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Política Nacional

STF derruba liminar de Barroso que autorizava enfermeiros a atuar em aborto legal

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O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu invalidar nesta sexta-feira (24), por 10 votos a um, a medida cautelar deferida pelo ministro Luís Roberto Barroso que impedia de punição criminal os profissionais de enfermagem que atuassem em procedimentos de aborto legal.

Barroso despachou sobre a questão na noite do seu último dia como magistrado, antes de se aposentar.

Os demais ministros do STF acompanharam o decano, Gilmar Mendes, que apontou inexistência de urgência no processo que justificasse a medida cautelar autorizada por Barroso.

A discussão sobre o tema continuará a ocorrer no STF como parte de duas Ações de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), que vão julgar o mérito da questão.

“Entendo que a ausência de qualquer fato novo que justifique a atuação monocrática do Ministro Relator, além de impedir, a rigor, a concessão de medida cautelar, denota a absoluta ausência de periculum in mora (perigo de demora)”, argumentou Gilmar.

Barroso justificou que a medida cautelar era necessária diante da “proteção insuficiente do direito fundamental à interrupção legítima da gestação, nos casos admitidos pela legislação e pela jurisprudência”.

Na decisão, Barroso estabeleceu que órgãos públicos de saúde não podem dificultar a realização de procedimentos abortivos previstos pela legislação. Tratam-se dos seguintes casos: risco de vida da gestante, gravidez resultante de estupro e gravidez de feto anencefálico.

A determinação também abrangia a suspensão de procedimentos administrativos e penais e de processos e decisões judiciais contra profissionais de enfermagem que prestem auxílio à interrupção da gestação nas hipóteses em que ela é legalmente legítima.

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“Em razão do déficit assistencial que torna insuficiente a proteção de mulheres e, sobretudo, de meninas vítimas de estupro, fica facultado a profissionais de enfermagem prestar auxílio ao procedimento necessário à interrupção da gestação, nos casos em que ela seja lícita”, afirmou Barroso ao propor a sua tese.

Até mesmo ministros que já manifestaram posições favoráveis ao aborto legal e também à ampliação deste direito, como Cármen Lúcia e Edson Fachin, votaram contra a medida cautelar de Barroso por compreender que não havia urgência para decidir a questão no STF.

“É de inegável importância e gravidade a questão posta nos autos. A matéria relativa à garantia de acesso à interrupção da gestação, nos casos previstos em lei, é tema constitucional de relevo maior e inegável importância como direito fundamental. Entretanto, não se vislumbra, na espécie, a urgência qualificada necessária para o deferimento da medida liminar”, justificou Cármen.

Os autores da medida cautelar deferida por Barroso pediam o reconhecimento da violação massiva de direitos fundamentais na saúde pública em razão das barreiras ao aborto legal, e que, além de médicos, outros profissionais de saúde pudessem atuar nos procedimentos.

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Isso porque a interpretação literal pela Justiça da regra do artigo 128 do Código Penal, que admite que apenas médicos realizem o procedimento nessas situações, segundo Barroso, contribui para a omissão da política de saúde. Isto é, outros enfermeiros e técnicos de enfermagem não são mencionados, abrindo brecha para punição desses profissionais.

O Brasil, para o ministro, “ignora parâmetros científicos internacionalmente reconhecidos, mantendo uma rede pública insuficiente, desarticulada e desigual”.

Como última medida antes de se aposentar, Barroso votou para impedir a punição contra mulheres que cometam aborto até a 12ª semana de gestação – uma pauta histórica de movimentos feminista e de direitos humanos.

“As mulheres são seres livres e iguais, dotadas de autonomia, com autodeterminação para fazerem suas escolhas existenciais. Nesses casos, o papel do Estado não é o de escolher um lado e excluir o outro, mas assegurar que cada um possa viver a sua própria convicção”, afirmou Barroso.

Em seu último dia no STF, o ministro pediu uma sessão extraordinária e urgente, no plenário virtual, para participar do julgamento antes de se aposentar.

