São Mateus – Os vereadores Jorginho Cabeção (presidente da Câmara de São Mateus), Aquiles Moreira e Jerri Pereira participaram de entrevista coletiva na qual o diretor-presidente da Petrocity Portos, José Roberto Barbosa, falou à imprensa mateense sobre o parecer de técnicos do IEMA – Instituto Estadual de Meio Ambiente, pelo indeferimento do Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima à autorização da licença ambiental) no processo de licenciamento para a construção do Centro Portuário de São Mateus – CPSM, em Urussuquara.
Vereador Jerri Pereira.
Vereador Aquiles Moreira.
A coletiva foi realizada na terça-feira (21), no Ibis Styles Hotel, onde autoridades, empresários da Assenor, presidentes de associações de moradores e de pescadores acompanharam as entrevistas.
José Roberto informou que a Petrocity decidiu entrar com recurso pelo deferimento do pedido ao Iema, mas estimou perda de mais de R$ 3 bilhões em arrecadação pelo município, por conta de impasse com o órgão estadual responsável pela análise dos licenciamentos.
Segundo, o diretor-presidente da empresa a medida do Iema causará atraso no cronograma de obras, porém assegurou que não existe nenhuma ameaça à implantação deste megaempreendimento, visto como ascensão econômica do Norte do Espírito Santo, Sul da Bahia e Leste de Minas Gerais.
“As anuências e outorgas federais já foram liberadas, nós só estamos aguardando o Iema. Quer dizer, já estamos perdendo mais um ano, sendo que pelos estudos apresentados, por ano a projeção de arrecadação é de R$ 3,1 bilhões. É mais um ano para iniciar, mais um para concluir. Estaremos perdendo em arrecadação e geração de emprego. É complicado, o Iema precisa acelerar a análise do nosso recurso e nós vamos buscar os caminhos para que a gente possa retomar de imediato a sequência do processo, objetivando a liberação da licença o início de nossas obras.” disse José Roberto.
APOIO
O presidente da Câmara, vereador Jorginho Cabeção, reiterou o apoio do Poder Legislativo ao projeto do porto e repudiou “movimentos de boicote” à instalação do empreendimento no município de São Mateus.
“O grande poder econômico está centralizado na Grande Vitória e é evidente que alguns empresários, não queiram dividi-lo com o norte do estado. O centro portuário vem derrubar divisas. Eu só vejo dessa forma o impedimento por parte do Iema, já que todas as licenças de cunho do governo federal estão liberadas. Nós não vamos abrir mão do porto”.
Demonstrando confiança no apoio do Estado ao desenvolvimento da região, o vereador Jerri Pereira acredita na liberação da licença ambiental. “Eu estou acompanhando este impasse que está deixando a gente entristecido, a Petrocity já com uma perspectiva muito grande de início das obras e, agora, o Iema vem com essa ducha fria. É um caso que não está acabado, nós só estamos passando por um período de ajuste. A Petrocity é realidade em São Mateus. Tenho certeza de que vão se enquadrar e dar essa tão esperada liberação para o porto ser implantado em São Mateus.”
“Toda a esperança de nós mateenses é que este porto se torne uma realidade. O nosso município, através do nosso prefeito, não mediu esforços para ajudar para instalação desse porto e hoje, nós como vereadores e a sociedade, esperamos que este porto venha para o município. É triste você vê uma situação dessa, com toda documentação, processo de instalação, ter dado entrada no Iema e receber uma notícia dessa, desse impacto ambiental, mas se nós olharmos no país, vários portos também sendo construídos da mesma maneira que esse”, reagiu o vereador da base governista Aquiles Moreira.
“Nós abraçamos o projeto e já era para estar em andamento com geração de emprego e renda. Estamos vendo ao que parece uma má vontade de um projeto desse poder caminhar e trazer benefícios sociais. Como representante da classe empresarial a pergunta que eu faço é a quem interessa realmente este projeto que não anda, indo contra os anseios da sociedade. De uma maneira ou de outra este projeto vai se tornar realidade”, disse o empresário Cássio Caldeira.
EXPECTATIVA
Representantes de associações presentes na coletiva manifestaram apoio à instalação do empreendimento e falaram da expectativa de crescimento com a Petrocity.
“Urussuquara e as comunidades vizinhas são a favor do porto, são a favor do desenvolvimento de São Mateus. E na condição de tanta gente desempregada que tem na nossa região eu acho que o pessoal do Iema tinha que vir ouvir as comunidades, ver as nossas necessidades, como nós estamos vivendo hoje com tanto jovem se formando sem saber para onde ir, sendo que o caminho tá tão perto”, destacou José Luiz Ferreira, presidente da Associação de Moradores e Comerciantes de Urussuquara.
“Aguardamos com muita ansiedade a chegada desse grande evento para a nossa comunidade, pela geração de emprego, por melhorar a qualidade de vida, onde algumas ações dos governos não têm chegado”. disse Flávio Messias Soares, presidente da Associação de Moradores e Comerciantes de Barra Seca.
“O Iema colocou uma matéria, dizendo que as comunidades são contra. Jamais nenhuma associação é contra o desenvolvimento. Estamos ali para somar. Queremos que a Petrocity inicie o mais rápido possível. Hoje nós precisamos é de trabalho” esclareceu Adecir de Sena, presidente da Associação de Pescadores e Catadores de Caranguejo de Campo Grande.
“Nós estamos participando deste movimento para que as coisas possam fluir e chegar a um denominador que a região se desenvolva. Se for necessário ir a Vitória, estamos juntos, se for fazer manifestação em Brasília, estamos juntos. Queremos crer que o bom senso vai prevalecer, as licenças irão sair e o porto será uma realidade como deveria ser já durante este ano”, concluiu Elizeu Lorenzutti, vice-presidente da Associação de Moradores de Pontal do Ipiranga, Linhares-ES.