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Rumos da Política

Rumos da Política – 1ª edição de abril

Publicado

Por Paulo Borges

A política leopoldinense

Resolvi escrever sobre o cenário político do município capixaba de Santa Leopoldina, uma das “três santas” da região (Santa Leopoldina, Santa Teresa e Santa Maria de Jetibá). Não temos a pretensão de ser o dono da verdade, apenas expressar as observações que tenho feito e colocá-las no papel.

Para começar, temos um município grande na parte física, porém, com uma sede pequena. Mas, a política é intensa, principalmente neste ano eleitoral. Três pré-candidatos estão na vitrine à mostra do eleitor leopoldinense. Muitos passam batido, outros param, olham e seguem o fluxo do seu caminho. Mas tem aqueles que param, olham para os “manequins” expostos na vitrine política e começam a avaliar as roupas que vestem, o perfil, a capacidade de gestor e a aparência que pode mostrar o que a mente e o coração não mostram. Ali estão Romero Endringer (Podemos), Fernando Rocha (PDT) e Vavá Coutinho (PSB). O simples, o dinâmico e o pragmático.

Vejo que o eleitor leopoldinense é muito parecido com os que estão espalhados pelo Estado. Partem do princípio que todos são iguais, cometem os mesmos pecados e se apresentam como querubins, que vão para o céu. Claro que os eleitores não acreditam, mas costumam votar por simpatia, por interesse e em troca de alguns apetrechos. É quase sempre assim em todo lugar. O brasileiro passou a gostar e se interessar por política nos últimos anos a partir do advento Bolsonaro, que abriu a panela de pressão expondo as mazelas nacionais e quem é quem na política do País. Por isso não acreditam cem por cento no político. Podem acreditar no amigo político. Nesse ponto, na minha opinião, o prefeito Romero leva vantagem. Ele tem a capacidade e habilidade de entrar em qualquer lugar sem constrangimento. Até mesmo em Caramuru, reduto do seu maior oposicionista na Câmara, Rosimar Lahas (PDT). É um prefeito popular e considerado honesto, conhecedor dos munícipes, das tradições locais e faz o possível, dentro dos parcos recursos, implementar suas ações e políticas públicas.

O que se questiona é a maneira de gerir a administração. Para os críticos, falta uma maneira mais moderna e ágil na sua administração, falta divulgação dos feitos, levar informação à população. Se colocasse, segundo os críticos, uma equipe de ponta, poderia sanar esse problema, mas esbarra nos salários baixos que impedem achar no mercado quem queira se dedicar com um vencimento salarial muito abaixo do que paga o mercado para quem assume responsabilidades.

Fernando Rocha é tido como bom gestor, mais moderno e com horizontes além do município. É o que dizem. Já foi prefeito e também já desistiu de candidatura no processo eleitoral. Fica a dúvida para alguns, mas desta vez ele tem todas as condições políticas para participar do pleito eleitora. Rocha tem aceitação na camada mais esclarecida, nas regiões nobres, nas redes sociais. É também conhecedor das virtudes e necessidades do município. Já esteve à

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frente da administração e fora de Santa Leopoldina ocupou cargos importantes em nível municipal e estadual. Hoje é subsecretário de Estado do Turismo. Para alguns, não tem a facilidade de chegar nas camadas mais interiorana do município, naqueles que veem o varejo, a necessidade do dia-a-dia. Forçando um pouco a barra, é o que pode até tomar café, mas prefere chá inglês. De qualquer maneira, se coloca na prateleira política leopoldinense como forte pré-candidato com visão além da cerca.

Quanto ao pré-candidato Vavá, o que se sabe é que tem uma postura mais pragmática. Fala-se até que pode compor chapa na oposição ao atual prefeito. Os analistas não têm essa certeza, pois pelo estilo dele, é difícil esse alinhamento. Pelo menos não como coadjuvante. Quer ser o personagem principal numa possível composição que, supostamente, seria com Fernando Rocha. De qualquer maneira são conjecturas, não fatos. Recentemente ele e Fernando Rocha se reuniram, mas não sabemos no que de concreto ficou acordado com os seus grupos.