A votação foi suspensa na sequência por um pedido de destaque do decano Gilmar Mendes. A tendência é que o processo volte a ser engavetado, sem perspectiva de retornar à pauta do STF em um futuro próximo.

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Política Nacional

Alan Lopes chama prefeito do Rio de “vagabundo”

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Paes disse que teria apoio do Partido Liberal (PL) para disputar o governo em 2026 e revoltou a base do partido

Nesta segunda-feira (27), o deputado estadual Alan Lopes (PL-RJ) comentou a participação do prefeito Eduardo Paes (PSD), no evento do PSDB, neste sábado (25), quando ele revelou que estaria com o Partido Liberal (PL) na disputa ao Palácio Guanabara em 2026.

Para o parlamentar, o gestor da capital fluminense quis constranger o presidente estadual do PL, deputado federal Altineu Côrtes, que estava presente ao evento tucano.

– O PL jamais caminhará com Eduardo Paes porque Eduardo Paes é Lula, e Lula e Bolsonaro são como água e óleo. Portanto, esse vagabundo quis constranger num evento de outro partido, onde o presidente Altineu estava cumprindo sua função institucional. Ele quis constranger o presidente colocando-o numa sinuca de bico, dizendo que caminhará com o PL, é mentira! – declarou Alan Lopes em vídeo no Instagram.

E continuou:

– O presidente do partido já afirmou categoricamente em várias oportunidades que o PL não caminhará com Eduardo Paes. Ah, mas e se no fim de tudo o PL caminhar com Eduardo Paes? Vocês têm a minha palavra. Eu não fico no PL. Aliás, eu farei campanha contra Eduardo Paes de manhã, de tarde, de noite e de madrugada – disparou o presidente das comissões de Educação e de Combate à Desordem da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

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A indignação de Alan Lopes está alinhada ao discurso do líder do partido na Alerj, Filippe Poubel, que postou em suas redes sociais que pode deixar o partido, caso a parceria vá adiante.

– Se isso acontecer, meu ciclo no PL acaba na hora – declarou Poubel.

No último dia 18, quando já estavam circulando versões de que o PL poderia apoiar a candidatura de Paes ao governo estadual, o deputado Márcio Gualberto (PL) também se manifestou contrário a qualquer possibilidade de aliança com o prefeito do Rio.

A declaração de Eduardo Paes foi feita durante a filiação do deputado federal Luciano Vieira ao PSDB, no Music Hall, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

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Política Nacional

Belo Horizonte cria lei para comemorar “fidelidade conjugal e casamento monogâmico”

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Projeto foi sancionado pelo Prefeito Álvaro Damião na sexta-feira (24); data passa a fazer parte do calendário oficial da cidade

Uma lei sancionada pelo prefeito de Belo Horizonte (MG), Álvaro Damião (União Brasil), na sexta-feira (24), estabeleceu 18 de maio como o Dia da Fidelidade Conjugal e do Casamento Monogâmico Cristão na capital mineira.

Aprovado pela Câmara Municipal, o projeto é de autoria do vereador Neném da Farmácia (Mobiliza). Agora, a data passa a fazer parte do calendário de dias comemorativos oficiais de Belo Horizonte.

Na justificativa da proposta, o vereador destaca apenas as relações heteronormativas: “promover a reflexão sobre o papel essencial da união estável entre um homem e uma mulher, destacando os benefícios sociais dessa forma de relacionamento para a comunidade como um todo”.

“A escolha dessa data está relacionada ao desejo de destacar a importância de valores fundamentais que sustentam muitas famílias em nossa cidade. A fidelidade conjugal e o casamento monogâmico são pilares que, para grande parte da população, representam o alicerce de uma convivência saudável, estruturada e duradoura no contexto familiar”, afirmou.

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Ainda na justificativa, Neném da Farmácia alegou que a data também serve como uma forma de reconhecimento “àqueles que optam por construir suas vidas baseadas no compromisso mútuo e na convivência respeitosa, promovendo o fortalecimento das relações familiares”.

A proposta levou pouco mais de três meses entre ser protocolada e se tornar lei municipal. Nas redes sociais, o vereador que propôs a criação se declara “cristão, casado e pai de três filhos.”

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