A sede da Prefeitura de Vitória foi palco de um gesto de cuidado com a memória da cidade e mais uma ação de ressignificação e qualificação do Centro Histórico, na tarde desta quarta-feira (8), quando foi assinada a Ordem de Serviço para obras de manutenção e restauro do edifício Morgado Horta.
O prefeito da capital, Lorenzo Pazolini e os secretários municipais de Cultura, Edu Henning e Obras, Gustavo Perin, além de representantes do Governo do Estado do Espírito Santo, assinaram a Ordem de Serviço para obras de manutenção e restauro do edifício que é parte integrante do conjunto arquitetônico localizado na Avenida Jerônimo Monteiro, nº 23, vizinho à escadaria do Palácio Anchieta.

O imóvel, inaugurado em 1928, já foi faculdade, recebeu lojas e já foi ponto de encontro da vida urbana. Hoje, com sua imponência ferida pelo tempo, demanda reparo. Rachaduras, esquadrias danificadas e adornos deteriorados denunciam os quase cem anos de existência que testemunharam tantas histórias da cidade. Agora, ele ganhará nova vida.
As intervenções previstas incluem restauração de fachadas e sacadas, recuperação de esquadrias de madeira e vidro, substituição de telhas quebradas, retirada de estruturas que descaracterizam a originalidade do prédio e recomposição de elementos históricos. A obra, aprovada pelos setores competentes, tem prazo de 180 dias para ser concluída.

O investimento de aproximadamente R$ 620 mil, conta com recursos próprios e também com recursos captados pela PMV, por meio do FunCultura, junto à Secretaria da Cultura do Estado do Espírito Santo (Secult), dentro do programa de Coinvestimentos da Cultura – Fundo a Fundo, eixo patrimônio material, que visa fomentar a preservação de bens imóveis de relevância sociocultural, arquitetônica e histórica.
O prédio é identificado como de interesse de preservação histórica desde o primeiro Plano Diretor Urbano (PDU) de Vitória, de 1984. A classificação é mantida até hoje.
“Uma sociedade que não valoriza o seu passado não tem um futuro de qualidade, não escreve a sua história. Hoje celebramos uma parceria que pensa o futuro da cidade. Cada tijolo restaurado é uma forma de reafirmar nossa identidade. Este prédio não é apenas pedra e cal, é memória, é parte da paisagem afetiva da nossa capital. Requalificar o Centro de Vitória é cuidar do nosso passado para abrir portas ao futuro”, declarou o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini.
Investimentos no Centro
O secretário municipal de Cultura, Edu Henning, relembrou os investimentos que têm sido feitos pela gestão em prol do patrimônio público e dos espaços culturais. “Ao todo alcançamos R$ 6 milhões investidos em formação artística e cultural; reforma do Mucane (Museu Capixaba do Negro “Verônica da Pas”); despesas e manutenções prediais dos espaços, reforma do Museu do Pescador e construção do anexo; e mais recentemente com o projeto RenovAção, que vai restaurar todos os 63 monumentos históricos da cidade”, detalhou.

Sobre o restauro da fachada do edifício Morgado Horta, o secretário ainda completou: “a preservação do patrimônio é um ato de cidadania. Esse imóvel, que já foi sede de tantos capítulos da vida cultural e acadêmica, agora será devolvido à cidade em sua beleza original. Estamos escrevendo uma página importante de cuidado com a história e com a memória coletiva.”
Com a ordem dada, o tempo da restauração começa a contar. Em breve, o prédio que guarda quase um século de lembranças, poderá novamente se apresentar com a dignidade que sua presença histórica exige, compondo a paisagem do Centro Histórico de Vitória.
Também estiveram presentes à solenidade os parentes do fundador do prédio, Max (bisneto) e Marcos Morgado Horta (neto), além do atual proprietário da edificação, Maurício Meirelles Filho.
Estrutura
Entre as intervenções que serão realizadas, as sacadas deverão ter concretos retirados, já que estão deterioradas e com rachaduras, para retorno ao Projeto original.
Também serão retiradas as cerâmicas da mureta, a tubulação hidráulica (referente à calha), que fica aparente e tira a originalidade da fachada; as telhas quebradas, bem como a estrutura metálica platibanda. A retirada de letreiro da fachada da loja e do forro de pvc (marquise) também estão contemplados no projeto, assim como a limpeza mecânica com recomposição do revestimento e a reconsolidação dos elementos estruturais de sacada.