Em todo esse quadro, vale ressaltar que o prefeito Romero conta com o apoio da maioria dos vereadores, inclusive até surgiu uma conversa que o vereador Jefferson Rodrigues poderia vir a ser um nome para compor como vice na chapa do prefeito. Ele não confirma ou “desconfirma”. Mas, bocas de Matildes dão conta que um nome feminino pode vir a ser alçado à chapa do atual prefeito. Tem nome, mas não há confirmação.

Pelos municípios

Em Linhares a disputa maior fica por conta do prefeito Bruno Marianelli (Republicanos) e do deputado estadual Lucas Scaramussa (Podemos). Numa analogia com o futebol, seria como se fosse um clássico. Ambos têm uma relação política com o ex-prefeito Guerino Zanon (PSD) o que – supostamente – pode vir a ser o apaziguador dessa disputa, construindo um entendimento e a disputa não acontecer entre os dois. Scaramussa seria, talvez, convencido a disputar a próxima eleição municipal à Prefeitura de Linhares.

Em Aracruz o prefeito Dr. Coutinho (Cidadania) vem para a reeleição, é tido como o mais forte para continuar à frente dos destinos do município pelos próximos quatro anos, em novo mandato. Como adversário ele tem o delegado Leandro Sperandio (ex-PL) e Gubio Henriger (DEM).

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Com relação a desistência de uma candidatura a prefeito do deputado estadual Alcântaro Filho (Republicanos), para os conhecedores da política local, foi uma decisão razoável, pois seria pouco inteligente dele vir para a disputa deste ano. Dizem que a política de Aracruz está muito agitada e “quem é pode não ser e quem não é pode ser”. Vai entender…

Pois é, justamente o que acabou acontecendo. A confusão ficou por conta da troca do PL pelo Republicanos por parte do pré-candidato Leandro Sperandio. Ele foi a Brasília, foi recebido com festa pelas mais importantes do PL e, bastou voltar para Aracruz, pulou para o Republicanos, com a justificativa segundo ele, o único partido de oposição ao prefeito Dr. Coutinho.

Segundo Alcântaro, o Republicanos deve fechar aliança com Podemos, PSD, PRD, Agir, DC e PSDB.

Em Conceição da Barra o número de pré-candidatos contabiliza, por enquanto, seis pretendentes ao cargo de prefeito. Jovane Clarindo (Avante), Edmundo Noberto (PT), Erivan Tavares (PSB), Toninho de Deus, Manoel Pé de Boi (Republicanos) e o atual prefeito Mateusinho (Podemos).

Em São Mateus os pré-candidatos até agora são Carlinhos Lyrio (Republicanos), Amadeu Boroto (MDB), Marcus Batista (Podemos), Ferreira Jr. (Rede), Marinalva Broedel e Cassio Caldeira (PP). Outros devem aparecer, provavelmente.

Em Jaguaré tem mais um prefeito bem avaliado. É uma das lideranças do norte capixaba que, juntamente com o de Pedro Canário, fazem a diferença. Nestas eleições municipais, Marcos Guerra (Cidadania) é o nome mais forte para disputar as eleições, tentando a reeleição. Como adversário terá o ex-prefeito Rogério Feitani.

Em Pedro Canário o prefeito Bruno Araújo (Republicanos), que transformou o município, é bem avaliado, não pode tentar mais um mandato. Tem o seu vice e o presidente da Câmara que disputam seu apoio. Os possíveis pré-candidatos, por enquanto, são Kleilson (PSB), Dênis (PSDB), Eleandro (PT) e Alair Contador (AGIR).

Em Santa Teresa, o prefeito Kleber Médice vem para a disputar a reeleição e terá como adversários os pré-candidatos Claumir Zamprogno (ex-prefeito) e Bruno Araújo (presidente da Câmara).

Vice-prefeita de Vitória define filiação

A Capitã Estéfane definiu seu destino partidário ao se filiar no Podemos. Como sempre, foi festejada é pré-candidata a vereadora. Fato é que no futuro, em 2026, estará mais forte para um voo mais alto.

Estéfane é um quadro de político diferenciado pelo seu caráter, sua simplicidade, conhecedora das demandas dos mais humildes. Apesar dos reveses sofridos vindos do titular da Prefeitura, a vice-prefeita se manteve altiva e continua desempenhando suas funções com dignidade.

