin ao STF: ‘Grande conflito de interesse’

Publicado

Bilionário, que tem protagonizado embates com o ministro Alexandre de Moraes, também comentou a ligação de Flávio Dino com o PCdoB

O bilionário empresário Elon Musk voltou a criticar o governo e o Judiciário brasileiros. Em resposta a uma postagem no X (antigo Twitter) sobre a nomeação do ministro Cristiano Zanin ao STF (Supremo Tribunal Federal), Musk afirmou que o fato de Zanin ter sido advogado de defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) representa um “grande conflito de interesse”. O dono do X, da Tesla e da SpaceX tem sido abertamente crítico ao ministro do STF Alexandre de Moraes desde a semana passada, quando anunciou planos para desbloquear contas suspensas após uma ordem judicial. Ele acusa o Judiciário de censura, especialmente em relação às investigações das milícias digitais e dos atos de 8 de Janeiro, chegando a chamar Moraes de “ditador” que tem “Lula na coleira”.

Neste caso, Musk respondeu a uma postagem no X afirmando que Lula havia indicado seu “advogado pessoal” para o STF. Zanin ganhou reconhecimento por sua defesa de Lula em casos relacionados à Operação Lava Jato. Além disso, o bilionário comentou sobre a nomeação de Flávio Dino para o Supremo. Ele respondeu a um post do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmando que Dino era um “antigo aliado do Partido Comunista”. Antes de se tornar ministro, Dino foi senador e governador do Maranhão filiado ao PCdoB. “Do Partido Comunista?”, impressionou-se Musk.

Leia mais:  Bolsonaro critica ministros e defende renovação do STF

Desde a semana passada, o dono do X tem utilizado a plataforma para criticar Alexandre de Moraes. Musk afirmou que removeria as restrições impostas pelo ministro e sugeriu que o magistrado “renunciasse ou enfrentasse um impeachment” por “trair de forma flagrante e repetida a Constituição e o povo brasileiro”. Em resposta, Moraes incluiu Musk na investigação das milícias digitais por “instrumentalização dolosa” da rede social. Também ordenou uma investigação separada sobre o magnata por suposta obstrução da Justiça, incluindo envolvimento em organização criminosa e incitação ao crime.

Durante uma sessão plenária do STF na quarta-feira, Moraes abordou publicamente a polêmica iniciada por Musk. “Talvez alguns alienígenas não saibam, mas eles vieram a aprender e entender a coragem e a seriedade do Judiciário brasileiro”, afirmou. “A população brasileira, as pessoas decentes, sabem que liberdade de expressão não é liberdade para agredir, não é liberdade para a proliferação de ódio, racismo, misoginia, homofobia, e não é liberdade para defender a tirania”, enfatizou Moraes.

Veja os posts de Musk sobre as indicações de Lula ao STF

Leia mais:  Bolsonaro afirma que há 90% de chance de Braga Netto ser seu vice
Continue lendo

Política Nacional

Congresso reage ao STF com PEC sobre foro privilegiado

Publicado

Proposta tramita há 11 anos e ganhou destaque após o Supremo retomar o julgamento e formar maioria para ampliação da prerrogativa mesmo após o investigado deixar o cargo

O Congresso Nacional reagiu ao julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o foro privilegiado com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita essa prerrogativa para autoridades. O texto, apoiado por congressistas aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, visa evitar que o Supremo julgue inquéritos envolvendo o ex-chefe do Executivo. A PEC tramita há 11 anos e ganhou destaque após o Supremo retomar o julgamento sobre o alcance da prerrogativa na última sexta-feira. Com seis votos favoráveis até o momento, a Corte formou maioria para ampliar a prerrogativa mesmo após o investigado deixar o cargo. Isso poderia levar processos contra Jair Bolsonaro que estão em instâncias inferiores a serem julgados no STF. A PEC, apresentada pelo ex-senador Álvaro Dias em 2013, conta com o apoio da oposição no Congresso, que busca mudar o rol de beneficiados pelo foro.

A aprovação da PEC restringiria a prerrogativa a cinco cargos e permitiria julgamentos em foro privilegiado apenas para crimes relacionados aos cargos ocupados. Atualmente, a legislação prevê o foro para diversas autoridades, incluindo presidentes, ministros, governadores, deputados e senadores. A proposta foi aprovada pelo Senado em 2017, mas aguarda análise na Câmara dos Deputados. Parlamentares de oposição acreditam que ela pode avançar na Casa, mas aguardam uma decisão do presidente Arthur Lira (PP-AL).

Leia mais:  Reforma Administrativa: entenda o que foi aprovado e próximos passos

Continue lendo

São Mateus

Política e Governo

Segurança

Camisa 10

Mais Lidas da Semana