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Rumos da Política

Rumos da Política – 2ª edição de abril

Publicado

Por Paulo Borges

Conflito no Oriente Médio

A mais recente ação dessas escaramuças bélicas aconteceu (e vai continuar) entre o Irã e Israel. O Irã, vale destacar, não é árabe. É persa, a maioria da população. Outras etnias vivem naquele país, mas, como disse, é minoria.

Isso explica, de certa forma, o pouco engajamento dos outros países da região no apoio às suas investidas. A Jordânia, a Arábia Saudita, o Egito, todos fizeram silêncio exceto o Rei Abdullah II da Jordânia, na chefia do reino desde 1999, fechou seu espaço aéreo para qualquer incursão do Irã, mas liberou para o Reino Unido, por exemplo.

O Irã fomenta e financia grupos terroristas pelo mundo. O Brasil do Lula nutre simpatia pelo regime iraniano e dois dos seus navios de guerra estiveram atracados no Rio de Janeiro, foi visitado e teve festa a bordo com autoridades governamentais. Os Estados Unidos mostraram preocupados com essa atitude brasileira, pois o Brasil sabe da relação conflituosa EUA-Irã. Mas, provocação ou, ignorou esse fato.

Com relação a incursão covarde do governo iraniano contra Israel, não surtiu efeito. Aliás, foi apenas para dar uma satisfação ao seu público interno e aliados como o Iêmen e Síria. Se fosse para valer, não mandava mísseis e drones que demoram nove horas para atingirem seus alvos. O sistema intitulado Dome de Ferro abateu 99% deles.

O Irã não suja as mãos. Abastece e aciona seus “parças” terrorista para fazerem o trabalho sujo.

Guerra em São Mateus

Fora da região conflituosa do Oriente Médio e da Ucrânia, em São Mateus também é travada uma guerra inusitada no comparativo a ações bélicas desses países. O mateense de bem, o que trabalha e produz riquezas para o município e seu futuro, trava uma luta, até aqui inglória, contra o regime nefasto do “chefe” Daniel e seus colaboradores. O “rei” Daniel II (está em seu segundo reinado) tem ao seu lado lideranças estrangeiras e acéfalas ao município, a omissão de alguns órgãos oficiais e a ousadia de agir na certeza da impunidade. Como bem disse uma felpuda liderança política local, “é terra sem lei”.

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São sete anos e meio usufruindo e alimentando grupos embaçados com os recursos frutos dos impostos pagos pelo cidadão mateense. Quando falo em grupos embaçados, significa dizer que o adjetivo serve para descrever algo que está obscuro, pouco claro.

As lideranças mateense, se é que existem de verdade, se omitiram durante grande parte em que essas ações têm sido feitas. Agora, no ano eleitoral, os “fazedouros” de soluções aparecem, numa atitude que cheira hipocrisia. A luta

tem sido travada por alguns faz tempo e a omissão de muitos também. Agora os isentões querem se juntar nesse embate contra as mazelas realizadas pela administração, como se essas tivessem aparecendo neste ano. Omissão é irmã de covardia. Por interesses justos ou não, todo mundo, neste ano, virou ativo na relação, apesar de ter sido passivo durante todo esse tempo.

Mas, nesse balaio ainda tem alguns poucos que são confiáveis e estão com seus nomes colocados à disposição dos eleitores nessas eleições de outubro próximo. Vamos torcer para que o eleitor mateense acerte dessa vez.

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CPI da Viação São Gabriel

O nome é de santo, mas os serviços prestados por essa empresa de transporte urbano na cidade de São Mateus são um sacrilégio. Milagre, se existe, somente se essa empresa vier a melhorar seus serviços oferecidos aos seus usuários. Outro milagre, se houver, será o resultado da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que puna a empresa, exija o cumprimento do contrato ou até mesmo, o cancelamento deste abrindo nova licitação para a contratação de uma nova concessionária dos serviços de transporte coletivo urbano da cidade. Detalhe, a empresa em questão, não poderia participar. Seriam milagres demais.

Representantes? Quem?

O brasileiro, aquele que acorda todas as manhãs e vai trabalhar para sustentar sua família, cumprir seus compromissos como cidadão e produz as riquezas nacionais com seus impostos, acredita muito pouco em seus “representantes”.

Nós elegemos nossos representantes para defender bandeiras e solucionar demandas nacionais e locais. Acontece o ato de votar, o ato da escolha, mas não o ato de fazer valer esse voto. Nada se resolve e ainda culpam o tal “sistema”. Ora, sistema são pessoas. O cidadão brasileiro perdeu a esperança na classe política, principalmente. Poucos que “ainda” nos representam, merece a nossa confiança. Estou para dizer que faltam homens de verdade. O Brasil tem dono, mas o dono não é o povo brasileiro ordeiro, trabalhador e honesto.

“Só o povo salva o povo”, disse alguém. É a única verdade.

Assino embaixo.

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Rumos da Política

Rumos da Política – 2ª edição de março

Publicado

Por Paulo Borges

Caso de Polícia

Recentemente aconteceu na cidade de São Mateus uma reunião de pais com professores de uma escola para tratar de questões que fogem a didática de ensino e se concentram nas condições da unidade escolar da rede municipal de ensino.

A cidade de São Mateus tem 479 anos, uma das mais antigas do Brasil, nunca viveu um período em sua história de tanta desfaçatez, roubalheira e rapinagem de tudo de valor. Até a esperança da população foi surrupiada pela atual “administração” do município. Claro que ninguém comete um estrago tão grande sozinho e para praticar tudo isso o “gestor do caos” contou com a colaboração de outros atores de dentro e de fora do município.

Essa escola em questão é a EMEF Dora Arnizaut Silvares, conhecida como CAIC e está localizada no bairro Santo Antônio, atendendo uma demanda de mais de 1000 alunos. Está sucateada, com problemas em sua estrutura física e seus alunos e funcionários correm risco. Mas a Secretaria Municipal de Educação e o prefeito não se importam com isso.

Uma verba de R$ 5.400.000,00 foi destinada pelo Governo do Estado para a reforma daquela escola, o dinheiro foi depositado na conta da Prefeitura de São Mateus desde dezembro de 2021. Para não fugir a sua característica, os gestores locais deram um jeito de sumir com os recursos. A Câmara Municipal, através dos seus membros fizeram discursos cobrando o aparecimento e aplicação da verba na reforma do CAIC. Somente os vereadores de oposição, pois os aliados do prefeito se omitiram. Se é assim, todos têm rabo preso e medo do chefão mateense. São frouxos ou omissos mesmos?

Mas, apesar da boa intenção de alguns vereadores, só discurso não resolve. É preciso lançar mão de todos os mecanismos para exigir do administrador municipal que cumpra sua obrigação. Isso serve também para o Governo do Estado. Ele deu o dinheiro, este desapareceu e nada se faz? Deveria pedir o dinheiro de volta, acionar um órgão fiscalizador, a polícia e até mesmo encampar a obra para que não se tenha uma tragédia com crianças e funcionários órgãos da Prefeitura de São Mateus e da Secretaria de Educação.

Neste ano eleitoral todos os gatos são pardos…

Cenário político de São Mateus

Com o advento da filiação do ex-prefeito, Amadeu Boroto, ao MDB de São Mateus, fez com que alguns nomes que estavam expostos na vitrine política do município fossem recolhidos para a elaboração de uma nova estratégia. Em uma loja, dependendo da reação do público, os manequins são retirados das suas vitrines para uma nova roupagem para depois retornarem para a

exposição. Acredito que “desistência” mesmo foi a do ex-deputado Freitas (PSB), ao que parece (ou fez parecer), que tinha interesse de ser o pré-candidato a prefeito com o apoio do seu maior padrinho, o governador Renato Casagrande (PSB). O ensaio deve ter existido, mas o jogo jogado não. Até porque, sejamos francos, ele tem dificuldades com o eleitorado mateense, apesar de ter sido um parlamentar atuante e pró ativo com relação ao município e a região.

Saindo da pré-candidatura do Boroto, vamos até a do empresário Marcus Batista (Podemos). Ele tem conseguido levar suas propostas até as pessoas, mas ainda tem um longo caminho a percorrer para se tornar mais conhecido, mesmo sendo um novo projeto político que é reconhecido pela sua capacidade de bom gestor na iniciativa privada.

Com relação ao Carlinhos Lyrio (Republicanos), temos que reconhecer que é um pré-candidato popular que tem seu capital político de uma quantidade de votos considerável. O que falta a ele sobra nos outros dois e o que falta nos outros sobram no Carlinhos. É possível um entendimento dos três? Difícil. Todos têm suas demandas, seus desejos e vaidades pessoais. Tudo muito normal no meio político.

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Sobre outros pré-candidatos, existem nomes interessantes e um deles é o do pastor Nilis Castberg (PL). Conhece a política local, tem experiência na engrenagem da administração pública por ter ocupado cargos, inclusive no governo do ex-prefeito Amadeu. É um nome que se encaixa em alguma chapa para compor.

Outros como Ferreira Júnior (Rede) também é cotado para uma possível composição, mas não tem a expertise da política e tem pouca articulação e conhecimento da real situação das entranhas e pecados do município. O que parece ruim, pode ser uma virtude.

Sobre outras pré-candidaturas, como a da ex-secretária de Educação, Marília Silveira, agora no PDT, depois de ser defenestrada do MDB, não me parece ter lastro político-eleitoral. Dizem ser a aposta do prefeito Daniel Santana (sem partido), mas o que se sabe, ele tem consciência da dificuldade de emplacar um sucessor, que consiga sensibilizar o eleitorado mateense depois de tantos problemas apresentados pelo seu governo. Falou-se que o seu verdadeiro interesse seria cavar um lugar em uma chapa na condição de vice, mas indicaria em que chapa? O governo estadual o isolou, por isso o levaria para tentar uma seara fora dessa área de influência do Palácio Anchieta. Seria a chapa do Carlinhos Lyrio? A conversa de bocas ferinas de Matildes deu conta de que estaria havendo movimentação nesse sentido. Houve desmentido por parte das pessoas próximas ao ex-deputado. Alguns observadores citam o encontro com o presidente da Assembleia Legislativa Marcelo Santos em Nova Venécia, mas garantem que não foi firmada nenhuma aliança. A desconfiança surgiu pelo fato da proximidade (negada) do deputado com o prefeito Daniel, o que não ocorre com o federal Da Vitória, que é declaradamente aliado do atual prefeito. Ficou a dúvida no ar.

Mas, ainda sobre isso, qual a saída para Carlinhos Lyrio tocar sua caminhada eleitoral? Será que todos aqueles que não o querem no páreo não estariam o levando a buscar uma – talvez única – saída para o torná-lo forte nessa disputa e obrigá-lo a atracar sua embarcação no “porto” Daniel Santana, com as bênçãos dos fortes aliados? E ali desembarcar seus comandados? São perguntas difíceis de serem respondidas, daí a característica de forte conjectura em vez de fato. Não tenho bola de cristal, nem a pretensão de dono da verdade. Apenas um curioso observador para entender a complicada política mateense, que não é para amador. Eu sou amador.

As câmaras municipais

Em nossas andanças por aí, temos acompanhado algumas sessões legislativas. Antigamente, as da Câmara Municipal de São Mateus eram as mais movimentadas, muito embate, debate, só não teve tiro. Mas atraía a atenção dos munícipes. Hoje as sessões esfriaram, apesar do forte calor que torra a paciência daqueles que esperam por uma ação mais efetiva para mudar a realidade mateense que é o caos na terra.

A Câmara de Vereadores de Santa Leopoldina parece ser a mais comportada. O prefeito Romero Luiz Endringer (Podemos) costuma estar presente às sessões, mas alguns disseram que a sua presença não ser motivo de nenhum constrangimento em tecer críticas à sua administração. Quem quebrou esse paradigma de bom comportamento foi o vereador Rosimar Lahas, que criticou o prefeito e até o aconselhou a não aparecer em sua comunidade (Caramuru) para pedir voto. Em tempo: nesse dia o prefeito não estava na sessão.

Outro fato curioso que presenciei por mais de uma vez foi o vice-prefeito, Marcos Rauta (Podemos), fazer uso da tribuna para prestar contas das ações da Prefeitura. Ele é vice, não ocupa nenhum cargo na estrutura da administração. As pessoas com quem conversei disseram que ele foi vereador por cinco mandatos e agora deseja retornar à uma cadeira no Legislativo leopoldinense. Na verdade, é uma estratégia ousada; alguns podem dizer que é muita cara de pau. Mas, é uma estratégia. E ele a fez bem.

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Já na Câmara Municipal de Santa Teresa a realidade é outra. Nenhum vereador deixa de criticar o Executivo quando é necessário. Os discursos são consistentes, propositivos e seus parlamentares demonstram conhecer muito bem as suas comunidades e as tradições do município. O difícil é não ver um vereador subir à tribuna para se pronunciar. Elogios quando são procedentes e críticas quando necessárias.

A Câmara de Vitória também prima pela atuação e preparo dos seus pares. Bons debates e muito barulho dos três vereadores de oposição ao prefeito, André Moreira (PSOL), Karla Coser (PT) e Vinicius Simões (Cidadania). A situação num universo de 15 cadeiras, é maioria, mas até na defesa do Executivo as tratativas têm conteúdo e justificativa não somente um alinhamento automático com a Prefeitura.

Interessante as características de alguns parlamentares em seus discursos. Vinicius Simões (Cidadania) no discurso joga uma palavra forte, dá uma paradinha e continua; Luiz Emanuel (Republicanos) seu jeito professoral e de boa oratória pontual com flecha certeira os ilícitos do governo Lula; Chico Hosken (Podemos) é musicista e cantor, fala cantando e até repete palavras como na música para quem o ouve gravar na mente o que fala. Maurício Leite (Cidadania) é o tipo do político que tem a verdadeira característica do vereador ligado as coisas da comunidade, a mesma característica do André Brandino (PSC). Duda Brasil (União), líder do prefeito, o defende sem precisar brigar; Anderson Goggi (PP) tem muito de vereador-emoção, vivencia pessoas da sua comunidade, conhece o coração das pessoas. Leandro Piquet (Republicanos) o presidente que se equilibra para manter a tranquilidade das sessões e garantir a democracia naquela Casa de Leis. O trio Moreira-Leonardo Monjardim – Karla Coser é um caso à parte. As vezes Vinícius Simões entra no trio o transformando em quarteto. Só sai faísca dos três contra Monjardim (Partido Novo). Aí vem o David Esmael (PSD) para apagar o incêndio com gasolina. A temperatura sobe e entra o “delegado” Piquet para trazer todos ao paraíso democrático sem sobressaltos. A temperatura da casa fica amena novamente. E assim segue deslizando supostamente a suave Gôndola parlamentar…

Os vereadores, Luiz Paulo Amorim (SDD), Aloisio Varejão (PSB) e Dalton Neves (PDT) são aqueles que sabem os trâmites e as “manhas” da política municipal. Não perdem tempo de chegar aonde desejam porque eles conhecem os atalhos. Às vezes, para surpresa dos seus pares, já estão lá, esperando os outros chegarem.

E algumas demandas ficam para o capítulo do dia seguinte. Gosto de assistir as sessões porque vejo que todos são comprometidos em fazer o melhor para o cidadão de Vitória. Cada um à sua maneira. São três sessões semanais (segunda, terça e quarta – 9:30).

Em tempo. Alguns vereadores devem ou trocaram de legenda partidária, mas infelizmente nem todo site das Câmaras são atualizados.

Em Linhares, quando assistia as sessões também vi bons debates. Hoje não sei. Naquela época tinham pautas importantes que geravam intensos debates e embates. O HGL (Hospital Geral de Linhares) e Saae eram assuntos constantes.

Sooretama teve bons tempos. Conceição da Barra até ocupação da Câmara aconteceu e ninguém entrava nem saía. Pedro Canário não sei a quantas anda, mas não há registro de convulsões e nem convalescências. Deve estar neutra…, mas o prefeito é muito bom, assim como o de Jaguaré.

Antes de encerrar, vale destacar a importância do vereador. A população tem dificuldade em reconhecer o seu valor. Mas, na hora da necessidade é ele quem lhe socorre, transportando um parente para o hospital, porque a ambulância muitas vezes não chega; é ele quem leva as demandas da

comunidade para a Prefeitura resolver. Vereadores e população vivem nos municípios. Quem vive em Marte são os que estão em Brasília…

 

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